Conheça as principais aplicações, tendências e soluções sustentáveis do uso do material plástico pelo segmento

Leveza, resistência, versatilidade e custo são algumas das propriedades que vêm levando o plástico a substituir outros materiais – como madeira, aço e alumínio – em diferentes segmentos.

Com o de transporte e logística não é diferente.

Desde o item mais básico, as embalagens, até os mais estruturais (contêineres, pallets), o plástico vem promovendo uma pequena revolução na forma como produtos são transportados e armazenados.

“Esses fatores tornam o plástico uma escolha popular, permitindo a produção de embalagens eficientes e soluções logísticas que atendem às exigências modernas de economia e sustentabilidade”, afirma Assunta Napolitano Camilo, diretora do Instituto de Embalagens.

Vantagens do plástico em soluções logísticas

Ela explica alguns dos atributos que tornam o plástico mais vantajoso em relação aos outros materiais:

  • Leveza: reduz custos de transporte e facilita o manuseio;
  • Versatilidade: pode ser moldado em diferentes formas e tamanhos, adaptando-se a uma ampla gama de produtos e necessidades de transporte;
  • Resistência e durabilidade: suporta impactos e protege o conteúdo durante o transporte;
  • Custo: o plástico pode ser mais econômico tanto em termos de produção quanto de transporte; e
  • Sustentabilidade: com o avanço das tecnologias, plásticos recicláveis, reciclados e reutilizáveis estão cada vez mais presentes, atendendo às demandas por soluções de menor impacto ambiental.

Aplicações e variáveis do plástico

O plástico está presente em diferentes etapas da logística e transporte. Veja algumas aplicações mais comuns:

Embalagens: amplamente utilizadas para proteger produtos durante o transporte, armazenamento e exposição no ponto de venda.

Contêineres: são leves, duráveis e reutilizáveis, ideais para o transporte de produtos a granel e líquidos.

Protetores: utilizados para proteger produtos frágeis durante o transporte, como eletrônicos e vidros. Exemplo: plástico bolha.

Filme stretch: protege e consolida cargas paletizadas.

Filme shrink: encolhe e adere ao produto quanto aquecido, conferindo firmeza e resistência aos fardos de produtos.

Plástico corrugado: resistente e durável, suporta condições adversas durante o transporte e armazenamento de produtos.

Big Bags: facilitam o acondicionamento e empilhamento de materiais de fluxo contínuo (pó, flocos, grãos). Podem ser dotados de alças ou cintas para facilitar a movimentação mecânica.

Pallets: tipo de estrado ou plataforma que padroniza a circulação e movimentação em armazéns e galpões.

O tipo de polímero utilizado na fabricação, bem como os aditivos, depende da finalidade, e leva em conta necessidades como tipo de produto a ser embalado (alimentos, eletrônicos, médico-hospitalares), condições de armazenamento e transporte (temperatura, umidade, impacto), requisitos de segurança e higiene, e custo.

Tendências

Durante a pandemia de Covid-19 (2020-2021), as entregas em domicílio registraram uma alta expressiva e se mantiveram mesmo após o fim do isolamento social.

Isso, claro, teve forte impacto no uso do plástico na logística e impulsionou as inovações principalmente nas embalagens.

“Algumas das principais tendências e inovações incluem as embalagens plásticas flexíveis, como sacos e envelopes, que estão se tornando cada vez mais populares no e-commerce”, aponta Assunta Napolitano.

Segundo ela, houve necessidade de se utilizar embalagens são leves, que ocupam menos espaço e que podem ser moldadas para se ajustar ao tamanho do produto, resultando em menor desperdício de material e redução nos custos de transporte.

A diretora do Instituto de Embalagens adianta que há também um foco crescente no desenvolvimento de embalagens plásticas 100% recicláveis. Como exemplos, cita o bag in box com barreira da Embaquim e os big bags de PET reciclado da Packem.

“Algumas empresas estão explorando opções de embalagens plásticas que possam ser reutilizadas pelos consumidores, incentivando a economia circular, além da otimização do design que permite o desenvolvimento de embalagens que podem ser facilmente empilhadas ou armazenadas, economizando espaço durante o transporte”, acrescenta. É o caso, por exemplo, das embalagens plásticas rígidas para o segmento de defensivos agrícolas da Unipac.

Em agosto, o Instituto de Embalagens disponibilizou o curso Embalagens de Transporte que, entre outros tópicos, tratou justamente das tendências de transporte e e-commerce, sustentabilidade e economia circular.

Sustentabilidade e eficiência logística

O aumento da circulação do plástico na cadeia do varejo acendeu o alerta para os fabricantes quanto à questão da sustentabilidade, pois quando não gerido de forma adequada, o material tem um impacto ambiental significativo.

Neste cenário, Assunta Napolitano defende que as empresas devem adotar uma abordagem mais consciente e responsável do uso do plástico. Como exemplos de boas práticas, ela enumera:

  • Desenvolvimento de embalagens recicláveis, com conteúdo reciclado e reutilizáveis, visando a reduzir a geração de resíduos;
  • Investimento em design de embalagens que facilita a reciclagem;
  • Implementação de práticas de economia circular, na qual as embalagens são projetadas para serem reutilizadas ou recicladas de forma eficiente, prolongando o ciclo de vida dos materiais;
  • Redução da quantidade de plástico utilizada nas embalagens, sem comprometer a integridade do produto. Isso pode ser feito por meio de embalagens mais leves ou do uso de materiais alternativos, quando viável;
  • Parcerias com empresas especializadas em logística reversa para garantir que as embalagens plásticas retornem ao ciclo produtivo e sejam recicladas ou reutilizadas adequadamente; e
  • Investimento em programas de compensação ambiental, como o plantio de árvores ou apoio a iniciativas de limpeza ambiental, e em programas de educação ambiental.

Como uma tendência com viés de sustentabilidade, Assunta Napolitano cita também as possibilidades das embalagens de transportes em sistemas de logística reversa a partir de ferramentas de rastreabilidade.

“Essas inovações refletem a crescente preocupação com a sustentabilidade e a eficiência logística, ao mesmo tempo em que atendem às novas exigências do mercado de e-commerce, que continua a expandir rapidamente”, conclui.

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