Um dos assuntos que mais têm se destacado ultimamente entre as empresas de praticamente todos os setores, incluindo a indústria do plástico, é a questão da sustentabilidade ambiental. Isso porque está cada vez mais forte a consciência de que os recursos do planeta são finitos e de que mudanças de gestão precisam ser efetuadas o quanto antes para garantir uma produção industrial mais sustentável nos próximos anos.
“Boa parte dos produtos desenvolvidos não é totalmente consumida, provocando uma significativa quantidade de resíduos”, ressalta Camila Santos, engenheira ambiental. É justamente neste cenário que a logística reversa ganha espaço no âmbito industrial.
A prática tem como objetivo principal o recolhimento e a reutilização de produtos e materiais que tiveram o seu ciclo produtivo encerrado, fazendo o processo inverso ao da logística tradicional, que tem como fundamento o fluxo da origem do produto para o seu ponto de consumo. Dessa forma, a logística reversa constrói uma estreita relação com a reciclagem, ao facilitar o reaproveitamento dos materiais coletados e proporcionar o seu retorno aos diferentes centros produtivos em forma de matéria-prima.
Confira, a seguir, mais detalhes sobre esta importante relação:
Vantagens da relação logística reversa e reciclagem
Para Domingos Salvador, responsável pela cooperativa de reciclagem de Eldorado do Sul/RS, a relação entre a logística reversa e a reciclagem pode trazer diversos benefícios para o meio ambiente. “Os resíduos sólidos retornam para as empresas de origem, evitando, assim, a possível poluição ou contaminação de solos, rios, mares e florestas. Além disso, o consumo de matéria-prima diminui e permite a economia nos processos produtivos das empresas, já que os resíduos entram novamente na cadeia produtiva”, explica.
Apesar disso, ainda não existe um sistema de responsabilidade compartilhada para que o destino dos resíduos sólidos seja adequado. Governos, empresas e consumidores precisam ser responsáveis pela coleta seletiva, a separação, o descarte e o destino dos resíduos sólidos (principalmente os recicláveis). “Quando isso acontecer, de fato, as indústrias passarão a usar tecnologias mais limpas e até criarão embalagens e produtos que sejam mais facilmente reciclados para facilitar sua reutilização”, resume.
Acordo Setorial de Embalagens
Está em vigor, no entanto, desde novembro de 2015, o Acordo Setorial de Embalagens, no qual empresários do comércio e da indústria se responsabilizam em realizar projetos de logística reversa focados em dois pontos: o apoio a cooperativas de catadores de materiais recicláveis, como os oriundos do plástico, e a implementação de pontos de entrega voluntária de produtos pelos consumidores (PEVs).
A função de cada setor neste acordo ficou estabelecida da seguinte forma:
• Consumidores: devolver os produtos que não são mais usados em postos (locais) específicos.
• Comerciantes: instalar locais específicos para a coleta (devolução) destes produtos.
• Indústrias: retirar estes produtos, através de um sistema de logística, reciclá-los ou reutilizá-los com a ajuda de cooperativas.
• Governo: criar campanhas de educação e conscientização para os consumidores, além de fiscalizar a execução das etapas da logística reversa.
O plano de gestão de resíduos dentro do contexto da logística reversa tem a meta de reduzir em 22% a quantidade de embalagens pós-consumo destinadas a aterros até o fim de 2017.
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