Implementar a automação na gestão de resinas plásticas na indústria é o passo decisivo para transformar a eficiência de quem busca sobreviver em um mercado de margens cada vez mais estreitas.

Considerando que a matéria-prima pode representar até 70% do custo final de uma peça plástica, depender de processos manuais, que estão sujeitos a derramamentos e erros de mistura, é um risco financeiro insustentável.

A verdadeira eficiência começa muito antes da injeção ou extrusão: ela nasce na gestão inteligente do insumo. Segundo dados recentes da Confederação Nacional da Indústria (CNI), a digitalização e automação de processos industriais podem aumentar a eficiência produtiva em mais de 20%, um diferencial competitivo crucial para os próximos anos.

Conceito de automação na gestão de resinas plásticas na indústria

Muitos gestores associam automação apenas a braços robóticos retirando peças, mas o conceito é mais amplo. Ele abrange o controle total do fluxo físico e lógico do material, integrando desde o recebimento da resina nos silos, passando pela distribuição pneumática, até a alimentação precisa no funil da máquina transformadora.

Os benefícios vão além da modernização visual da fábrica. Estamos falando de um retorno sobre o investimento acelerado pela redução drástica de desperdícios, eliminação do trabalho manual pesado (ergonomia) e garantia de que a receita do polímero será seguida à risca, sem variações humanas.

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Aplicações da automação na gestão de resinas plásticas na indústria

Para modernizar a planta, é preciso atacar os pontos críticos onde ocorrem as maiores perdas. Veja abaixo como a tecnologia atua nos três pilares físicos do processamento: transporte, mistura e preparação do material.

Transporte e manuseio de matéria-prima

O sistema de alimentação centralizada marca o fim do “rasga saco” e da movimentação manual de cargas. Utilizando transporte pneumático a vácuo, a resina é levada de silos ou big bags diretamente para as máquinas, eliminando a necessidade de empilhadeiras circulando entre injetoras.

Imagine eliminar 500 sacos de 25kg circulando no chão de fábrica por dia. A automação garante uma fábrica limpa (conceito clean factory), evita a contaminação cruzada entre diferentes materiais e aumenta significativamente a segurança do trabalho, reduzindo os afastamentos por lesões.

A precisão na dosagem e mistura

A substituição da mistura manual por dosadores gravimétricos é essencial para o controle de perdas na indústria. Diferente dos sistemas volumétricos ou manuais, o gravimétrico pesa cada grânulo em tempo real, garantindo que a porcentagem de aditivos ou masterbatch seja exata: nem mais, nem menos.

Isso garante a consistência da cor e das propriedades mecânicas do produto final, lote após lote. Além da qualidade, há uma economia direta: o sistema evita a “sobredosagem” de segurança, poupando aditivos caros que seriam desperdiçados em uma mistura manual imprecisa.

Secagem e desumidificação inteligente

Para materiais higroscópicos como PET, Poliamida (PA) e ABS, a automação na secagem é vital. Sistemas modernos monitoram o dew point (ponto de orvalho) constantemente, ajustando a potência do secador conforme a necessidade real do material.

Essa tecnologia impede dois grandes problemas: a degradação térmica da resina por excesso de calor e defeitos visuais (bolhas ou manchas) por falta de secagem. Além disso, o consumo energético desses periféricos inteligentes é drasticamente menor do que estufas convencionais.

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Como usar tecnologias de controle e gestão de estoque na indústria plástica?

A integração entre hardware e software é o que define um eficiente sistema de gestão de estoque plástico. Sensores de nível instalados em silos e tanques comunicam-se em tempo real com o software da fábrica, eliminando a necessidade de contagens manuais e planilhas desconectadas.

Essa ponte com o ERP permite uma rastreabilidade total, fundamental para auditorias e controle de qualidade. O gestor consegue saber exatamente qual lote de resina foi utilizado em qual ordem de produção, facilitando a reposição automática de compras e evitando paradas de máquina por falta de material.

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O papel da automação na sustentabilidade e logística reversa de resinas

A automação é a grande viabilizadora da logística reversa de resinas dentro da fábrica. O uso de polímeros reciclados (PCR) exige precisão, pois sua densidade pode variar; dosadores automáticos compensam essa variação instantaneamente, mantendo o processo estável.

Outro ponto forte é a otimização do scrap (refugo). Moinhos de baixa rotação integrados ao lado da máquina permitem que canais de injeção e peças reprovadas sejam moídos e reintroduzidos automaticamente no processo em circuito fechado, zerando o descarte de material nobre.

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Quais são os desafios ao implementar a automação na gestão de resinas plásticas?

Um bom planejamento de produção de plásticos deve prever que o principal desafio não é técnico, mas cultural. É necessário treinar a equipe para deixar de ser “carregadora de material” e passar a ser operadora de sistemas, focando na análise de dados e performance.

Quanto ao custo inicial, ele é rapidamente amortizado. Estima-se que uma economia de apenas 1% a 2% no consumo de matéria-prima, obtida pela precisão da dosagem e eliminação de derramamentos, seja suficiente para pagar o investimento em automação em poucos meses (payback acelerado).

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O futuro da automação na gestão de resinas plásticas

A automação na gestão de resinas plásticas na indústria não é apenas uma tendência, é o pré-requisito para a Indústria 4.0. Quem controla seus dados e seus insumos com precisão está preparado para integrar inteligência artificial e manutenção preditiva, garantindo longevidade e lucro no mercado.

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