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Plástico está presente em mais da metade da produção de calçados

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Versatilidade, maleabilidade, durabilidade, resistência e conforto são algumas das vantagens apontadas pela indústria

O setor de têxteis e vestuário representa menos de 1% dos transformados plásticos no Brasil. Se o montante é pequeno para a indústria do plástico como um todo, o mesmo não se pode dizer da indústria de calçados, que faz uso intensivo da matéria-prima.

“O plástico é utilizado, principalmente, na fabricação de chinelos, que responderam, em 2021, por 54% da produção total de calçados: 435 milhões de pares, dos 806 milhões produzidos”, afirma Haroldo Ferreira, presidente-executivo da Abicalçados (Associação Brasileira das Indústrias de Calçados).

Além de material predominante nos chinelos, o plástico na indústria calçadista encontra outras aplicações, como no desenvolvimento e produção de componentes, como explica o vice-presidente executivo do IBTeC (Instituto Brasileiro de Tecnologia do Couro, Calçado e Artefatos), Valdir Soldi: “São solados, palmilhas, entressolas, contrafortes, saltos, forro interno, cabedal, entre outros”.

Vantagens do plástico

“É uma cadeia bem desenvolvida, com agilidade de produção, preço e potencial de reciclagem”, aponta Júlia Webber, gestora de Design da Assintecal (Associação Brasileira de Empresas de Componentes para Couro, Calçados e Artefatos), para quem o plástico é “a base da indústria” de calçados.

“Ele proporciona aspectos como beleza, praticidade e durabilidade, que podem ser trabalhados com muito potencial de alto desempenho e produtos inteligentes.”

Outras vantagens que o plástico oferece para este setor são a versatilidade, maleabilidade, resistência e a sua contribuição para o desenvolvimento de modelos de diferentes cores e formatos. Há também a questão do conforto, tanto em relação ao calce, quanto à leveza, principalmente nos solados.

Sustentabilidade

Um benefício citado pelos especialistas diz respeito à sustentabilidade. Segundo o professor Valdir, a maioria dos plásticos permite a reciclagem e o reaproveitamento pela própria indústria, além da possibilidade de se utilizar os resíduos para aplicações em outros segmentos.

Por outro lado, uma das desvantagens apontadas é justamente a ambiental, caso não haja responsabilidade por parte dos agentes da cadeia produtiva e do consumidor final, conforme alerta Júlia Webber: “O plástico é oriundo de fontes fósseis e não renováveis, e pode utilizar químicos poluentes. Nem sempre os produtos são feitos para durar mais e as cadeias de reciclagem ainda são pouco desenvolvidas”.

Plástico reciclado na indústria da moda

Uma alternativa para superar este desafio tem sido a utilização do plástico reciclado. De acordo com o IBTeC, muitas indústrias já se valem de uma mistura de material virgem e reciclado na proporção até 30% a 35% de reciclado na fabricação dos componentes.

Um bom exemplo é a Grendene, uma das maiores produtoras de calçados do mundo, detentora de marcas como Melissa, Rider e Ipanema e outras, com dez fábricas no Brasil e uma capacidade instalada de 250 milhões de pares por ano.

Um de seus programas de inovação sustentável possui modelos produzidos com até 82% de material reciclado de resíduos do próprio processo produtivo ou de garrafas PET. Mais de 97% de todo o plástico usado pela empresa na produção é reciclado dentro da própria operação, não só a partir de aparas, mas também de material pós-consumo.

Para isso, a calçadista mantém um programa de logística reversa desde 2019, quando instalou coletores nas lojas Melissa para os consumidores descartarem os calçados usados da marca.

Haroldo, da Abicalçados, ressalta que a sustentabilidade ambiental já é uma realidade no setor calçadista, mas ainda há espaço para crescer: “Notamos, por uma percepção de mercado, o aumento de materiais reciclados pelos fabricantes, entre eles o plástico. Mas ainda não é a maioria”.

Crescimento

O uso do plástico na indústria da moda em geral, e do calçado em particular, já é o maior mercado no mundo. Para os próximos anos, sua utilização tende a crescer ainda mais, pois além das vantagens já apontadas, existe a boa relação custo-benefício para o usuário final, considerando a durabilidade do material.

Na visão de Júlia, o potencial do plástico é enorme. É só uma questão de a indústria se posicionar de maneira coerente com o meio ambiente. “Para isso, há que se apostar em inovações sustentáveis e na construção de redes de colaboração entre a cadeia toda, logística reversa e, principalmente, a limpeza dos ecossistemas”.

Sua indústria fornece transformados plásticos para o setor calçadista? Como está a demanda?

Entenda também o porquê a indústria têxtil aderiu ao uso do plástico em seus produtos.

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