Você já ouviu falar sobre plástico sustentável e como ele pode transformar a relação entre a indústria e o meio ambiente? Entre as alternativas que vêm ganhando destaque está o chamado plástico verde, que representa uma inovação importante na busca por soluções mais responsáveis e eficientes.

Neste conteúdo, vamos explicar o que é plástico verde, do que ele é feito e como seu uso pode gerar benefícios concretos em termos de sustentabilidade, sem abrir mão da performance técnica. Acompanhe e descubra por que esse material tem sido cada vez mais adotado em embalagens, bens de consumo e outras aplicações industriais.

O que é plástico verde?

O plástico verde é um tipo de resina termoplástica obtida a partir de matéria-prima 100% renovável, sendo a cana-de-açúcar a principal fonte usada no Brasil. Ao contrário dos plásticos derivados de petróleo, ele é produzido por meio da transformação do etanol da cana em polietileno, mantendo as mesmas propriedades técnicas do material convencional e com a vantagem de reduzir o impacto ambiental.

Resultado de investimentos em inovação, o polietileno de fonte renovável contribui diretamente para a redução de emissões de gases do efeito estufa. Esse avanço inaugura uma nova fase para a sustentabilidade na cadeia produtiva do plástico, beneficiando indústrias, marcas e consumidores.

Para identificar produtos que utilizam esse material, a Braskem criou o selo I’m green™, um símbolo claro de compromisso com práticas sustentáveis. Ele comunica de forma direta o uso de componentes renováveis, agregando valor ao produto final e respondendo à demanda crescente por soluções mais conscientes.

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Qual é o principal polímero para a fabricação de plástico verde?

O polietileno (PE) é o principal polímero utilizado na produção de plástico verde. O processo começa com a cana-de-açúcar, que é transformada em álcool etílico (etanol). Esse etanol, por meio de reações químicas, é convertido em eteno e, posteriormente, polimerizado para formar um plástico sustentável.

O resultado é uma resina termoplástica com as mesmas propriedades do polietileno convencional, mas com a vantagem de ser feita a partir de material renovável, contribuindo para práticas mais alinhadas à sustentabilidade e ao uso otimizado de recursos.

Quais são as vantagens do plástico verde na indústria do plástico?

O uso do plástico verde vem ganhando espaço na indústria por unir sustentabilidade, inovação e viabilidade econômica. Seu diferencial está em reduzir os impactos ambientais sem comprometer a performance técnica dos produtos. A seguir, veja os principais benefícios:

Origem de fontes renováveis

Produzido a partir de matéria-prima vegetal, como a cana-de-açúcar, o plástico verde não depende de petróleo e contribui para a preservação dos recursos naturais. Sua produção não esgota as fontes, já que provém de um material renovável com alto potencial de reaproveitamento agrícola.

Oferece as mesmas especificações técnicas

O polietileno verde mantém todas as propriedades físicas e químicas do plástico convencional. Ele pode ser aplicado nos mesmos processos industriais, garantindo o mesmo desempenho técnico e gerando economia na cadeia produtiva, sem exigir adaptações estruturais.

Captura CO² da atmosfera

Enquanto o plástico tradicional emite gases poluentes durante sua produção, o plástico verde contribui para a captura de CO². Estimativas indicam que, para cada tonelada de cana-de-açúcar utilizada, até 4,6 toneladas de CO² deixam de ser lançadas na atmosfera.

Produto reciclável

Assim como outros termoplásticos, o plástico verde é reciclável, podendo ser reintegrado ao ciclo produtivo após o uso. Essa característica reforça seu papel dentro de uma economia circular, minimizando o descarte e favorecendo práticas de reaproveitamento.

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Mais economia

Outra vantagem é que o método de produção de cana-de-açúcar e etanol já é consolidado no Brasil, o que reduz os custos operacionais e facilita a inserção do plástico verde no mercado. Trata-se de uma solução inovadora, porém acessível, com aplicação imediata em larga escala.

Quais são as desvantagens da fabricação de plástico verde?

Apesar dos avanços na produção de plástico sustentável, sua cadeia ainda apresenta desafios que precisam ser observados com cautela para garantir que os benefícios ambientais não sejam comprometidos por impactos indiretos.

Produção de cana-de-açúcar

Para ampliar a produção de plástico verde, é necessário expandir as áreas de cultivo de cana-de-açúcar, o que pode resultar em maior consumo de água, fertilizantes, combustíveis e defensivos agrícolas. Embora o insumo seja de origem renovável, sua produção em larga escala demanda atenção redobrada aos possíveis impactos ambientais, como o desmatamento e a degradação do solo.

Produção de etanol

O etanol é o intermediário entre a cana-de-açúcar e o polietileno verde. No entanto, a oferta de etanol precisa ser suficiente para atender tanto a indústria do plástico quanto outros setores estratégicos, como o automotivo. Se não houver equilíbrio, pode haver competição entre mercados, impactando preços e disponibilidade do insumo.

Áreas de plantio

A demanda crescente por cana-de-açúcar também levanta o risco de concorrência com a produção de alimentos, especialmente em regiões onde a agricultura já está próxima de sua capacidade máxima. É fundamental garantir que a expansão da produção de plástico verde não comprometa a segurança alimentar ou pressione ainda mais o uso do solo.

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Aplicações do plástico verde na indústria do plástico

A versatilidade do plástico verde permite seu uso em diversas áreas da indústria, mantendo as mesmas funcionalidades do polietileno tradicional, com o benefício adicional da origem renovável. A seguir, veja onde esse plástico sustentável já é utilizado:

  • Embalagens: garrafas, frascos, filmes flexíveis e potes para alimentos, cosméticos e produtos de limpeza.
  • Materiais de construção: aplicado em tubos, conexões e acabamentos, aproveitando sua durabilidade e resistência química.
  • Sacolas: opção mais ecológica para o varejo, com alta resistência e possibilidade de reciclagem.
  • Peças automotivas: usado em componentes internos e externos, contribuindo para reduzir a pegada de carbono da indústria automotiva.
  • Utensílios domésticos: potes, tampas, baldes e outros produtos do dia a dia com apelo sustentável.
  • Brinquedos: alternativa segura e renovável para a produção de brinquedos com alta exigência de qualidade.
  • Fios e cabos: o plástico verde é utilizado como revestimento, unindo flexibilidade, resistência e sustentabilidade.

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Diferenças entre o plástico verde e o plástico biodegradável

Embora ambos sejam associados à sustentabilidade, plástico verde e plástico biodegradável são materiais distintos, com finalidades e comportamentos diferentes ao longo de seu ciclo de vida. Entender suas características é importante para escolher a solução mais adequada em cada aplicação.

Decomposição x reciclagem

O plástico biodegradável é projetado para se decompor naturalmente por meio da ação de micro-organismos, em condições específicas de temperatura e umidade. Já o plástico verde, embora tenha origem renovável, não se decompõe, mas é 100% reciclável, podendo ser reprocessado diversas vezes e integrado à cadeia da economia circular.

Matéria-prima

Outra diferença está na composição dos materiais. O plástico biodegradável costuma ser produzido com amido, celulose ou outras fibras vegetais, enquanto o plástico verde é fabricado a partir do álcool etílico (etanol) extraído da cana-de-açúcar, um insumo amplamente disponível no Brasil.

Tanto o plástico biodegradável quanto o plástico verde contribuem para a sustentabilidade, mas de formas diferentes: um pela decomposição controlada, outro pela reciclabilidade e uso de matéria-prima renovável. Cabe à indústria avaliar qual alternativa se alinha melhor aos seus processos e objetivos ambientais.Quer explorar mais soluções sustentáveis para o setor plástico? Acesse o Mundo do Plástico e acompanhe as tendências, tecnologias e debates sobre o futuro dos materiais.