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Estudo inédito no Brasil mostra superioridade ambiental das embalagens PET

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Resultado já havia sido observado em avaliações semelhantes realizadas nos Estados Unidos e Europa

A ABIPET (Associação Brasileira da Indústria do PET) coordenou um estudo inédito com o comparativo do ciclo de vida dos materiais mais utilizados para envase de líquidos.

Foram consideradas 11 unidades diferentes de embalagens de água, refrigerante e óleo comestível de vários volumes, sendo 6 de PET, 2 de alumínio, 2 de vidro e 1 de aço, sendo que o PET demonstrou desempenho superior às demais.

Para Auri Marçon, presidente executivo da ABIPET, o resultado era esperado.

“Em países da Europa e nos Estados Unidos, estudos de Avaliação do Ciclo de Vida já demonstraram o desempenho superior do PET em relação a outros tipos de embalagem. Portanto, havia essa mesma percepção em relação ao Brasil”.

Ele lembra que até então não havia um estudo com dados locais, e ressalta a importância que as características de cada um dos eixos analisados são diferentes de um país para outro.

“Aliás, esse é um alerta importante, pois levantamentos realizados em outros países, por quaisquer das embalagens, não são válidos como referência em outros que possuem, por exemplo, matriz energética, módulos de transporte e índices de reciclagem distintos”.

Sobre o estudo

Também conhecido como “do berço ao túmulo”, a Avaliação do Ciclo de Vida (ACV) de Embalagens PET para Alimentos Líquidos analisou o impacto ambiental das embalagens desde a extração da matéria-prima até o descarte, passando pelas etapas de produção, envase, transporte, comercialização e reciclagem pós-consumo.

Para este estudo, foram avaliadas:

  • Embalagens PET de 500 ml e 1.500 ml (água), 250 ml, 600 ml e 2 litros (refrigerante) e 900 ml (óleo comestível)
  • Embalagens de alumínio de 350 ml (água) e 350 ml (refrigerante)
  • Embalagens de vidro de 300 ml (água) e 250 ml (refrigerante)
  • Embalagens de aço de 900 ml (óleo comestível)

Marçon destaca que o estudo foi elaborado por diferentes elos do mercado. Sob coordenação da ABIPET, participaram ativamente a Associação Brasileira da Indústria de Refrigerantes e Bebidas Não Alcoólicas (ABIR) e a Associação Brasileira da Indústria de Óleos Vegetais (ABIOVE), com contribuição de empresas e brand owners que representam mais de 80% do mercado.

“As maiores empresas atuantes no País forneceram informações detalhadas de seus processos, protegidas por acordos de confidencialidade, o que garantiu uma altíssima credibilidade para os dados e as comparações posteriores com outros materiais de embalagem”, conta.

O presidente executivo da ABIPET acrescenta que as equipes do Centro de Tecnologia de Embalagens, do Instituto de Tecnologia de Alimentos (ITAL/CETEA), ligado à Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, construíram um genuíno Inventário do Ciclo de Vida das Embalagens PET.

Vale ressaltar que o estudo contemplou todos os elos da cadeia produtiva, distribuição e comercialização das embalagens avaliadas, desde empresas que atuam no setor de alimentos líquidos no Brasil até fabricantes de resinas de PET, produtores de embalagens, envasadores e distribuidores com foco em água mineral, refrigerantes e óleo comestível.

Além disso, foi submetido à revisão crítica feita por especialistas de grandes universidades brasileiras.

Resultados

O PET apresentou melhor desempenho em seis das 12 categorias de impacto abordadas, justamente naquelas que mais alertam a sociedade em relação ao meio ambiente. São elas:

  • Mudanças Climáticas: alteração do clima global, aumento de temperaturas e gases do efeito estufa;
  • Acidificação: emissões produzidas que contribuem para a chuva ácida, formação de smog (Smoke and Fog);
  • Ocupação do Solo: áreas ocupadas para exploração de atividades econômicas;
  • Material particulado: partículas finas que causam doenças respiratórias;
  • Ecotoxidade: emissões para o ar, água e solo que ameaçam a saúde de espécies; e
  • Consumo de água: quantidade total de recursos hídricos utilizado no processo de produção.

Por exemplo, a embalagem PET de 500 ml de água utiliza 53% menos de água na comparação com a de alumínio e 86% menos que a de vidro. Já na embalagem de 1.500 ml, o índice de toxidade do PET é 94% menor que o do alumínio e 97% menor que o do vidro.     

Na comparação entre embalagens para refrigerantes, uma garrafa PET de 2 litros utiliza 64% de água a menos durante a produção do que o alumínio e 88% a menos que a de vidro.

Com relação ao óleo comestível em embalagem de 900 ml, o PET abre larga vantagem em relação à lata de aço: menos 99% de consumo de água, menos 81% de emissão de CO2 e menos 88% de ecotoxidade.

O sumário completo pode ser baixado gratuitamente neste link.

Luz científica

Na avaliação de Marçon, estudos como este, que jogam luz científica sobre o debate da gestão dos resíduos sólidos urbanos no Brasil, contribuem não só para a formulação de políticas públicas consistentes, mas principalmente ajudam a combater o que ele considera uma “verdadeira guerra comercial existente contra o PET e os plásticos, disfarçada de discurso ambiental”.

“A Avaliação do Ciclo de Vida veio para subsidiar o poder público, as empresas e os consumidores com informações técnicas e científicas que auxiliem na tomada de decisão sobre qual é a melhor opção de embalagem sob o ponto de vista ambiental”, reforça.

Ele cita também a importância do Censo da Reciclagem, estudo amplamente conhecido e que subsidia o setor e o poder público a respeito dos gargalos existentes no quesito da reciclagem em todo o país.

O Censo de Reciclagem será tema do conteúdo do Mundo do Plástico nas próximas semanas. Continue acompanhando o canal para ficar por dentro de tudo que envolve a indústria do plástico!

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