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Indústria está atenta às mudanças climáticas

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Nível de conscientização das empresas passa pelo setor de atuação, porte e origem multinacional, entre outros fatores

Temperaturas acima da média, ondas de calor, secas prolongadas, tempestades violentas, inundações... Nem o mais ferrenho negacionista do aquecimento global deixou de perceber o desequilíbrio provocado pelas mudanças climáticas nos últimos anos.

A principal causa apontada por especialistas está na liberação excessiva de gases de efeito estufa resultante das atividades humanas. Estes gases – como dióxido de carbono, metano e óxido nitroso – retêm o calor do sol na atmosfera e elevam a temperatura do planeta.

Tal desequilíbrio afeta não apenas os bilhões de habitantes, mas também a atividade econômica, e a indústria vem se empenhando no sentido de mitigá-lo.

É o que mostra, por exemplo, o Índice de Sustentabilidade Ambiental da Honeywell, que mede o movimento no sentimento corporativo e no investimento na frente da sustentabilidade.

Na última edição, publicada em dezembro de 2023, 62% das organizações em todo o mundo afirmam que os recentes incêndios florestais, inundações e tempestades ocorridos ao longo do ano terão um impacto material nas suas iniciativas ambientais, e 45% admitem que o calor extremo terá ou já teve um efeito material nos seus planos a curto prazo.

Conscientização na indústria

Na visão de Aline Mazetti, consultora de Sustentabilidade da BASF para América do Sul, o conhecimento e preocupação com as mudanças climáticas na indústria brasileira dependem, entre outros fatores, do setor em que a empresa está envolvida e do porte e cultura da empresa.

“Indústrias que atuam em setores mais próximos do consumidor final, como, por exemplo, alimentos, cosméticos, vestuário, estão mais comumente comprometidas com a sustentabilidade e a questão climática”, aponta.

Indústrias que fazem parte de grupos multinacionais também costumam adotar compromissos e estratégias de proteção climática, que têm origem na cultura e extensão das estratégias das matrizes.

Isso se dá principalmente quando a matriz está sediada em países nos quais as discussões, cobranças do meio político, financeiro e social e cenário regulatório são mais intensas, como a União Europeia.

“No Brasil, como a regulação do mercado de carbono ainda está em tramitação nas casas legislativas, o domínio do tema e preocupação por gestores da indústria ainda não é generalizado”, constata Aline.

O porte da empresa também pode influenciar na percepção e ações para diminuir a emissão de gases de efeito estufa, mas não é um impedimento.

Aline lembra que pequenas empresas de alimentos ou cosméticos apresentam certa maturidade com relação ao tema de carbono, e muitas adotam várias práticas de sustentabilidade em sua estratégia, seja pela pressão do mercado em que atuam, seja por demandas dos consumidores.

“Por outro lado, empresas de maior porte, possuem recursos significativos para investir em tecnologias e práticas sustentáveis, integrando-as em sua estratégia de negócio”, diz.

Bons exemplos

Um bom exemplo que vem da BASF é a ferramenta digital SCOTT, que calcula a pegada de carbono em produtos de maneira digital e automatizada, e oferece transparência aos clientes sobre impacto climático dos produtos fornecidos.

Aline conta que a BASF firmou compromissos públicos para contribuir com a agenda global de mitigação dos seus efeitos no planeta.

Até 2030, a empresa se comprometeu a reduzir em 25% as emissões absolutas de carbono geradas nas operações e em 15% as relacionadas às matérias-primas que compra. Até 2050, a meta é atingir emissões zero para todos estes escopos.

“Nós também buscamos contribuir para a estratégia climática dos nossos clientes, oferendo um portfólio de matérias-primas com baixa pegada de carbono e compartilhando conhecimento e boas práticas.”

A consultora cita outras iniciativas da multinacional que permeiam importantes tópicos ligados às mudanças climáticas:

Eficiência energética

Presente em sete unidades produtivas da BASF na América do Sul, o projeto Triple E (Excellence in Energy Efficiency) visa a melhorar índices energéticos e de sustentabilidade e aumentar a competitividade da companhia no continente.

Desde sua implementação, em 2015, o Triple E identificou mais de 610 iniciativas de eficiência energética, sendo que 228 já foram implementadas ou estão em fase de implementação.

Essas iniciativas representam uma economia esperada de R$ 41,6 milhões por ano, além de uma redução de emissões de 33,7 mil toneladas de CO2 equivalente por ano para todo o continente.

Redução de gases de efeito estufa

A modernização do Complexo Industrial de Tintas e Vernizes da Suvinil em São Bernardo do Campo (SP) recebeu um investimento de R$ 50 milhões para aprimorar a eficiência da produção e alcançou uma redução expressiva da pegada de carbono de 65% em toda a cadeia produtiva.

Outro investimento da BASF foi em uma Área de Preservação Permanente (APP), a Reserva Suvinil, com 30 hectares de Mata Atlântica, dentro do Complexo de Tintas e Vernizes da BASF, em São Bernardo do Campo.

Um levantamento da Fundação Eco+ identificou na reserva: 176 espécies de plantas pertencentes a 55 famílias e 117 gêneros botânicos, 85 espécies de aves, oito de mamíferos, ao menos cinco de serpentes e três de lagartos, além de anfíbios e peixes, e cinco nascentes.

“Quando integramos a sustentabilidade em nossos processos e colaboramos de maneira transparente e proativa com os stakeholders, estamos construindo um futuro mais resiliente e ecologicamente consciente”, afirma Aline.

Ela reforça que o importante é promover um ambiente que permita a todas as empresas, independentemente do tamanho, abraçarem iniciativas que contribuam para a mitigação das mudanças climáticas, transformando desafios em oportunidades.

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