Com a busca incessante pela sustentabilidade, os bioplásticos ganham cada vez mais espaço em diversas aplicações na indústria do plástico. Isso vem ocorrendo principalmente pela inovação gerada por muitas startups em parceria com as indústrias.
As startups usam os bioplásticos como motor de transformação na indústria do plástico. Cabe a essa parceria tirar insights do campo da pesquisa e oferecer possibilidades para que sejam colocados em prática na indústria do plástico.
Para entender mais sobre os benefícios dessa relação, conversamos com Artur Faria, CEO da Oxygea, que é um hub de aceleração e investimento em startups com projetos de sustentabilidade.
Bioplásticos garantem maior sustentabilidade à indústria
A sustentabilidade é o assunto do momento em vários segmentos industriais e sociais.
Na indústria do plástico, por exemplo, o desenvolvimento e aplicação do bioplástico vem adquirindo grande protagonismo.
Cada vez mais adotado na indústria, o bioplástico surge para promover a reciclagem e tornar os produtos mais verdes e biodegradáveis. Afinal, diferente do plástico tradicional, o bioplástico (ou biopolímero) vem de fontes renováveis.
“A matéria-prima dos bioplásticos são fontes renováveis, ou seja, uma alternativa que captura CO2 da atmosfera ao invés de colocar CO2 na atmosfera, diferente de uma fonte fóssil”, cita Artur Faria.
Neste contexto, a capacidade de inovação de startups, associada à necessidade da indústria do plástico, está gerando formulações específicas de modernos bioplásticos, para que estes apresentem propriedades mecânicas e processabilidade adequadas para que sejam mais sustentáveis.
Startups e indústria de plásticos: parceria com excelentes resultados
Com toda a onda de inovação e a incessante busca pela sustentabilidade, muitos gestores já reconhecem o real papel das startups na indústria do plástico e a importância delas para a economia mundial.
Mas, antes de entender a importância delas, é preciso entender o que é uma startup.
Basicamente, toda startup é uma empresa em fase inicial que busca a inovação de forma recorrente e que oferece um modelo de negócio que pode ser alavancado e replicado, com foco em alcançar um público maior e que possua uma determinada demanda.
Por nascerem com base no uso da tecnologia, startups prezam pela cultura de testes e de desenvolvimento rápido. Consequentemente, quebram a lógica burocrática de negócios tradicionais, ocasionando uma disrupção no marcado.
Dessa forma, para o CEO da Oxygea as startups se comportam como excelentes parceiras da indústria do plástico, principalmente com o desenvolvimento de bioplásticos. “Dentro do segmento, as startups já surgem focadas em biopolímeros, que são soluções mais sustentáveis”.
Além disso, Faria explica que os biopolímeros ainda não são produzidos em larga escala em todo o mundo, abrindo uma oportunidade interessante para essas empresas.
“O mercado de bioplásticos ainda está aparecendo, então é algo que uma startup tem condição de aproveitar de um nicho de mercado crescente. Por outro lado, é algo complexo, que exige muita engenharia para produzir”, salienta.
O diferencial da tecnologia nas startups
É crescente a preocupação social e ambiental da indústria do plástico, que precisa adotar alternativas para reduzir efeitos nocivos da produção e da falta de reciclabilidade.
Neste contexto, o uso do bioplástico biodegradável vem sendo cada vez mais cogitado. Ele contribui tanto para a diminuição da produção de lixo plástico quanto para o aumento da capacidade dos sistemas de manejo do lixo, uma vez que o material se decompõe no ambiente.
Dessa forma, Artur Faria salienta que grande parte da inovação em desenvolvimento de bioplásticos está nas startups.
“Essas empresas (startups) conseguem trazer processos muito mais econômicos de inovação, testando e validando hipóteses com o mercado de forma muito mais rápida do que uma grande empresa”, explica.
“Geralmente, as empresas de grande porte apresentam certa dificuldade de agilidade, por isso acabam contratando startups para rodar projetos dessa natureza.”
Parceria benéfica para ambos os lados
A interação entre o mundo das startups e o mundo da indústria de plástico é a melhor forma de levar inovação para dentro das fábricas, e de forma mais rápida e barata.
Assim, ao invés de as grandes indústrias desenvolverem todo um processo para o desenvolvimento de soluções inovadoras (que podem se alongar mais do que o convencional por conta de estruturas engessadas), elas fazem parcerias com startups que fazem isso de uma forma mais eficiente.
Quando bem alinhado, este tipo de parceria beneficia tanto a indústria do plástico, quanto a startup.
A indústria ganha mais agilidade ao implementar uma solução adaptável capaz de resolver seu problema real, que, por consequência, fará com que ela seja mais sustentável.
A startup, por sua vez, ganha um poder financeiro maior para escalar o desenvolvimento de soluções inovadoras em bioplásticos, principalmente com a validação delas em aplicações reais dentro da indústria.
Por fim, Artur Faria explica que a Oxygea nasceu para fazer essa ponte entre estes dois elos: “A nossa tese de investimentos está ligada à sustentabilidade, à transformação digital, e vai invariavelmente tangenciar outras indústrias além da química”, finaliza.
Essa iniciativa nasce com um capital de US$ 150 milhões a serem investidos nos próximos cinco anos.
Aproveite para ler este artigo e saber como os bioplásticos abrem novas opções sustentáveis para a indústria do plástico.