Existem vários aspectos que podem influenciar nos custos operacionais, competitividade e reputação de uma indústria.
Um deles é o lead time, que passaremos a tratar neste conteúdo.
O que é lead time?
Por definição, lead time é o tempo necessário para um produto percorrer todo seu ciclo, desde o pedido do cliente até a entrega.
Estudos apontam que um lead time alto pode reter até 30% do faturamento de uma indústria de manufatura, um capital que poderia ser investido no crescimento da empresa.
Por isso, uma boa gestão do lead time é considerada um diferencial estratégico.
Diferentes tipos de lead time
Por se tratar de uma cadeia longa, o lead time é aplicado a diversas etapas, tais como:
- Lead time de entrega: período entre a confirmação do pedido e a entrega do produto ao cliente;
- Lead time de compras (ou reposição de insumos): período entre a solicitação para os fornecedores até a entrega dos insumos na empresa;
- Lead time de produção (ou industrial): período designado ao processo e transformação da matéria-prima em produto final.
No caso deste último, algumas formas para reduzir este tempo são manter um estoque simples com peças semiacabadas à espera de seguir para a produção e um estoque de produtos finalizados para pronta entrega.
“Um lead time industrial alto requer um estoque alto de produto acabado e matéria-prima para manter o atendimento ao cliente. Isso significa um impacto direto no capital de giro da empresa, é dinheiro parado”, explica Djanclei Mota, head de Customer Success da Cogtive, fabricante do software do mesmo nome que otimiza os processos e ganho de produtividade em indústrias.
“Por outro lado”, alerta Mota, “quando a empresa decide não acumular estoque devido ao custo, mas continua com lead time alto, ela perde em tempo de entrega, o que impacta diretamente na sua competitividade e na satisfação do cliente”.
Como calcular o lead time
Para isso, é necessário mapear o processo (chamado Value Stream Mapping), no qual se realiza a soma dos tempos de ciclos dos equipamentos e produtos com a soma dos estoques em processo, sempre considerando o processo completo, do pedido a entrega.
Em linhas gerais, o Value Stream Mapping (ou Mapa de Fluxo de Valor) envolve desde a formação da equipe multidisciplinar responsável pelo mapeamento até seu planejamento e implementação, passando pelas etapas de avaliação do mapa atual e redesenho do mapa futuro.
A tecnologia, em especial a Indústria 4.0, é uma grande aliada das indústrias na identificação dos “vilões” do lead time alto: volume de estoque em processo, perdas que geram ineficiência, tempo de setup, quebra de equipamentos, falta de matéria-prima e outros.
Alguns softwares de gerenciamento da manufatura, como o próprio Cogtive, são capazes de fazer essa contabilização em tempo real.
Para as empresas de pequeno porte e sem capacidade de investimento para equipamentos e programas avançados, Mota dá uma dica: “Realizar um mapeamento de processo coletando os dados que, juntos, informam o lead time não requer custo algum, e é o melhor caminho para identificar o seu lead time”.
Segundo ele, atuar nas perdas de eficiência mais gritantes da fábrica contribuem para redução do lead time, mas se este movimento não for acompanhado pela redução do estoque em conjunto, o ganho não será percebido.
Indústria do plástico
Os gestores da indústria de transformação do plástico têm uma preocupação adicional, dadas as suas características relacionadas ao armazenamento, aponta Mota.
“Indústrias plásticas e químicas normalmente trabalham com insumos a granel, que requerem um espaço físico considerável para sua armazenagem e torna mais difícil sua redução mediante redimensionamento. Ou seja, em alguns casos, a redução do lead time não pode ser acompanhada de uma redução de estoque em processo por causa de limitações físicas.”
Você já calculou o lead time da sua fábrica? Qual método você usou e quais os resultados percebidos?
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