O plástico pode ser reciclado diversas vezes, o que faz dele um material com grande potencial de reaproveitamento. No Brasil, o índice de reciclagem mecânica dos plásticos é de, aproximadamente, 20% e, na Europa, 29,7%. Sendo assim, cabe afirmar que há um grande horizonte a ser explorado, sobretudo visando um alinhamento aos princípios da sustentabilidade. Por isso, se tornou ainda mais importante conhecer as diferentes máquinas para limpeza do plástico.
Nesse sentido, cabe destacar, no entanto, que a base da reciclagem é o processo de recuperação de produtos ao término de seu ciclo de vida útil e, quando devidamente descartados, são reprocessados para gerar novos produtos. Para que isso aconteça, a higiene do plástico é fundamental.
É o que explica Marcelo de Carvalho Reis, professor do curso técnico de plásticos da Unicamp. “A limpeza do plástico é importante em função do desconhecimento do uso anterior daquele material e pelo processo de descarte, o qual acaba colocando o produto em contato com outros contaminantes”, comenta.
Quais são as máquinas para limpeza do plástico?
A primeira etapa da higienização do plástico que vai ser reciclado é feita com água mesmo. Para deixar o material pronto, são muitos os processos pelos quais passa o plástico. As máquinas necessárias dependem do tipo de plástico a ser reciclado, mas, basicamente, nesse processo, o material passa pelo moinho, pela lavadora, por tanque separados, secadora, aglutinador, extrusora e granulador.
- Moagem: essa é a primeira etapa após a separação do plástico. Nesse momento, ele é moído e fragmentado em pequenas partes.
- Lavagem: após a trituração, o plástico passa pela lavagem com água para a retirada dos contaminantes. É necessário que a água da lavagem receba um tratamento para a sua reutilização ou emissão como efluente. Os furos na carcaça permitem que a água em excesso e parte das impurezas sejam expelidas do sistema.
- Secagem: o plástico passa, ainda, pela secadora, que é utilizada para a retirada da umidade após o processo de moagem e lavagem.
- Aglutinação: ela, além de completar a secagem, auxilia a compactar o material, de modo a reduzi-lo para o processo seguinte. O atrito dos fragmentos contra a parede do equipamento rotativo provoca elevação da temperatura, levando à formação de uma massa plástica. Cabe ressaltar que o aglutinador é, ainda, utilizado para incorporação de aditivos, como cargas, pigmentos e lubrificantes.
- Extrusão: a extrusora funde e torna a massa plástica homogênea. Na saída dela, encontra-se o cabeçote, do qual sai um “espaguete” contínuo, que é resfriado com água. Em seguida, ele é picotado em um granulador e transformado em grãos plásticos.
O professor da Unicamp esclarece como o processo que envolve cada uma dessas máquinas se desenvolve. “A primeira etapa da limpeza do plástico se faz com água na moagem e, depois, coloca-se o plástico em tanque de decantação para separar a sujeira ou, eventualmente, separar diferentes tipos de plástico. Em alguns casos, se usa o processo de centrifugação para tirar a sujeira mais grossa e, a partir daí, inicia um novo processo de lavagem. Há alguns produtos que, inclusive, ajudarão ao longo da higiene do plástico a retirar a gordura e alguns contaminantes do material plástico”.
Outro aspecto que merece destaque é que as centrífugas podem ser diferentes de acordo com o produto a passar pela lavagem. Há casos em que elas têm uma maior velocidade e, outros, menor, mas todas permitem que se eliminem resíduos.
O diretor da Wortex, Paolo de Fillippis, contudo, faz uma ressalva interessante. “As coletas seletivas fazem a separação do lixo, e cabe à empresa que vai fazer a lavagem realizar uma melhor seleção para evitar a contaminação do material que se quer. Ou seja, uma separação de polietileno de alta, polietileno de baixa, polipropileno, a remoção de rótulos, materiais que são altamente impressos, menos impressos e não impressos. Isso tudo vai para a moagem, lembrando que cada empresa tem uma maneira de fazer essa higienização, mas com o mesmo objetivo de remover toda aquela sujeira”, pontua.
Um procedimento que vem ao encontro com a evolução de processos e que pode ser positivo, pois é algo complementar, são esteiras com imãs – uma inovação tecnológica de maquinário que tem como objetivo retirar materiais metálicos do resíduo, entretanto, não são fundamentais, são um complemento ao processo que o torna mais assertivo.
Como escolher a máquina para limpeza ideal?
“O tamanho da produção vai definir as máquinas necessárias. De acordo com a destinação do plástico, o processo será mais, ou menos, sofisticado, e o investimento também terá a mesma proporção”, destaca Marcelo de Carvalho Reis, professor do curso técnico de plásticos da Unicamp.
O plástico para uso industrial requer uma limpeza com um maquinário mais simples e com menor custo, uma vez que a contaminação, no caso da construção civil, mecânica, entre outros nichos, não é expressiva. Por isso, uma linha de tanques, centrífugas e moinhos já é suficiente para o desenvolvimento do trabalho.
No entanto, em um processo no qual o material reciclado entrará em contato com pessoas, ou será reutilizado para fins alimentícios, o nível de cuidado tem de ser mais sofisticado – tanto em relação ao equipamento quanto à linha de reciclagem em si. Esse perfil exige mais etapas para garantir a eliminação total das substâncias químicas.
“Quem quer entrar nessa área tem de ter uma visão clara de onde está se inserindo. Precisa se perguntar, por exemplo, qual é o público-alvo, as demandas técnicas e a escala de produção. Hoje um dos maiores problemas enfrentados pela indústria do plástico é encontrar uma fonte de material para reciclar, porque há um descarte inadequado na grande maioria das vezes”, salienta Reis.
Paolo de Fillippis, diretor da Wortex Máquinas, complementa citando os requisitos que acredita serem fundamentais nesse sentido. “Cada um desenvolve a sua linha de lavagem. O que norteia o nosso equipamento, por exemplo, é a preocupação com as normas de segurança e a fabricação de tudo em aço inoxidável, pois o ferro não dura seis meses”, enfatiza.
Além do maquinário adequado, conforme vimos, o ambiente também precisa ser favorável para a correta higienização do plástico e do próprio maquinário utilizado. Isso porque se ele tiver 30% de sujeira, pode levar à produção de pó e à consequente perda de material.
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