Leve, fácil de moldar, resistente a impacto, tração e abrasão, e economicamente viável.

São estas propriedades que fazem do ABS um dos polímeros preferidos para substituição de compostos metálicos pelas mais diferentes indústrias.

Ele é o assunto de mais um conteúdo Raio X dos Materiais.

O que é o plástico ABS?

Cada letra da sigla ABS representa um dos compostos químicos de sua formação: acrilonitrila, butadieno e estireno.

Estes monômeros possuem características específicas que conferem as propriedades do ABS:

  • Acrilonitrila: resistência química e térmica;
  • Butadieno: resistência ao impacto e alongamento;
  • Estireno: brilho, moldabilidade e rigidez.

Tudo isso possibilita a aplicação do polímero nas mais variadas formas e para diferentes finalidades.

Pós-graduado em Gestão de Empresas e com 37 anos de experiência na indústria do plástico como representante comercial e consultor, Junior Facin confirma a versatilidade do ABS:

“Além de aplicações que demandam impacto e brilho, é um excelente material para fabricar blendas como ABS/PC [ABS+Policarbonato], um produto fácil de injetar e que dá um acabamento superficial excelente”, diz.

Facin é também idealizador e apresentador do canal Talk Plast, no qual aborda diversos aspectos da indústria do plástico, de matéria-prima a preços e reciclagem.

Como o ABS é produzido?

O ABS é um plástico de alto desempenho (ou plástico de engenharia), ou seja, possui propriedades superiores às commodities e são mais estáveis em aplicações que exigem maior resistência (mecânica, térmica, química, a tração e intempéries).

A acrilonitrila é um monômero sintético produzido a partir de amoxidação catalítica do hidrocarbonato propileno e amoníaco; o butadieno é um alceno obtido da desidrogenação do butano; e o estireno, um hidrocarboneto resultante da reação etileno com benzeno.

O butadieno é submetido a um processo de polimerização, transformando-se em polibutadieno, enquanto a acrilonitrila e o estireno passam por copolimerização.

Em seguida, a mistura passa por fusão e extrusão, formando o ABS.

Como o ABS é transformado?

A transformação do ABS se dá por injeção ou extrusão. Ambos processos garantem a conexão entre as camadas consistentes e mínima deformação.

Injeção: o ABS é aquecido até o ponto de plastificação e, em seguida, injetado no molde que lhe concede a forma após o endurecimento.

Sopro via extrusão: o ABS é aquecido em um cilindro de plastificação e o cabeçote da máquina sopradora gera um tubo, que é posicionado no interior do molde. O ar é soprado no interior do tubo com o molde fechado, inflando o material até que atinja o formato da peça.

Aplicações do plástico ABS

A versatilidade do ABS possibilita sua aplicação pelos mais diferentes segmentos da indústria. Entre os mais comuns, estão:

  • Automóveis: grades, painéis interiores, para-choques, revestimento de piso, caixa de bateria, carcaça de espelho.
  • Brinquedos: brinquedos em geral, jogos eletrônicos, bonecos, blocos de montar.
  • Eletrônicos: carcaça de computadores, televisores, impressoras e telefones celulares, mouse, teclado, impressoras.
  • Eletrodomésticos: batedeiras, aspiradores de pó, secadores de cabelo, máquinas de café.
  • Construção Civil: janelas, portas, tubos e acessórios de encanamento, chapas corrugadas, capacetes de segurança.
  • Produtos médicos: protetores bucais, frascos de medicamentos, equipamentos de diagnóstico.
  • Produtos de escritório: calculadoras, clipes, grampos, suportes para canetas.
  • Produtos domésticos: embalagens, descartáveis, móveis.

Assim como a maioria dos plásticos de alto desempenho, o ABS vem se tornando cada vez mais uma alternativa para substituição de peças metálicas por plásticas.

“Isso já vem ocorrendo há alguns anos, muito devido ao plástico ser muito leve, resistente e barato. O ABS se destaca pelo fato de poder ser pintado, metalizado e cromado, dando a impressão de peças metálicas, além de ter a resistência necessária para algumas aplicações”, constata Facin.

Reciclagem

Embora ofereça vantagens financeiras e mantenha suas principais características (resistência, durabilidade, acabamento), o ABS reciclado representa menos de 1% da produção de resina pós-consumo reciclada (PCR).

Para Facin, isso se deve ao fato de o ABS constar entre os plásticos mais utilizados em produtos de vida útil média e longa e, portanto, menos disponíveis para reciclagem.

No entanto, destaca: “Entre os plásticos de enfermagem, por exemplo, o ABS aparece bastante na reciclagem, e entre os recicladores de pós-indústria, é muito reciclado e muito valorizado devido ao seu valor”.

De todo modo, o que vale para todos os produtos fabricados com plástico vale também para o ABS: consumo consciente e descarte correto.

O e-Cycle oferece um serviço de localização de postos de coleta a partir do CEP do usuário.

Para conhecer mais do ABS e outros plásticos de engenharia, confira mais sobre a inovação em materiais plásticos de alto desempenho.