Como já falamos anteriormente por aqui, as aplicações do plástico no setor náutico vêm assumindo um papel fundamental nos últimos anos, já que as resinas estão presentes em quase todo o tipo de embarcação. Para se ter uma ideia, de acordo com a Associação Brasileira dos Construtores de Barco (Acobar), os plásticos chegam a representar 3% do custo de uma embarcação de grande porte. Além disso, em um modelo de 20 toneladas, por exemplo, 6 correspondem ao material.

Estes dados demonstram o quão significativa é a presença do plástico neste segmento, devido à sua capacidade de promover a redução do peso das embarcações, à flexibilidade e qualidade que garante às superfícies e à sua possibilidade de reutilização a partir da reciclagem.

Como se preparar para trabalhar com esse nicho?

Para as empresas da indústria do plástico se prepararem para atender à constante demanda do setor náutico, que movimenta bilhões de reais anualmente e tem um potencial de crescimento ainda maior, a palavra-chave é: investir.

“Vejo a necessidade de um investimento em equipamentos, tecnologia e processos de transformação de resinas. Há uma tendência, que não corresponde apenas ao mercado náutico, embora também o inclua, de um investimento em processos de extrusão, injeção e sopro, que estão cada vez mais presentes”, afirma Omar Secchi, diretor da Rodoplast.

Dessa forma, a indústria se prepara com equipamentos capazes de promover a migração das embarcações e dos acessórios que utilizam como base o aço, a madeira e, até mesmo, a fibra de vidro para o universo do plástico.

Mas para atender a esse nicho, a indústria plástica também deve saber trabalhar com os plásticos de engenharia, que possuem uma ampla gama de aplicações no setor náutico, desde a fase de prototipagem do projeto até os detalhes do produto final.

No caso da produção de caiaques, por exemplo, que são embarcações menores e bastante populares, grande parte dos modelos usa o polietileno rotomoldado em sua estrutura. Este tipo de plástico garante uma produção qualificada e que atende às normas de segurança. Por isso, é importante que a indústria de plástico tenha a estrutura adequada para trabalhar com o material. Já para os cascos de barcos e embarcações maiores, como os iates, a aposta é no composto de poliéster enriquecido com fibra de vidro, que garante tenacidade às peças.

Além disso, a participação do plástico reforçado no setor náutico deve-se, também, à utilização de novos processos de fabricação de materiais compósitos, como a infusão a vácuo – capaz de produzir peças consistentes e de alta qualidade. O processo é o primeiro passo para os fabricantes que desejam migrar da moldagem aberta para a fechada, principalmente na fabricação de peças de grande porte, como casco e convés de barcos.