Planejamento e Controle de Produção na indústria, ou simplesmente PCP na indústria, você sabe o que é?

O PCP é um processo que auxilia no gerenciamento e na otimização de uma produção industrial. Por meio dele a empresa conseguirá planejar quando produzir, quanto produzir, onde produzir, em que ordem produzir. Também permite verificar se tudo está funcionando de acordo com o plano.

Com base nisso é importante conferir o que é PCP na empresa e na indústria, e por que este tema requer a atenção de empresários e administradores dentro da gestão estratégica.

Também é importante conhecer sua importância e funcionalidade, seus objetivos e como implementá-lo em qualquer tipo de negócio.

O que é PCP na indústria?

O processo de planejamento e controle da produção, mais conhecido pela sigla PCP, é uma prática que permite ao empresário gerir de perto a operação da sua indústria.

Segundo Thiago Leão, engenheiro mecânico e diretor comercial da Nomus, o PCP é um processo que visa a gestão eficiente da produção.

“Com o PCP, a indústria obtém controle sobre quando, quanto e em que ordem produzir, além de ser possível acompanhar como está o desenvolvimento das atividades de produção conforme o planejamento”.

O diretor comercial ressalta que o PCP é necessariamente a união de dois processos diferentes que precisam ser gerenciados: o planejamento e o controle.

Comumente as fábricas possuem bom planejamento, mas pouco controle do que realmente aconteceu, ou vice-versa. Portanto é essencial considerar os dois processos”, sugere.

gestores monitorando o pcp na indústria pelas telas de computadores

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PCP na indústria: série de benefícios que estimulam sua adoção

Para Thiago Leão, o PCP é vital para que qualquer indústria consiga entregar seus resultados com consistência e boa performance. “Essa é a área que vai buscar permanentemente planejar, controlar e otimizar os processos industriais que dão a razão da fábrica existir: a transformação”, salienta.

Dessa forma, com um PCP adequado, qualquer fábrica ou indústria pode obter uma série de benefícios, como:

Benefício Descrição
Informação correta sobre rotinas e insumos Garante dados precisos sobre o andamento da produção e o uso de materiais.
Planejamento da necessidade de materiais Evita excessos ou faltas de matéria-prima, otimizando o estoque.
Previsão assertiva da demanda Permite estimar a produção de acordo com as necessidades do mercado.
Programação da produção Organiza as ordens de produção para melhor aproveitamento da capacidade produtiva.
Otimização da produtividade Maximiza o desempenho de colaboradores, máquinas e equipamentos.
Redução do tempo ocioso Diminui paradas não planejadas e períodos de inatividade.
Decisões baseadas em dados atualizados Facilita a tomada de decisões estratégicas com base em informações em tempo real.
Otimização do período de produção Ajuda a manter o tempo de produção em um nível ideal.
Melhoria no fluxo de materiais Garante que a matéria-prima chegue na hora e no local certos na linha de produção.
Monitoramento do desempenho Acompanha indicadores e resultados para ajustes rápidos.
Redução de custos Minimiza desperdícios e gastos desnecessários no processo produtivo.
Organização dos cronogramas de fabricação Facilita o controle e cumprimento dos prazos estabelecidos.
Maior confiabilidade no prazo de entrega Melhora a pontualidade das entregas aos clientes.
Aumento da qualidade Reduz falhas e desperdícios, elevando o padrão final do produto.

“Diante dos muitos benefícios, quando adota um bom PCP, a indústria terá maior satisfação do cliente e a reputação da sua marca será elevada, mesmo que de forma indireta”.

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Como aplicar o PCP na sua indústria?

Em uma indústria, o PCP tem 4 grandes objetivos, a saber:

  1. Monitoramento da produção;
  2. Programação da produção;
  3. Sequenciamento e priorização da produção;
  4. Carregamento de máquinas e postos de trabalho.

Com base nestes objetivos e para que a aplicação do PCP na fábrica seja eficiente, Thiago Leão sugere que o gestor da indústria pense em um tripé, composto por bons profissionais.

Estes profissionais devem ter conhecimento em PCP; ter um processo bem definido para realizar as rotinas e controles (como geração da ordem, apontamento, planejamento da necessidade de materiais, etc); e ter uma ferramenta tecnológica, como um sistema ERP, para apoiar e agilizar a gestão”, recomenda.

Importante ressaltar que o PCP em uma indústria pode ser feito sem o uso de uma ferramenta específica, inclusive sem o uso de tecnologia digital, com processos manuais.

Entretanto, o diretor da Nomus ressalta que a tecnologia especializada em fábricas se mostra como um apoio primordial para a empresa que quer dar celeridade aos seus processos em um mercado dinâmico e competitivo.

“Em tempos onde vivenciamos a Indústria 4.0, não faz mais sentido não contar com controles automáticos especializados no segmento. E é esse o movimento que as indústrias que competem fazem, ainda que pequenos negócios ainda fiquem resistentes”. 

A tecnologia, considerando um software ERP, por exemplo, serve como base que vai integrar todos os setores da indústria, fornecendo relatórios para a melhor tomada de decisão e otimizando o trabalho com suas automatizações.

“Em uma fábrica, o tempo é um recurso valioso”, complementa Leão.

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Passo a passo para implementar o planejamento de controle e produção

Para colocar o conceito de PCP em prática, a indústria pode adotar algumas etapas básicas:

Previsão da demanda

O PCP é usado para fazer uma gestão de demanda e previsão dos produtos e garantir o estoque completo de insumos e materiais. Com isso é possível fazer o correto dimensionamento da produção, incluindo também os recursos humanos necessários.

Planejamento da capacidade de produção

Nessa etapa, já com as informações de previsão da demanda, é possível verificar a capacidade de produção da empresa, ou seja, analisar se está tudo adequado à demanda prevista ou se há a necessidade de algum ajuste ou redimensionamento.

Planejamento Agregado da Produção (PAP)

Nessa etapa é definida a melhor estratégia para a empresa, baseada em volume de produção, estoques, funcionários, gastos logísticos, fornecedores, dentre outros. Mesmo sendo um documento anual, o PAP deve ser atualizado mensalmente pela empresa.

Programação Mestra da Produção (PMP)

O PMP determina a forma como os planos de produção são operados em curto prazo, a partir de análises e direcionamento de recursos, para que a empresa produza a quantidade correta para suprir as demandas.

Mais detalhado que o PAP, o PMP considera tanto a previsão de demanda quanto os pedidos realizados e as solicitações de produção e compra.

Programação Detalhada da Produção (PDP)

Nessa etapa se define como será o dia a dia da empresa e todos os procedimentos aplicados, abrangendo a gestão de manufatura, emissão e liberação de ordens de produção e o seu sequenciamento.

Controle da produção

A última etapa permite acompanhar todo o processo e analisar se a operação ocorreu conforme o planejado, permitindo a correção de erros (se necessário).

Nessa etapa é possível identificar e evitar gargalos, estimar prazos e otimizar a tomada de decisão através de dados concretos e realistas do processo.

Por fim, vale ressaltar que a implementação do PCP ocorria apenas em grandes indústrias com processos altamente complexos e de custos consideráveis. Mas, hoje há processos preparados para contribuir com pequenas e médias indústrias.

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