Você certamente já ouviu falar de ESG. A sigla abrange um conjunto de práticas assumidas pelas empresas para contribuir com a sociedade nos três pilares representados pelas palavras em inglês Environmental (Ambiental), Social (Social) e Governance (Governança).

Citando pesquisa do Instituto Brasileiro de Relações com Investidores (IBRI) e da consultoria Deloitte, a Dra. Ana Marques, subsecretária da secretaria de Políticas da Diversidade do município de Guarulhos/SP, aponta que 74% das empresas brasileiras com ações na Bolsa de Valores pretendiam investir em ESG em 2022.

“As empresas que adotam abordagens ESG sólidas tendem a ser mais atraentes para investidores, clientes e colaboradores, estando mais bem preparadas para enfrentar os desafios em um mundo em constante evolução”, explica.

Aqui, no Mundo do Plástico, falamos com frequência do aspecto Ambiental do ESG. Neste conteúdo, vamos entender melhor outro deles, o Social.

O que é S no ESG, afinal?

“A letra S, de responsabilidade social da sigla, indica os fatores que afetam as pessoas – sejam funcionários, clientes ou a sociedade em geral”, define a subsecretária.

O S cobre questões como:

  • Saúde e segurança para funcionários;
  • Padrões de trabalho e bem-estar para outros trabalhadores da cadeia de suprimentos da empresa;
  • Segurança de produtos para consumidores;
  • Privacidade e segurança de dados dos usuários;
  • Superação da desigualdade e da discriminação (tratamento justo dos funcionários, garantia que nenhum grupo social seja excluído do acesso a produtos e serviços essenciais etc.).

Rosângela Braz, doutora em Ecologia e professora no Centro Universitário Adventista de São Paulo (UNASP), indica outros pontos nos quais as empresas que assumem o compromisso de trabalhar o Social devem atentar:

  • Garantir um quadro de colaboradores inclusivo e diversificado (pessoas LGBTQIAPN+, negras, mulheres, PCD);
  • Promoção da saúde física e mental dos colaboradores;
  • Transparência e relações éticas de trabalho;
  • Possibilidade para o aprendizado, capacitação e a atualização profissional permanente dos colaboradores;
  • Amparo às famílias dos colaboradores.

Este último quesito, diz Rosângela, depende em parte da capacidade e estágio de desenvolvimento da empresa dentro do modelo ESG.

“Havendo aporte financeiro e equipe preparada, é possível estender os cuidados físicos, emocionais ou mesmo de capacitação para o núcleo mais próximo dos colaboradores.”

Como aplicar?

A aplicação dos conceitos ESG envolve estruturar operações, adequar produtos e estruturas, criar processos e um planejamento completo e transparente voltado às questões financeiras e humanas da empresa.

Assim, é fundamental a participação das lideranças e colaboradores na implementação, para que as mudanças aconteçam de forma segura e sejam adotadas por todos.

O ideal é que os três princípios de ESG (Ambiental, Social e Governança) sejam estabelecidos concomitantemente.

Mas, muitas vezes, a atenção a um ou outro pilar pode depender do setor de atuação, da cultura da empresa ou de demandas dos stakeholders.

Por outro lado, em se tratando do aspecto Social, o porte da empresa não é um fator impeditivo.

Ou seja, mesmo uma empresa pequena que não tem capacidade para investir em governança e sustentabilidade pode considerar a dimensão Social do ESG.

Benefícios da responsabilidade social

“Investir no Social não apenas contribui para a reputação da empresa, mas também pode impactar positivamente a satisfação dos funcionários e relacionamento com a comunidade local”, aponta Ana Marques.

Além desses benefícios, ela cita:

  • Relacionamentos mais sólidos com clientes, fornecedores e investidores;
  • Atratividade para profissionais talentosos;
  • Acesso a capital e investimentos;
  • Gestão de riscos, desde os legais e regulatórios até os de reputação;
  • Inovação das operações e produtos.

Exemplos a serem seguidos

De acordo com Rosângela Braz, pesquisa realizada em 2021 com mais de quatro mil consumidores listou as grandes empresas reconhecidas por seu investimento em ESG. Entre elas estão Natura (em primeiro lugar), Unilever, Ypê, Boticário, Petrobrás, Nestlé e Coca Cola.

“Estas marcas reconhecem que os consumidores mudaram e buscam com o modelo ESG atender demandas que superam os produtos que vendem”, diz.

Em complemento, Ana Marques lembra que os setores de tecnologia, consultoria e moda estão entre aqueles que mais têm implementado políticas inclusivas, criando ambientes de trabalho diversificados e acolhedores para funcionários LGBTQIAPN+.

“Essas práticas têm se mostrado benéficas para a cultura organizacional, inovação e atratividade no mercado de trabalho”, reforça.

Sua indústria adota os conceitos ESG? Como ela vem trabalhando o aspecto Social?

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