No contexto da indústria do plástico, os aditivos são substâncias que alteram as propriedades originais das resinas. Estas alterações atendem aos mais diversos objetivos, desde aumentar a resistência mecânica até atribuir coloração, entre muitos outros. Tudo depende das aplicações e características do produto que se quer obter.

Como já explorado aqui no Mundo do Plástico, a adição dessas substâncias se dá em diferentes pontos da cadeia produtiva, aplicada por diferentes agentes: pelo próprio fabricante do polímero (petroquímica), pelo transformador (o mais comum) ou por empresas especializadas que atuam entre esses dois elos.

Benefícios do uso de aditivos 

Cada aditivo tem uma finalidade específica que não só aprimora o produto final, como também traz vantagens para as indústrias ou para o processo produtivo.

Uma delas é a redução de refugo obtida pelos agentes de purga na limpeza de extrusoras. Especialmente para transformadores que processam resinas de diferentes cores, este aditivo reduz o tempo de parada de máquina e o desperdício. Outros aditivos funcionam como lubrificantes, facilitam o processamento de filmes plásticos e atuam na conservação dos equipamentos. 

As resinas que têm suas propriedades melhoradas pelos aditivos podem substituir matérias-primas mais caras, e ainda ampliam a gama de possibilidades de um mesmo polímero.

Principais aditivos

Hoje, a indústria tem à disposição uma vasta gama de opções quando se trata de aditivos para resinas. Conheça algumas das principais a seguir: 

Estabilizantes: protegem a resina contra degradação térmica e oxidação ao evitar a quebra das ligações químicas causadas por intempéries, exposição aos raios ultravioleta e entre outros agentes externos. Entre os estabilizantes mais comuns estão o estearato de zinco e o estearato de cálcio, utilizados em produtos plásticos fabricados com PVC, poliolefinas e ABS. Aplicações: Tubos e conexões, perfis de janelas e portas.

Lubrificantes: Reduzem o atrito durante o processamento. Além de preservar a resina, prolongam a vida útil do equipamento. Alguns exemplos são os estearatos metálicos (zinco e cálcio) e a cera poliolefínica. Aplicações: Mangueiras flexíveis, filmes plásticos para embalagens.

Cargas: Aumentam a densidade, rigidez e resistência do polímero. Aditivos como o carbonato de cálcio ainda auxiliam na redução de custos em resinas de poliéster e epóxi. Aplicações: Tábuas de madeira plásticas, peças automotivas.

Pigmentos: Usados para adicionar coloração às resinas. Há diferentes tipos, desde corantes de efeito translúcido até pigmentos de cor sólida, perolados e metalizados. Aplicações: embalagens, utensílios domésticos, brinquedos.

Retardantes de chama: Atuam para diminuir as propriedades inflamáveis do polímero. Esses aditivos podem ser halogenados, não halogenados e fosforados. Aplicações: revestimento de cabos elétricos, peças eletrônicas (conectores, invólucros, tomadas, disjuntores).

Modificadores de impacto: Melhoram a resistência a impacto e quebras. Como exemplos, estão as blendas de ABS com elastômeros e os polímeros vítreos. Aplicações: capacetes de segurança, para-choques automotivos.

Agentes de acoplamento: Facilitam a adesão da resina a outros materiais e aumentam a resistência do composto. Aplicações: compósitos de fibra de vidro, estruturas (vigas e perfis).

Antiestáticos: Reduzem a eletricidade estática (carga elétrica) acumulada na superfície do plástico. Podem ser internos (copolímeros de poliéster) e permanentes (negro de fumo, fibra de carbono). Aplicações: embalagens de componentes eletrônicos, filmes de PE e PVC.

Antimicrobianos: Inibem a proliferação de microrganismos, como bactérias e fungos.  Aplicações: embalagens de alimentos, produtos farmacêuticos, utensílios médico-hospitalares. 

Nucleantes: Melhoram as propriedades de polímeros parcialmente cristalinos aumentando a taxa de cristalização. É o caso do, por exemplo, do caulim, que facilita o processamento dessas resinas e reduz o tempo de resfriamento. Aplicações: peças automotivas, em especial as transformadas pelo processo de injeção.

Desmoldantes: Auxiliam a separar o produto transformado do molde da máquina. Com isso, reduzem o risco de imperfeições na superfície da peça. Podem ser à base de água ou monofásico solúvel. Aplicações: na maioria das peças moldadas nos processos de injeção e rotomoldagem.

Agentes de dispersão: Melhoram a distribuição de outros aditivos, garantindo a homogeneidade, sem aglomerados. Aplicações: produtos plásticos que utilizam aditivos na fabricação (pigmentos, cargas, agentes de acoplamento e outros), bem como materiais compósitos, como polímeros reforçados com fibras.

Para saber mais sobre este assunto, confira o webinar A importância dos aditivos para os plásticos.