Quando o assunto é como os americanos consomem comida, muitas mudanças ocorreram nas últimas décadas. Em 1983, os Estados Unidos estavam à beira de uma transformação nos hábitos alimentares.
As pessoas queriam formas mais rápidas de conseguir comida, e especificamente refeições para o jantar. O aumento no número das famílias com duas rendas, além de mais mulheres e mães entrando para a força de trabalho, significava que pessoas solteiras, casais e famílias compartilhavam a necessidade de colocar o jantar na mesa de maneira mais rápida e prática.
O objetivo era mais conveniência na cozinha, e as refeições congeladas estavam explodindo em popularidade.
Ao mesmo tempo, também houve um interesse crescente em culinárias internacionais e sabores “gourmet”. Segundo o Los Angeles Times, a presença de comidas importadas nos mercados cresceu em 20% nos anos 1980.
Agora, ao celebrar 40 anos de inovação, é importante refletir sobre como as embalagens para alimentos possibilitaram ao mercado a se adaptar às preferências dos consumidores, além de se adaptarem a estilos de vida sustentáveis e promoverem boas experiências.
Delivery, comida para levar e refeições prontas
Em 1986, as primeiras embalagens em bandeja seguras para micro-ondas estavam sendo comercializadas. Pouco depois disso, tudo o que podia ser feito para micro-ondas entrou na onda.
As refeições congeladas que precisavam ir ao forno agora vinham em embalagens seguras para o micro-ondas. Pizzas, café da manhã, acompanhamentos, pipoca e mais opções foram preparadas para o preparo em micro-ondas.
Essa mudança revolucionou a experiência de jantar dos estadunidenses, proporcionando o preparo das refeições enquanto se assistia a programas de televisão.
Se pensávamos que essas mudanças foram rápidas nos anos 80, é ainda mais surpreendente como estamos nos adaptando hoje em dia. A pandemia global acelerou a demanda por comida pronta, comida para levar, delivery e outras opções mais ágeis.
A cultura da conveniência não mostra sinais de desaceleramento. O Grupo NPD prevê que o comércio de refeições prontas vai crescer em mais dois dígitos em 2024. Uma pesquisa também estima que vendas por delivery podem crescer uma média anual de mais de 20%, chegando a US$365 bilhões globalmente em 2030.
Hoje em dia, fazer uma refeição apressada não é nenhuma novidade, o que foi viabilizado graças às inovações em embalagens para alimentos.
Com a customização, as opções sustentáveis, e soluções especialmente desenhadas para comidas quentes ou frias, e para líquidos ou sólidos, as empresas podem entregar refeições que parecem tão boas quanto no restaurante.
Restaurantes, cafeterias e até food trucks oferecem opções deliciosas usando embalagens mais duráveis e que mantém temperatura, umidade e o frescor.
O futuro das embalagens
No atual cenário da indústria de embalagens para alimentos, o dilema mais emergente é a busca por abraçar a sustentabilidade sem atrapalhar na questão de preços.
Os materiais reciclados que oferecem performance compatível com os materiais convencionais geralmente são mais caros. Essa barreira financeira pode dissuadir os comercializadores de se comprometerem com as embalagens sustentáveis.
Além disso, há uma falta de mindset coerente e unificado sobre sustentabilidade em toda a indústria, resultando em mais confusão, impedindo o progresso e atrasando uma mudança geral da indústria para o desenvolvimento e a adoção das embalagens sustentáveis.
Apesar destes desafios, as oportunidades existem. Com as medidas ambientais e legais em destaque, a indústria de embalagens pode focar em alinhar suas práticas com a evolução no consumo e as demandas regulatórias.
Com o interesse crescente nas opções sustentáveis, podemos testemunhar uma onda de investimentos e inovação em materiais para equilibrar a balança entre sustentabilidade e preço.
Não só será uma oportunidade de impulsionar a indústria para um futuro mais sustentável, como pode criar uma percepção mais positiva entre os consumidores sobre os benefícios das embalagens plásticas para alimentos.
Claramente, muita coisa mudou na relação dos Estados Unidos com a comida nos últimos 40 anos. Mesmo com novos gostos, por tendências globais, na economia e nos avanços tecnológicos, e com o destaque para a sustentabilidade, a comida continua no centro de nossas vidas.
Da mesa de jantar ao ambiente de trabalho, as pessoas têm muitas novas maneiras de apreciar suas refeições, e esperam que essa experiência seja a melhor possível.
Para a indústria, o propósito segue claro ao olhar para o futuro: é preciso continuar a reinventar a embalagem de alimentos para nutrir e proteger o planeta.
*Artigo de Albert Salama para o portal PlasticsToday. Traduzido e adaptado pela equipe Mundo do Plástico.