Enquanto a indústria 3.0 foi marcada pela automatização de linhas de fabricação, a indústria 4.0 trouxe ao mundo a produção personalizada e customizada para atender às necessidades de cada setor. Um de seus representantes fiéis a essa característica é a impressão 3D. Customização, rapidez no desenvolvimento e teste de peças novas, e simplificação do design são apenas algumas vantagens relacionadas a esse tipo de impressão.
Seu potencial transformador pode ser visto em várias indústrias, inclusive na indústria do plástico – e é sobre a impressão 3D que falamos a seguir. Confira!
Engenharia reversa
Esse método de estudo e aprendizado que parte de um objeto ou processo é muito aplicado na indústria para encontrar pontos de melhoria ou analisar itens da concorrência. É, também, um ótimo exemplo de como a impressão 3D tem potencial transformador. Sérgio Portela, Gerente de Marketing da 3DLab, conta que a engenharia reversa permite uma análise profunda do objeto, o que isso possibilita descobrir métodos e técnicas por trás dele.
Na visão do profissional, “existem muitas vantagens quando associamos o uso da impressão 3D à engenharia reversa. Ela pode melhorar muito o desenvolvimento e prototipagem do objeto, o que resulta no aprimoramento do produto final. Sem a impressora, a criação dos protótipos seria dificultada, se tornando mais cara e demorada”.
Prototipagem
Outra aplicação transformadora da impressão 3D é a prototipagem rápida para a indústria e a produção de peças prontas. O próprio conceito de impressão 3D como manufatura aditiva já traz esse uso: tecnologia que permite a criação de objetos sólidos tridimensionais a partir de modelos digitais.
Um dos desafios da indústria é produzir peças únicas ou de baixa tiragem a custos módicos. Em uma usinagem, o custo e o tempo de setup prejudicam bastante a personalização da produção – e é aí que entra a impressão 3D. Ela permite criar objetos em baixo ou alto volume, sem interferência nos custos. Como consequência, contribui para a personalização de projetos e criação de peças customizadas.
A possibilidade de fazer baixas quantidades é o motivo pelo qual alguns polímeros vêm substituindo peças de metal de reposição para máquinas. As impressoras 3D conseguem entregar peças resistentes a impacto, abrasão e altas temperaturas, como nylon, polipropileno e policarbonato, que substituem o metal.
Vale destacar que as impressoras 3D são eficazes para protótipos visuais e de provas de conceito.
Saúde também é transformada com a impressão 3D
A área da saúde é muito beneficiada pela impressão 3D. Há algum tempo, escutamos notícias sobre a impressão 3D como instrumento de comunicação entre médico e paciente – caso do aparelho Voluson, da GE Healthcare. A máquina de ultrassom foi a primeira a enviar imagens digitais diretamente para a impressão 3D. O resultado foi um molde de um órgão, camada por camada.
A impressora também é utilizada para fabricar implantes, protótipos para próteses dentárias e desenvolvimento delas, bem como para auxiliar cirurgiões a se prepararem para a realização de procedimentos mais complexos.
Recentemente, ela vem sendo um importante ator no combate à pandemia da COVID-19. A impressão 3D de equipamentos de proteção individual ganhou destaque na mídia. As máscaras (face shields) feitas em impressoras 3D ajudam na proteção de profissionais da saúde. E seu impacto é tão positivo que os integrantes da “comunidade 3D” se mobilizaram e uniram forças para aumentar a produção desses insumos.
Além dos EPIs, a tecnologia também é responsável pela fabricação de peças para manutenção de equipamentos. Na Itália, diante do esgotamento das válvulas para as bombas de oxigênio, a impressora assumiu rapidamente a produção de uma peça substitutiva. Engenheiros e designers também trabalham para aprovar um ventilador pulmonar impresso em 3D. Esses dois objetos não substituem o insumo original, mas são ótimas saídas para situações de emergência, como a atual.
A impressão 3D é uma tecnologia atual que se mostra como ferramenta necessária e relevante. Sua atuação na pandemia, com a replicação das válvulas dos aparelhos respiratórios, é somente um exemplo. Essa realidade da Indústria 4.0 possibilita a junção entre inteligência artificial e análise de dados para atingir uma produção eficiente e customizada.
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