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Fabricação do PVC no Brasil completa 70 anos

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Divulgação Plásticos em Revista Evento 70 anos de PVC no Brasil - Instituto do PVC e Plásticos em Revista.png
Resina foi fundamental para o desenvolvimento do país em áreas como infraestrutura, saneamento e muitas outras

O Instituto Brasileiro do PVC e a publicação Plásticos em Revista decidiram comemorar os 70 anos do início da fabricação de PVC no Brasil de um jeito diferente: com muita informação.

Por isso, promoveram no dia 12 de junho, em São Paulo, o seminário 70 anos de PVC no Brasil: a trajetória do plástico que transformou o país.

Em sua fala de abertura, a diretora da Plásticos em Revista, Beatriz Helman, destacou, para uma plateia lotada de executivos, profissionais e pesquisadores, o caráter transformador do polímero: “O PVC permite o acesso de diversos itens à população mais pobre”.

Também na abertura, o presidente do Instituto Brasileiro do PVC, Alexandre de Castro, lamentou que em pleno ano de 2024 ainda se faz necessário “educar” as pessoas sobre os benefícios e aplicações do PVC, referindo-se ao período “desafiador” que a indústria do plástico como um todo vem sofrendo por causa da desinformação.

Para ilustrar as muitas aplicações da resina, ele citou o importante papel do PVC na área médica e a campanha da entidade que preside com a Instituição Pró-Sangue.

Protagonismo

“É inegável o papel do plástico no modo de vida da humanidade, e o PVC é um grande protagonista dessas conquistas”. Foi dessa forma que Antonio Rodolfo Jr, diretor do Instituto Brasileiro do PVC e gerente de Engenharia de Aplicação da Braskem, abriu o primeiro painel da programação: Como o PVC contribuiu para a mudança do padrão de vida do Brasil em 70 anos.

Com mais de três décadas de experiência no mercado de plásticos, em especial em aditivos e PVC, Rodolfo Jr. comparou dados populacionais nacionais dos anos 1950 com os atuais – como, por exemplo, o aumento da população de 52 milhões para 203 milhões e o fluxo migratório para as cidades: de 64% há sete décadas, hoje a população rural é de apenas 12%.

“O PVC foi a solução para a maioria dos desafios que vieram dessa mudança, sendo essencial nos processos de saneamento, habitação e industrialização”, reforçou.

Depois de contar as origens da fabricação do PVC no Brasil, desde os primeiros experimentos das Indústrias Matarazzo até a atual Braskem, o engenheiro apresentou dados que comprovam a tendência de aumento mundial do consumo de PVC, que deve superar os 70 milhões de toneladas/ano até 2050.

“Embora hoje estejamos assistindo a uma volta ao passado, com todo tipo de pressão contra o plástico, o surgimento de novas tecnologias e a versatilidade do PVC permitirão sua expansão no sentido de substituir muitos materiais tradicionais”, concluiu.

Consolidação no mercado

O segundo painel, Consolidação do PVC como material-chave das mudanças, foi aberto por Edson Penido, profissional com mais de 50 anos de atuação na indústria de plástico e atual diretor Comercial e de Marketing da Karina Plásticos.

Para traçar a trajetória dos 70 anos do PVC no Brasil, Penido fez um paralelo com a própria carreira e com o surgimento e desenvolvimento das grandes indústrias que fabricam o polímero – caso da própria Karina, Unipar, Braskem e outras.

“A Karina Plásticos iniciou a fabricação de compostos de PVC em 1979 e é uma das empresas que se beneficiaram com a evolução dessa resina no Brasil”, destacou.

Segundo ele, hoje o PVC representa entre 65% e 70% das operações da empresa, tendo o segmento de fios e cabos como principal consumidor.

Em seguida, Victor Heininger, sócio e diretor Comercial e de Negócios Internacionais na Inbra Indústrias Químicas, tratou da questão dos aditivos e sua importância na trajetória do PVC.

Com 85 anos de tradição, hoje a empresa é líder mundial na produção de plastificantes vegetais.

“A indústria brasileira de PVC está em outro patamar de sustentabilidade em relação ao mundo”, afirmou o executivo, referindo-se ao fato de que mais de 60% da matriz de plastificantes no Brasil tem origem vegetal, enquanto a média dos demais países é de apenas 5%. “Tem muita coisa positiva que a gente pode falar do PVC”.

Transformação do PVC

A construção civil é o maior setor consumidor do PVC no Brasil, principalmente na utilização em tubos e conexões.

Essa aplicação esteve no centro da primeira parte da palestra Transformação do PVC e sua história, apresentada por Mauro Adamo Seabra, gestor executivo do Grupo Setorial PVC da Associação Brasileira dos Fabricantes de Materiais para Saneamento (ASFAMAS).

“A trajetória da indústria de transformação dos tubos de PVC sempre foi pautada pela qualidade”, garantiu. Adamo trouxe os principais marcos históricos para fundamentar sua apresentação, como o início da fabricação de tubos de PVC na Alemanha já em 1935.

No Brasil, a produção se deu em 1952 para uso em instalações prediais. Nos anos 60, surgiram as primeiras redes de distribuição de água em PVC-U; na década seguinte, o PVC passou a ser utilizado nas redes coletoras de esgoto e, na década de 1980, o CPVC foi introduzido em instalações prediais de água quente.

“Os métodos de instalação de tubos de PVC são conhecidos e consagrados”, apontou Adamo como uma das suas principais vantagens. Outras que ele enumerou são: garantia de estanqueidade, manutenção facilitada, inocuidade (sem efeito sobre a água), baixa permeabilidade e resistência à ação antioxidante.

Esses fatores resultam em um índice de falhas dos tubos de PVC muito inferior ao de outras cadeias de materiais e num ciclo de vida longo, que pode ser superior a cem anos desde que submetido às normas técnicas de fabricação e instalação.

Segundo o gestor da ASFAMAS, o indicador de conformidade de tubos e conexões de PVC em instalações prediais é de 95%, e o de infraestrutura e saneamento, 96%.

“A soma de performance, garantia de qualidade e longevidade tornam o PVC a solução mais e mais confiável para o transporte de água e saneamento”, atestou.

O painel Transformação do PVC foi concluído por Carlos Carvalho, gerente de Desenvolvimento Sustentável da Grendene. O PVC foi citado como matéria-prima de um dos principais cases de sucesso da empresa, a sandália Melissa, bem como uma alternativa sustentável.

“A versatilidade do PVC entra para transformar materiais inacessíveis em acessíveis para a maioria dos consumidores”, frisou. Segundo ele, o polímero traz facilidade para a logística reversa que a Grendene mantém nas lojas Melissa.

“Precisamos quebrar paradigmas e combater os fantasmas que voltaram a assombrar o PVC”, defendeu.

O seminário 70 anos de PVC no Brasil: a trajetória do plástico que transformou o país trouxe grande contribuição para os profissionais dessa indústria. Continue acompanhando o Mundo do Plástico para saber como foi a segunda parte do evento.

TAG: PVC eventos
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