Em razão da pandemia, o mercado farmacêutico vem apresentando alto crescimento no país. Mas seguir este ritmo de ascensão depende do controle de despesas, e o uso de embalagens de plástico na indústria farmacêutica é uma das possibilidades.

Basta um rápido olhar para uma prateleira de farmácia que logo encontramos blisters, frascos, tubos, tampas, rótulos “sleeve” feitos de plásticos, que permitem conservar as três formas farmacêuticas (sólida, líquida e pastosa) com segurança e eficiência.

Mas você sabe quais são as principais aplicações do plástico na indústria farmacêutica? Acompanhe.

Plástico na Indústria farmacêutica: Muitos usos e variadas possibilidades

Amplamente utilizado em outras indústrias, a embalagem plástica é também adotada na indústria de medicamentos, se consolidando como uma das principais matérias-primas das embalagens.

Fatores logísticos e principalmente financeiros potencializam o uso das resinas, fazendo com que as embalagens plásticas ganhem cada vez mais espaço nessa indústria.

Os plásticos são utilizados em variados tipos de produtos farmacêuticos e alguns pontos facilitam esse uso.

“O plástico apresenta excelentes propriedades de barreira. Já os termoplásticos, por serem termos soldáveis e por possibilitarem a aplicação à quente, possuem películas protetoras de materiais sensíveis à umidade, como os celulósicos”, explica Antonio Cabral, Coordenador da Pós-graduação em Engenharia de Embalagem e da Pós-graduação em Indústria 4.0 no Instituto Mauá de Tecnologia (IMT).

Os plásticos são também utilizados como embalagens de transporte, como envoltório de agrupamentos de embalagens primárias. “Essa possibilidade se dá graças à sua característica de termo encolhimento”, diz.

Assim, praticamente todos os tipos de plásticos podem ser utilizados na indústria farmacêutica, desde que respeitados os ditames da legislação em vigor.

Vantagens do uso de embalagens plásticas em substituição ao vidro

Considerando o histórico, uma das embalagens mais utilizadas na indústria farmacêutica é o vidro. Este material segue sendo mais utilizado em nichos como as ampolas destinadas a acondicionar medicamentos injetáveis, por exemplo. Isso porque as embalagens de vidro preservam de forma adequada as propriedades dos princípios ativos.

No entanto, o especialista em embalagens do IMT explica que fatores financeiros e logísticos potencializam o uso do plástico na indústria farmacêutica:

“A crescente preocupação com otimização de custos trouxe para os profissionais responsáveis pelo desenvolvimento de sistemas de embalagem algumas questões que, a meu ver, motivaram a substituição do vidro pelo plástico sem alteração das propriedades do medicamento.”

O peso e suas implicações no custo do frete é um desses exemplos dessa troca do vidro pelo plástico. A embalagem plástica é mais leve, permitindo um melhor aproveitamento do frete.

Legislações rígidas garantem embalagens de ótima qualidade

A finalidade de qualquer embalagem, seja ela de vidro, plástico ou outra matéria-prima é a de acondicionar, envasar, empacotar, proteger e manter seguro, propiciando a conservação adequada do produto farmacêutico.

Este é um elemento importante na eficácia e segurança do medicamento armazenado, e a legislação brasileira é farta em regras relacionadas a todas as etapas da cadeia produtiva.

“Uma visita à página da Agência Nacional de Vigilância Sanitária – ANVISA permite entender quão profundas são as avaliações que antecedem uma aprovação de uso de qualquer embalagem para contato direto com medicamentos, inclusive as embalagens plásticas”, diz Cabral.

No tocante à segurança e logística, em especial à comercialização incorreta de medicamentos, vale destacar a criação do Sistema Nacional de Controle de Medicamentos – SNCM, pela Lei nº 11.903/2009.

O objetivo da SNCM é o de acompanhar os medicamentos em toda a cadeia produtiva, desde a fabricação até o consumo pela população.

“As embalagens seriam as peças fundamentais desse Sistema porque receberiam uma identificação seriada a fim de combater a circulação de remédios falsificados e de baixa qualidade no País”, finaliza.

A entrada em vigor do SNCM, inicialmente prevista para abril de 2022, foi postergada.