Pesquisa recente elaborada pela TOTVS, maior empresa de tecnologia do país, em parceria com a H2R Insights & Trends, mostrou que a indústria de metalmecânico e plástico detém o maior Índice de Produtividade Tecnológica (IPT) da Manufatura.
O segmento marcou 0,78 pontos (em uma escala de 0 a 1) contra a média geral, de 0,71. Isso demonstra que a indústria de metalmecânico e plástico tem maior adoção de sistemas integrados de gestão e de tecnologias complementares (soluções de segurança, Business Intelligence) do que as demais.
Automação na indústria
Na avaliação de Angela Gheller, diretora de produtos para Manufatura da TOTVS, uma série de motivos explicam o resultado. “Em primeiro lugar, essas indústrias possuem processos industriais mais automatizados, que frequentemente requerem sistemas de controle avançados”.
Além disso, a necessidade de precisão e a complexidade dos produtos criam um ambiente propício para o uso de soluções tecnológicas robustas, como sistemas de ERP e automação de processos de manufatura, que aumentam a eficiência e reduzem falhas.
“Essa internalização tecnológica e um sistema de gestão integrado, refletida no IPT mais alto, também inclui o uso de ferramentas para controle de qualidade e otimização de inventário, que são essenciais para assegurar a competitividade e a sustentabilidade financeira desses setores”, completa.
Investimentos futuros
A pesquisa aponta que o cenário futuro é promissor para o aumento do IPT da indústria de metalmecânico e plástico, especialmente entre aquelas que já lideram a adoção de tecnologias modernas.
Isso porque o levantamento apura também o Índice de Prontidão Futura (IPF), que avalia as prioridades de investimento tecnológico das empresas.
O segmento de metalmecânico e plástico obteve índice igual à média geral do setor de manufatura (0,53 pontos, em uma escala de 0 a 1); porém, apresentou uma evolução significativa de 39% em relação à primeira edição da pesquisa, realizada em 2019 (0,38 pontos).
“O aumento do IPF dessas indústrias sugere estão evoluindo para a Indústria 4.0, com foco na digitalização e automação de processos de chão de fábrica”, explica Angela.
“Essas empresas demonstraram avanços na integração de soluções de inteligência de negócios (BI), computação em nuvem e segurança cibernética, fatores que são fundamentais para aumentar a produtividade e o IPT ao longo do tempo.”
Maturidade tecnológica
A maturidade tecnológica de uma indústria pode ser medida por alguns indicadores principais, conforme Angela descreve:
Internalização dos sistemas: A forma como as pessoas incorporam e usam os sistemas de gestão no dia a dia.
“Não é apenas sobre ter a tecnologia, mas saber usá-la da melhor forma nos processos”.
Capacitação dos profissionais: A habilidade de quem a utiliza a tecnologia de extrair totalmente o potencial das ferramentas.
“Empresas que promovem treinamentos constantes e têm uma baixa rotatividade podem atingir maior produtividade tecnológica. Portanto, investir na formação e retenção de talentos é essencial”, orienta.
Integração dos sistemas de gestão: A integração de diversas áreas, como planejamento, produção e logística, torna a operação mais eficiente.
“Para aumentar a maturidade, as empresas devem garantir que seus sistemas de ERP, BI e controle de produção estejam bem integrados, possibilitando uma visão completa de toda a cadeia produtiva.”
Automação da produção: Indústrias com alto grau de automação tendem a ter maior produtividade e menor margem de erro, uma vez que a tecnologia permite maior controle e repetibilidade dos processos, além de garantir rastreabilidade e acuracidade de informação.
“Para melhorar este indicador, as empresas podem investir em maquinários e sistemas que gerenciem seus processos produtivos no chão de fábrica (MES).”
Digitalização dos processos internos: A digitalização facilita o acesso a dados em tempo real, permitindo uma melhor gestão e tomada de decisão.
“Isso pode ser aprimorado por meio da implementação ERPs vocacionados que integrem diferentes áreas da empresa, do backoffice ao chão de fábrica.”
Desafios da produtividade
A 2ª edição do IPT da Manufatura ouviu 500 profissionais de indústrias de 23 estados brasileiros, com faturamento acima de R$ 3 milhões: 42% da amostra correspondem a indústrias de pequeno porte, 40% de médio porte e 13% de grande porte.
Empresas com faturamento menor ficaram de fora da pesquisa, então não foi possível aferir o IPT delas. Angela, no entanto, observa que, em geral, empresas menores tendem a adotar tecnologias em menor escala e, por isso, podem estar em níveis iniciais de maturidade tecnológica.
Segundo ela, o porte das empresas pode influenciar na velocidade com que conseguem acompanhar as tendências tecnológicas, exigindo estratégias inovadoras para garantir a competitividade.
“Isso porque, fatalmente, empresas de pequeno porte têm menor disponibilidade de capital – apesar de as tecnologias estarem cada vez mais acessíveis –, assim como possuem maior dificuldade em reter profissionais capacitados a operar sistemas avançados”, constata a diretora da TOTVS.
Por outro lado, empresas de grande porte têm maior disponibilidade de capital para fazer investimentos robustos em digitalização, automação e capacitação.
Apesar dos desafios, o investimento tende a trazer resultados. “Entendemos que a tecnologia é um forte impulsionador para que as empresas consigam expandir mercado e assim, crescer a sua faixa de faturamento”, conclui Angela.
Confira o estudo completo aqui.
E aproveite para entender a parceria indispensável entre indústrias de plástico e as ferramentarias.