O último dia da Plástico Brasil Xperience, nesta quinta-feira (18), coroou a trilha de conteúdo do evento – que passou pelo Panorama Global da Indústria e pela Transformação Digital – com o tema Plástico em Transformação, tendo o viés da sustentabilidade.

Confira abaixo o que vem sendo praticado por empresas, universidades e entidades para colaborar com o meio ambiente.

Polímeros de fontes renováveis rumo aos Objetivos de Desenvolvimentos Sustentáveis da ONU

Gustavo de Souza, CEO da Nanobees, abriu a programação constatando que a sociedade vive num nível de conforto nunca antes alcançado, mas que vem atingindo o limite do que o planeta comporta em termos de recursos naturais.

Para ele, a solução é “chegar a um equilíbrio, com desenvolvimento sustentável e, principalmente, a gestão dos resíduos”, um princípio que passa nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU. “A tendência é que haja mudança de modelo mental, de uma economia linear, com foco em consumo, para uma circular, em que o resíduo se torna matéria-prima”. Ele também detalhou as pesquisas em materiais sustentáveis da Escola de Engenharia de São Carlos, com destaque para nanocelulose.

Inovação em materiais plásticos de alto desempenho

Três representantes da FORVIA Faurecia, líder global de tecnologia automotiva – Leonardo Gomes, diretor de Engenharia; Alexandre Caramaschi, Material Deployment Leader; e Genilson Silva, GTS Engineer – apresentaram como a empresa vem atuando no desenvolvimento de materiais sustentáveis.

Segundo Leonardo, a Faurecia atua neste sentido desde 2016, “porém, com a grande demanda das mudanças climáticas, formalizamos uma linha de produtos específica para potencializar a oferta aos clientes”. A estratégia da empresa se sustenta em três pilares: Use Menos, Reciclado & Reciclável e Alternativa ao Petróleo.

Grafeno – Oportunidades tecnológicas para a indústria de materiais poliméricos

Uma das grandes apostas da indústria de transformação, o grafeno é também um importante aliado para otimizar a utilização do plástico e vem sendo utilizado em diferentes setores, como construção civil, automotivo, saúde, cosméticos e muitos outros.

Para Diego Piazza, da Znano, uma das maiores vantagens do grafeno é que ele aumenta a vida útil de outros materiais e reduz os ciclos da matriz produtiva já instalada. Diego lembra que “para cada aplicação e resultado desejado, existe um material mais adequado. Isso possibilita o desenvolvimento de soluções customizadas”.

Inovação e tecnologia são aliadas do uso racional do plástico

Para Flavio Ferreira, head of Regional Packaging Latam da Reckitt, a redução, reuso e reciclagem do plástico passam necessariamente pela tecnologia, e isto demanda investimentos. Por isso, ele defende que estes conceitos devem fazer parte da governança das empresas.

“A sustentabilidade é uma grande jornada. Todos os funcionários devem estar comprometidos com o objetivo de um mundo mais saudável”, aconselha. Para comprovar a aplicação prática destes conceitos, Ferreira apresentou projetos de embalagens dos quais participou e seus resultados concretos na redução, reuso e reciclagem do plástico.

Papel da cadeia de plástico na economia circular

A programação foi encerrada em grande estilo com um debate sobre economia circular. O mediador, Miguel Bahiense, presidente do Plastivida, abriu a conversa lembrando a necessidade de que todos façam parte da eliminação de resíduos ao aumentar a sobrevida das embalagens. “Antes vista como um agente que só coloca os produtos no mercado, a indústria entrou nessa discussão e está interessada em desenvolver a circularidade”.

Pioneira na questão da sustentabilidade, a Unilever foi representada pela head de Reputação e Assuntos Corporativos do Brasil e América Latina, Suelma Rosa, que contou como a empresa busca atender a demanda dos consumidores por um mundo livre de resíduos. “A Unilever trabalha em todas as dimensões: redução de plástico onde ele não é necessário, redesenho de embalagens, replanejamento do transporte dos produtos, incorporação de plásticos recicláveis nas embalagens e muitas outras”.

Amarildo Bazan, diretor da Abazan Consultoria, apontou como uma das principais dificuldades da reciclagem é a identificação dos diferentes tipos de plásticos, já que misturá-los pode contaminar o processo. Ao mesmo tempo, ele prospecta um cenário bastante promissor: “A indústria está fazendo um investimento alto, como nas Unidades de Triagem Mecanizada instaladas próximas a grandes polos geradores de resíduos”.

Para Marcel Matiolli, coordenador da eureciclo, outro obstáculo é a dimensão continental do Brasil, que dificulta a fiscalização do cumprimento de regulamentações, como as impostas pela Política Nacional de Resíduos Sólidos. “Por outro lado, vemos empresas que estão atuando para facilitar a reciclagem e que procuram compensar um passivo ambiental até maior do que a lei exige. É uma questão de consciência”.

As apresentações da segunda edição da Plástico Brasil Xperience acabaram, mas a conexão continua na plataforma do evento e com disponibilização dos conteúdos gravados. E prepare-se para a edição presencial da Plástico Brasil, a única confirmada do setor, de 27 a 31 de março de 2023.

Aproveite e acesse a Plástico Brasil Xperience para assistir, compartilhar e comentar.