Fazer com que os processos produtivos da indústria do plástico atinjam o seu potencial máximo com o mínimo de energia elétrica possível é uma tarefa árdua, mas extremamente necessária para promover ganhos, reduzir despesas e, de quebra, preservar o meio ambiente, sobretudo em um cenário nada animador, como o avaliado pela Abesco (Associação Brasileira das Empresas de Serviços de Conservação de Energia).

De acordo com a instituição, o Brasil perde 4.600 MW médios por ineficiência energética. O volume equivale a uma usina Belo Monte por ano e seria suficiente para abastecer 40% do consumo residencial de todo o País. Esta situação é apenas uma das causadoras do aumento da conta de luz, que deve ser de até 9% em 2017, segundo a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica).

Diante disso, é cada vez mais necessário que a  indústria, detentora de um terço do consumo da energia gerada em território nacional, coloque em prática um plano de eficiência energética em prol do uso inteligente da energia. O consumo eficiente nesse caso implica de forma direta na redução do valor da conta de luz paga todo o mês pelas indústrias, incluindo a de plástico, e na promoção da sustentabilidade, sem que haja perda na qualidade nos processos produtivos.

Por isso, confira, a seguir, dicas de como implementar um projeto de eficiência energética na sua indústria plástica.

Projeto de eficiência energética na indústria do plástico

Como dito anteriormente, para promover a economia do consumo de energia elétrica por uma indústria do setor do plástico é preciso pensar, inicialmente, em um projeto de eficiência energética. É ele que vai ajudar o empresário a definir ações em determinada operação, visando primordialmente a redução de custos com consumo de insumos energéticos e hídricos.

Nesse plano, devem constar diversas informações, como sugestões de ações, incluindo avaliação de sua viabilidade técnico-econômica de implantação, suas especificações técnicas, os equipamentos e demais recursos que serão necessários para sua ativação e formas de mensurar e acompanhar a performance das soluções propostas.

No entanto, antes de colocar a mão na massa, é preciso fazer um diagnóstico da situação. “O primeiro passo para implantar a eficiência energética na indústria plástica, seja fazendo a troca de uma máquina ou trocando toda a iluminação, é olhar para a conta referente ao consumo e descobrir a medida mais emergencial a ser tomada”, explica André de Dominicis, diretor de Desenvolvimento da Mitsidi.

Quando um empresário considera riscar de seu planejamento financeiro o investimento em algum maquinário, por exemplo, como parte do plano de eficiência energética, o seu primeiro objetivo é, obviamente, o retorno financeiro que o consumo enxuto de energia irá proporcionar para a sua indústria plástica, porém, se as medidas econômicas forem tomadas sem planejamento, o efeito, provavelmente, não será o esperado.

“Há cinco anos, qualquer capital era um investimento para a expansão, mas, agora, está acontecendo o processo inverso, já que as indústrias estão com equipamentos sobrando e capacidade produtiva ociosa”, salienta o profissional. Ele ainda completa dizendo que “um bom plano de eficiência energética, pode, inclusive, orientar para a compra de determinada máquina, que seja mais efetiva e promova menor gasto de energia”.

A importância do diagnóstico

O diagnóstico da situação atual da indústria  em relação ao consumo de energia elétrica é importante por mostrar todas as áreas que precisam ser olhadas com atenção e ajudar o empresário a identificar os sistemas consumidores de eletricidade da sua empresa. “É recomendável que se faça primeiro o que é mais barato para depois ir para ações mais caras. Um diagnóstico bem feito cria um plano de ação que vai mostrar exatamente o ponto que deve ser atacado em um primeiro momento para garantir uma melhor eficiência energética e payback”, enfatiza Dominicis.

O papel das ESCOs

Uma boa estratégia de eficiência energética precisa ser colocada em prática nas indústrias do plástico com a ajuda de profissionais especializados. As ESCOs (Empresas de Serviços de Conservação de Energia) costumam fazer esse trabalho e auxiliar na promoção da economia de energia. “Algumas indústrias acabam utilizando o responsável pela manutenção, mas ele, na maioria das vezes, não é a pessoa mais indicada para desenvolver um plano de eficiência energética. A primeira atitude desse profissional, geralmente, é promover a troca das lâmpadas por LED, o que, nem sempre, é a medida mais aconselhável”, comenta o diretor.

O ideal, portanto, é a contratação de uma ESCO. O acordo entre a indústria plástica e a empresa especializada pode ser firmado por etapas, iniciando com o diagnóstico, ou com uma Carta de Intenções, em que se desenvolve uma análise para a identificação das possibilidades de redução de consumo, estabelecendo critérios de viabilidade econômica. Nesses casos, a organização empresarial fica responsável por aportar tanto recursos técnicos quanto financeiros.

Durante a execução das ações, recomenda-se que a responsabilidade da empresa finde apenas no momento em que os resultados planejados começarem a aparecer com a avaliação feita pelo Plano de Medição e Verificação. A partir dele, se comprova a redução do consumo de energia e inicia a remuneração dos investimentos empregados e calculados sobre a economia gerada.

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