Nos últimos anos, a busca pela sustentabilidade energética é motivo de grande preocupação para a indústria. Neste cenário, tanto a eficiência energética, quanto o mercado livre de energia são conceitos que estão em pauta, sendo amplamente discutidos.

O mais interessante é que especialistas na área afirmam que o mercado livre de energia e a eficiência energética são complementares. 

O primeiro tem como função ajudar a reduzir o preço do kWh adquirido pela indústria, o segundo reduz a quantidade de energia comprada.

Com base neste cenário convidamos Bernardo Sicsú, vice-presidente de Estratégia e Comunicação da Abraceel, para falar sobre qual é a relação entre o mercado livre de energia e a eficiência energética, e como ambos são essenciais para que a indústria alcance sua sustentabilidade energética.

Mercado livre de energia e eficiência energética: Entendendo os conceitos

Se você já acompanha o Mundo do Plástico, já tem ciência sobre qual é a definição de mercado livre de energia e de eficiência energética, afinal já elaboramos diversos conteúdos sobre esses temas. Mas é sempre importante reforçar esses conceitos.

De maneira bem simplificada, Bernardo Sicsú explica que ter eficiência energética é ter um consumo otimizado de insumos energéticos para realizar a produção ou a atividade necessária.

“Por meio da eficiência energética temos um resultado mais eficiente do ponto de vista produtivo com melhor aproveitamento do consumo energético. Equivale a consumir menos energia para a produção de uma unidade de produto”, explica.

Já o mercado livre de energia é caracterizado por ser um ambiente de negociação e oferta de produtos e serviços energéticos que seja mais adequado às necessidades de cada consumidor.

“No mercado livre de energia, fornecedores e consumidores negociam livremente as condições de compra e venda de energia, como preços, prazos, fonte da geração e flexibilidades”, complementa.

Eficiência energética + redução do custo do kWh = economia² + sustentabilidade

Geralmente, o mercado livre de energia é lembrado pela capacidade que esse tipo de negociação tem para oferecer energia a preços bem mais competitivos. Mas, para o vice-presidente de Estratégia e Comunicação da Abraceel, esse é apenas um dos benefícios que ele oferece. 

“Além do preço, o mercado livre é o ambiente mais apropriado para a oferta de soluções de gestão de energia, muitas delas desenvolvidas para que os consumidores possam obter maior eficiência no uso dos insumos energéticos.”

Segundo Sicsú isso ocorre porque as empresas costumam atuar em um mercado bastante competitivo, consequentemente elas devem buscar as melhores estratégias para se diferenciarem e adequarem a oferta de produtos e serviços para as demandas específicas de nichos consumidores.

Dessa forma, a diminuição do custo do kWh já pode ser considerada uma grande vitória para empresas que se inserem no mercado livre. Mas há também a possibilidade de ela alcançar resultados ainda mais expressivos ao reduzir o consumo efetivo.

O resultado disso tudo? Economia em dobro e ganho em sustentabilidade!

Para conquistar esses benefícios, cabe às empresas investir na elaboração de um plano de gestão de energia, que foca em oportunidades de redução do consumo energético – como adoção de sistemas de iluminação mais eficientes e uso de motores mais modernos – ou seja, deve investir em eficiência energética.

Como se planejar para investir em ambos os cenários?

Para que uma indústria alcance sua eficiência energética, todas as medidas são válidas, algumas mais custosas e complexas, demandando investimentos elevados, e outras são mais baratas e de simples implantação.

Assim, medidas como alterações de procedimentos operacionais, investimentos em automação, correta manutenção de componentes e reaproveitamento de energia rejeitada normalmente costumam gerar economia significativa e alta eficiência no consumo energético.

Além disso, como o crescimento do mercado livre de energia, a migração para esse tipo de negociação também vem sendo facilitada.

Para quem quer entrar neste mercado livre, Bernardo Sicsú explica que, atualmente, a regulação autoriza que qualquer consumidor com carga acima de 500 kW pode participar do mercado livre de energia, escolhendo a empresa fornecedora que lhe ofereça os serviços mais adequados e competitivos. 

“Há mais de 400 comercializadoras atuantes no mercado livre de energia, oferecendo energia a preços mais baixos e serviços que atendam às necessidades de cada nicho consumidor, sempre com flexibilidade e serviços personalizados”, salienta.

Diante de tudo que foi exposto, a migração para o mercado livre e a busca pela eficiência energética industrial podem “andar de mãos dadas”. Ambos os cenários podem reduzir custo e consumo de energia. Mas, para que funcionem, eles precisam ser feitos na ordem certa. 

Primeiro, a indústria deve planejar e implementar ações que façam ela alcançar maior eficiência energética, e então avaliar a migração e contratação no mercado livre de energia.

Quer seguir neste caminho? Conheça os motivos para aderir ao mercado livre de energia.