Cerca de 51 mil visitantes passaram pelo pavilhão do São Paulo Expo nos cinco dias da Plástico Brasil 2023, de 27 a 31 de março. É 13% a mais do que na última edição presencial da feira, em 2019.

O número pode impressionar em um primeiro momento, mas faz todo o sentido para quem viu de perto a movimentação nos corredores e estandes, e a lotação da plateia nas apresentações diárias do Parque de Ideias e do SMED (troca rápida de moldes).

Na avaliação do presidente executivo da ABIMAQ, José Velloso Dias Cardoso, a Plástico Brasil foi um sucesso de público, de visitação, e de mostra tecnológica. 

“O público foi muito maior do que imaginávamos. O evento também teve uma excelente performance de vendas, com muitos negócios feitos aqui na feira. A quantidade de visitantes do exterior e as vendas internacionais também tiveram um desempenho acima do esperado. Tivemos muitos visitantes da Argentina, do Peru, da Colômbia, do México, enfim… um sucesso que vai gerar muitas exportações.” 

Para o presidente do Conselho de Administração da ABIMAQ, Gino Paulucci Junior, o evento serviu como ferramenta da indústria para consolidar o material como estratégico para todos os segmentos econômicos.

“O plástico não é vilão, plástico é a solução!”, afirmou.

“No decorrer dos anos, a cadeia produtiva dos plásticos vem se aprimorando tecnologicamente para tornar a cada dia esse produto mais eficiente, mais leve e com propriedades mais específicas para atender às demandas globais de eficiência e sustentabilidade.” 

O presidente executivo da ABIQUIM, André Passos Cordeiro, acredita que mais do que uma catalisadora de negócios, já que reúne grandes players das indústrias de transformação de plásticos, além de outros segmentos, a Plástico Brasil é um palco de inovações, tendências, troca de experiências e soluções. 

“Um ambiente rico e agregador, alinhado a um momento de grandes oportunidades para o mercado de resinas termoplásticas e para a indústria nacional. O Brasil tem um potencial, sobretudo, para ser uma das indústrias mais pujantes no cenário global, dadas as vantagens comparativas, que podem ser transformadas em vantagens competitivas. Significativas reservas de gás natural, grandes fontes de energia e matérias-primas renováveis são exemplos evidentes dessas vantagens.”

Já a show director da Plástico Brasil, Liliane Bortoluci, acrescenta que o evento coincidiu com um momento de grande efervescência do mercado.

“A Plástico Brasil fechou a edição 2023 com chave de ouro. Tivemos aqui um grupo de empresas realmente comprometidas em dar destaque à diversidade do plástico como insumo e como produto final. Foram demonstrados na prática, no pavilhão, ciclos industriais completos que evidenciaram o comprometimento da indústria com a economia circular e com a reciclabilidade.” 

Ampliação para a próxima edição

Marcada para 24 a 28 de março de 2025, a 4ª edição da Plástico Brasil será ainda maior e ocupará cinco pavilhões, um a mais do que a edição recém-encerrada. A organização promete ampliar, inclusive, a presença de empresas de outros países, com novos pavilhões internacionais.

Plástico é Solução

Não tem como concluir a cobertura da Plástico Brasil 2023 sem voltar ao tema da Sustentabilidade. A feira dedicou boa parte de sua programação a questões relacionadas à economia circular e à reciclagem. Mais que isso, deu o exemplo ao promover suas próprias ações de responsabilidade ambiental:

Recicla Plástico Brasil

Todo o resíduo plástico gerado nas demonstrações práticas das empresas expositoras foi coletado pela parceira BB Ambiental e levado para caçambas nas docas dos pavilhões do São Paulo Expo. Lá, os resíduos foram separados por tipo de material e enviados para o barracão da BB Ambiental, onde serão recuperados e vendidos para reciclagem. A coleta seletiva dos resíduos recicláveis da construção dos estandes e áreas comuns estendeu-se aos períodos de montagem e a desmontagem da feira.

Tampinha Legal

O programa coletou as tampinhas depositadas nos pontos distribuídos no pavilhão, que serão encaminhadas a entidades assistenciais que fazem a separação por cor e a venda do material para recicladores parceiros. A entidade beneficiada fica com 100% da renda da transação comercial e as tampas serão reutilizadas pela indústria de transformação para produção de novos artefatos plásticos. 

Outras ações:

  • Recolhimento das credenciais na saída e reaproveitamento das bags plásticas;
  • Reaproveitamento do material de sinalização do pavilhão, de parte do carpete e dos estandes modulares de áreas de atendimento;
  • Reciclagem das lonas utilizadas;
  • Incentivo às empresas expositoras para reduzir materiais impressos ou priorizar papel de reflorestamento;
  • Redução da altura máxima dos estandes para reduzir o uso de material de construção;
  • Incentivo às empresas expositoras para reutilizar ou reciclar material de construção do estande;
  • Controle do ar-condicionado do pavilhão de acordo com a temperatura externa;
  • Traslado gratuito para os visitantes para incentivar o transporte público.

Soluções ambientais dos expositores

As empresas expositoras também fizeram sua parte ao ofertar à indústria de transformação soluções que minimizam o impacto ambiental do plástico, como o Mundo do Plástico mostrou ao longo desta semana. 

Um exemplo bastante inovador vem da Eco Ventures Bioplastic. O carro-chefe de sua participação foi o Go Green P-Life, um aditivo que pode ser incluído no processo de transformação para conferir à resina propriedades oxi-biodegradáveis. 

O P-Life é compatível com todos os processos e com praticamente todos os polímeros (polietileno, polipropileno, PET, poliestireno e outros), sejam virgens ou reciclados. A exceção, explica Yago da Silva Nunes, do departamento de Logística da Eco Ventures, é o PVC, por causa da presença do cloro em sua composição. 

“Não que sejam incompatíveis, mas há aplicações que não são recomendadas, como em para-choques de automóveis, em razão da exposição constante às intempéries”, completa.

Isto porque o processo de biodegradação dos artefatos plásticos fabricados com adição do P-Life começa a partir da exposição ao sol, chuva e umidade. “Por isso, o uso maciço do nosso produto é para os descartáveis, como canudos e embalagens em geral”.

O P-Life tem certificações que comprovam que sua adição não interfere nas propriedades da resina, como resistência, transparência, selagem, permeabilidade e impressão. Além disso, após o consumo, uma embalagem plástica que recebeu este tratamento oxi-biodegradável pode ser encaminhada para a reciclagem juntamente com outras, sem que o reciclador precise fazer qualquer tipo de separação ou ajuste.

Para reforçar seu posicionamento ambiental, a Eco Ventures Bioplastic veio para a Plástico Brasil 2023 com um estande 100% sustentável, construído com material reciclado ou que será reutilizado.

“Nosso logo em PVC Free vai para a reciclagem e o vinil e a madeira serão reaproveitados. Escolhemos modelos de TV e frigobar com menor consumo de energia possível, e até a planta que usamos na decoração será replantada”, diz Yago.

Conteúdos no Parque de Ideias

Outra solução interessante foi apresentada no último dia do Parque de Ideias, o “Design for Disassembly” (Design para Desmontar), pelo professor Antonio Cabral, coordenador da pós-graduação de Engenharia de Embalagem do Centro Universitário Mauá. 

Na prática, significa pensar, desde o projeto, em como uma embalagem pode ser desconstruída para permitir a reciclagem adequada. “Não adianta falar em economia circular se você não consegue desmontar seu produto”, alerta Cabral.

Na sequência, a revista Plástico Sul concluiu a apresentação dos vencedores de sua premiação com o detalhamento dos cases de três empresas:

  • Clean Plastic: Coleta de resíduos plásticos nas margens dos rios do Amazonas por comunidades ribeirinhas afastadas de Manaus;
  • JBS Ambiental: Captação, reciclagem e aplicação dos resíduos industriais do Grupo JBS, bem como redução na geração destes resíduos;
  • Piramidal: Foco nos pequenos, micros e médios transformadores do plástico para incluí-los na cadeia da economia circular.

Fala, Expositor!

Veja como algumas empresas avaliaram sua participação na Plástico Brasil 2023.

“A feira nos surpreendeu positivamente, tanto pelo tamanho que ela alcançou, quanto pela frequência e qualidade do público visitante”.

Antonio Sergio Valverde, diretor Comercial da Valmart Máquinas e Acessórios

“Não esperávamos vender durante a feira, mas os clientes fizeram negócios aqui no pavilhão”.

Yago Ferreti, gerente de Vendas da Ferreti Extrusoras

“A Plástico Brasil trouxe a possibilidade de fecharmos novos negócios nacionais e internacionais. Isso é fundamental para consolidarmos relações comerciais no Brasil e em outros países”.

Giovani Rulli, engenheiro de Vendas da Rulli Standard

“A edição 2023 da Plástico Brasil é um divisor de águas. Por duas razões: primeiro porque o empresariado brasileiro vem descolando seus negócios da situação política e econômica do país no sentido de seguir em frente por não ter mais como esperar por estabilidade; segundo, porque ficamos muito tempo sem eventos presenciais e o networking que se estabeleceu trouxe confiança ao empresário tomador de decisão”.

Amilton Mainard, diretor da Mainard

“Participar da Plástico Brasil foi um excelente termômetro, pois tivemos oportunidade de conversar com empresários dos diversos setores consumidores de nossos produtos para entender quais serão as linhas de decisão de seus negócios”.

Udo Löhken, diretor da Engel

“Recebemos muita visitação de clientes e prospects, do Brasil e de fora, principalmente da América do Sul. Apesar desses países também terem as suas particularidades e desafios frente à economia, temos muitos parceiros e muita prospecção encaminhada nesses mercados”.

Antonio Carnevalli Neto, diretor da Carnevalli

“Nesta edição, o técnico veio acompanhado do tomador de decisão de sua empresa, o que denotou o interesse em fechar negócios ainda no evento”.

Raul Katsuno, diretor da MTF Termoformadoras

“A grande vantagem do evento é ficar frente a frente com os fornecedores estrangeiros, e auxiliar as empresas no alinhamento de necessidades e expectativas”.

Ivan Arcuri, engenheiro de Desenvolvimento e Suporte Técnico da Intermarketing Brasil

“O evento nos surpreendeu positivamente, tanto pelo tamanho que alcançou, quanto pela frequência e qualificação da visitação. Depois da pandemia, percebemos que as pessoas selecionam mais os eventos que participam e o fazem com o propósito de fechar negócios”.

Gerson Martins, o Sales Engineering/ Marketing Chief da ROMI

“A Plástico Brasil impulsionou ainda mais o contato com os clientes, atraídos por uma promoção muito pontual que criamos e que se tornou a porta de entrada para conhecerem nosso modo de trabalhar.”

Marcio Oliveira, diretor superintendente da Polimold


A Plástico Brasil 2023 foi um sucesso e a próxima edição promete ser ainda melhor! Então, anote desde já na agenda: em 2025, a feira acontece de 24 a 28 de Março.