Aumentar a produtividade no chão de fábrica de uma indústria e torná-la mais competitiva – não exige, necessariamente, um grande volume de investimento. O fundamental, segundo apontam especialistas, é promover uma mudança cultural enquanto, aos poucos, de maneira gradativa, os aportes em automação e tecnologia vão sendo realizados.

“O primeiro passo para promover a mudança é a liderança da indústria se conscientizar. Não adianta falar sobre produtividade se os próprios líderes não tiverem isso na cabeça. O segundo passo é adotar estratégias e políticas adequadas à indústria, realizar treinamentos para a equipe gerencial e organizar sistemas de colaboração”, garante Christian Barbosa, consultor especializado em produtividade.

Nesse sentido, é preciso ter um mapeamento claro do processo, do ambiente e dos riscos do ambiente. “Existem bons programas para aumentar a produtividade, como o Six Sigma, por exemplo. Dá para implementar, mas é preciso uma mudança de conceito”, sugere.

Por isso, antes mesmo de pensar em tecnologias que possam melhorar a produtividade, o industrial precisa estar focado em conceitos mais simples, capazes de melhorar os resultados mesmo no curto prazo. “A tecnologia fará a diferença quando resolvermos problemas mais urgentes. No estágio atual, a aplicação de ferramentas simples, como os conceitos de Lean Manufacturing, aumentará a produtividade da indústria com o combate aos desperdícios do processo produtivo: defeitos, excesso de produção, processamentos desnecessários, esperas, transporte, movimentação, etc.”, ilustra Paulino Graciano Francischini, coordenador dos cursos de Lean Manufacturing e Lean Service da Fundação Vanzolini e professor do Departamento de Engenharia de Produção da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (USP).

Ao promover essas mudanças gradativas, porém, é importante estar de olho nos resultados. A implementação da produtividade, afinal, só surtirá efeito quando seguir os quatro vértices de do “quadrado” formado por: capacitação de funcionários, saúde financeira, manufatura enxuta e automatização.

Todos esses conceitos são plenamente aplicáveis à indústria de transformação plástica. A produtividade se reflete no setor por meio de equipamentos, de uma ótima gestão de suprimentos e, sobretudo, de uma mão de obra que domine os materiais e os processos produtivos. O incentivo à integração com o meio acadêmico pode, nesse sentido, trazer bons resultados. “O curso de Tecnologia em Polímeros transmite aos estudantes o conhecimento que é fundamental para o resultado real no chão de fábrica”, diz Wanderley da Costa, professor do curso de Polímeros das Faculdades Oswaldo Cruz.