O Sistema Embalagem pode ser considerado uma cadeia produtiva e deve gerar valor para todos os agentes que dela participam. Sua digitalização é o ponto de partida para a redução do custo sistêmico, maior capacitação dos profissionais e fortalecimento do espírito inovador. 

Para isso, a troca de informações digitalizadas não pode estar restrita a apenas um elo dessa cadeia, e sim equilibrada entre todos os agentes – o que nem sempre ocorre e precisa ser trabalhado pelas empresas. 

Estes são alguns dos ensinamentos que o professor Antonio Cabral, coordenador de pós-graduação de Engenharia de Embalagem do Instituto Mauá de Tecnologia (IMT), vai compartilhar em sua palestra Digitalização do Sistema Embalagem no Parque de Ideias, dia 27 de março, às 15h30. 

O Parque de Ideias é o espaço dentro da Plástico Brasil no qual parceiros e empresas renomados apresentam os últimos avanços e tendências da indústria do plástico. 

Confira nesta entrevista exclusiva para o Mundo do Plástico estes e outros pontos que o professor Cabral levará para os visitantes da feira. 

Mundo do Plástico: Quais os principais tópicos que você vai abordar em sua apresentação “Digitalização do Sistema de Embalagem” no Parque de Ideias?  

Antonio Cabral: Pretendo apresentar o conceito de Sistema Embalagem, que é bem abrangente, e as empresas que dele fazem parte, além de deixar claro que há a necessidade de que todas elas troquem informações constantemente para adicionar valor ao produto que fabricam e, obviamente, ao consumidor.  

Sugiro três indicadores para gerenciá-lo: custo sistêmico, humanware (leia-se capital humano) e capacidade de inovar. Nesse ambiente, a coleta, tratamento e compartilhamento de dados é essencial para que a citada adição de valor ocorra de forma equânime entre todos os agentes. 

MdP: Você pode citar alguns dos benefícios que a digitalização nessa etapa da cadeia produtiva oferece para as empresas?  

AC: O Sistema Embalagem tem por base os anseios dos consumidores e as ações das empresas para atendê-los e, portanto, pode ser considerado uma cadeia produtiva que deve gerar valor para todos os agentes que dela participam. 

A digitalização é o ponto de partida para a redução do custo sistêmico (maior eficiência e eficácia nos processos), maior capacitação dos profissionais (que passam a ter mais foco nas suas atitudes cotidianas) e fortalecimento do espírito inovador. 

MdP: De todas as etapas do ciclo de vida de uma embalagem (design, prototipagem, produção), qual você considera que atualmente está mais avançada em termos de digitalização? 

AC: É preciso considerar o ciclo de vida de uma embalagem de uma forma mais ampla, sistêmica. Isoladamente, temos exemplos de troca de informações digitalizadas (artes finais, por exemplo). No entanto a abordagem sistêmica requer a existência de equilíbrio entre todos os agentes, fato que ainda precisa ser trabalhado incessantemente. 

MdP: Você avalia que a digitalização do sistema de embalagem já é uma realidade para a maioria dos fabricantes brasileiros?  

AC: Determinados fabricantes são exemplos sensacionais de digitalização dos seus processos. No entanto, é comum que seu “vizinho de cadeia produtiva” não o seja, o que pode gerar um certo desequilíbrio de forças. Acredito que ainda tenhamos que trabalhar muito para que a digitalização do Sistema Embalagem esteja implantada na maioria das empresas do parque fabril brasileiro. 

MdP: Como os profissionais que assistirem à sua palestra no Parque de Ideias podem aplicar esse conhecimento no seu dia a dia?  

AC: Acredito que tenhamos um bom espaço de discussão sobre o conceito de Sistema Embalagem e de sua gestão, especialmente porque apregoo que embalagem é muito, muito mais do que o material que a compõe. A minha expectativa é que esse entendimento possa ser aplicado no dia a dia de todos. 

MdP: Deixe uma mensagem final para os profissionais e estudantes que visitarão a Plástico Brasil. 

AC: A digitalização do Sistema Embalagem é uma jornada que deve ser cumprida com estratégia bem definida para que as atitudes sejam tomadas no tempo certo. É preciso começar hoje! 

Quem é Antonio Cabral

Antonio Cabral é graduado em Engenharia de Alimentos pela Universidade Estadual de Campinas, com mestrado em Food Science pela Rutgers University (EUA), MBA em Marketing pela Fundação Getúlio Vargas e doutorado em Engenharia de Produção pela Escola Politécnica da USP.  

Com 35 anos de experiência no setor alimentício, possui expertise em Produção e Pesquisa & Desenvolvimento, com foco em desenvolvimento de embalagens. Atualmente, é coordenador e professor do Curso de Engenharia de Produção, professor do Curso de Engenharia de Alimentos e coordenador do Curso de Pós-Graduação em Engenharia de Embalagem no Centro Universitário do Instituto Mauá de Tecnologia. Além disso, é diretor da Pack & Strat, empresa especializada no desenvolvimento de sistemas de embalagem e otimização de processos produtivos. 

Confira a programação completa do Parque de Ideias e venha para a Plástico Brasil (de 24 a 28 de março, no São Paulo Expo) adquirir conhecimentos que trarão resultados positivos para sua indústria! O credenciamento é gratuito.