O consumo de energia é um dos maiores custos da indústria de transformação do plástico. Estima-se que representa 15% da despesa total, podendo impactar o faturamento, em média, entre 4% e 6%.
Nas empresas que utilizam com mais frequência o processo de extrusão, pode chegar a 10%.
Atenta a esta realidade, a Plástico Brasil, maior encontro da indústria do plástico na América Latina, abriu espaço no pavilhão para o Assuntos de Energia, uma área voltada à apresentação de conteúdo sobre economia de energia, transição energética, mercado livre de energia e outros.
Transição energética
O tema do segundo dia da feira, 25 de março, Transição energética e mercado de crédito de carbono, discorreu sobre a economia circular de energia, desde os tratados globais até o papel da indústria do plástico no mercado de baixo carbono.
“Hoje, uma tonelada de plástico equivale a uma moeda de crédito de carbono”, disse Wallas Sales, professor do IBMEC e assessor parlamentar da Câmara dos Deputados.
Wallas lembrou que, no Acordo de Paris, compromisso global para limitar o aumento da temperatura do planeta ao máximo de 1,5 graus, o plástico é considerado como de alto risco. Isso porque sua produção representa 4% das emissões globais e pode responder a 20% da demanda de petróleo, ou mais, até 2050.
Uma vez que o plástico faz parte importante de todos os setores econômicos, da agricultura à construção civil, da saúde à indústria de alimentos, a solução passa obviamente pela sustentabilidade.
Passa, também, pela transição energética, ou seja, a substituição de fontes fósseis por renováveis, e pelo investimento em tecnologias que reduzam o consumo de energia e as emissões de carbono, em reciclagem e no desenvolvimento de bioplásticos.
“Em 2023, cerca de 9,5% dos plásticos produzidos no mundo utilizaram resinas recicladas ou biomateriais”, apontou Wallas.
De acordo com o professor do IBMEC, a automatização e a adoção de tecnologias da Indústria 4.0 são aliados da indústria do plástico neste processo. É o caso, por exemplo, da Internet das Coisas (IoT) e da Inteligência Artificial, que permitem monitorar e otimizar o consumo de energia em tempo real.
Mercado de carbono
Já a mercado de créditos de carbono – por meio do qual empresas e países compensam seu excesso de emissões de gás de efeito estufa ao financiar projetos de redução ou a remoção de CO2 – pode representar uma oportunidade para as indústrias do plástico.
“A transição para uma economia de baixo carbono exige que a indústria do plástico adote práticas sustentáveis em toda a cadeia produtiva, da seleção de matérias-primas menos intensivas até a gestão eficiente de resíduos, passando pela otimização logística”, enumera.
Para que os transformadores entrem neste processo, o especialista enumera cinco passos:
- Identificar oportunidades de eficiência energética;
- Iniciar projetos-piloto de redução de emissões;
- Estabelecer metas claras de redução de carbono;
- Investir em inovação continua; e
- Estabelecer parcerias estratégicas (como Parcerias Público-Privadas – PPP).
Energy Solutions Show
Para aqueles que querem se informar mais sobre o tema e descobrir como economizar energia em seus processos, além de conteúdo, o Assuntos de Energia está divulgando o Energy Solutions Show, evento que tem como objetivo conectar indústrias consumidoras com investidores, gestores públicos e empresas do setor de energia na busca por boas práticas.
A próxima edição está agendada para o dia 26 de março de 2026, em São Paulo.
Confira os temas do espaço Assuntos de Energia (B170) nos próximos dias da Plástico Brasil 2025:
Dia 26: Mercado livre de energia
Dia 27: Gestão de energia e eficiência
Dia 28: Energias renováveis e armazenamento
As apresentações acontecem sempre às 15h, após as quais os especialistas ficam à disposição para conversar e tirar dúvidas dos visitantes da Plástico Brasil.
Se você quer saber como reduzir custos de energia em seus processos e aprender como entrar no mercado de carbono, não deixe de visitar a Plástico Brasil, no São Paulo Expo. O credenciamento gratuito está aberto.