O segundo dia da Plástico Brasil (28) comprovou que a espera de quatro anos desde a última edição presencial valeu a pena. As mais de 800 marcas expositoras, nacionais e internacionais, trouxeram o que de mais moderno foi desenvolvido para a indústria do plástico neste intervalo. O resultado se refletiu nos corredores e estandes cheios o dia todo.
A organização não deixou por menos e criou uma trilha de conteúdo e atrações que ajudam no desenvolvimento do negócio e na atualização técnica dos transformadores, público prioritário da feira. Entre elas estão as demonstrações diárias do SMED, o atual “estado da arte” na troca rápida de moldes.
Troca de moldes em menos de 10 minutos
O conceito SMED, sigla em inglês para Single Minute Exchange of Die, já existe há alguns anos, mas ainda é pouco conhecido por boa parte dos transformadores do plástico. Para quem não está habituado com o termo, significa realizar a troca de molde de forma totalmente automatizada e em menos de 10 minutos, o que reduz drasticamente o tempo de set-up – ou seja, que a máquina fica parada.
A Plástico Brasil oferece sessões diárias e gratuitas com uma demonstração prática e em tempo real da troca rápida de moldes, precedida por um workshop ministrado por Alexandre Farhan, fundador e diretor técnico da Escola LF. Nele, o especialista explica o set-up e suas etapas, dá dicas para redução deste intervalo e introduz os fundamentos do SMED.
Tendo como base as apresentações feitas nos dois primeiros dias da Plástico Brasil, Farhan notou que boa parte da audiência desconhecia o conceito até então. “Mas eles saem daqui curiosos e motivados para assistir à demonstração e saber mais”.
O SMED se vale de modernos equipamentos – gruas, placas magnéticas – que agilizam o processo a tal ponto que na apresentação acompanhada pela equipe do Mundo do Plástico, todo o processo levou apenas 4 minutos e 33 segundos – outra, mais no final do dia, bateu o recorde e ficou em 3 minutos e 45 segundos.
Chistopher Rodriguez, da empresa Sogeplast, veio do Haiti para visitar a Plástico Brasil e assistiu à sessão de SMED. “Fiquei impressionado!”, admite, mesmo já tendo visto processos similares. Agora, ele quer levar a ideia para eventual implantação na sua empresa.
Para transformadores de micro, pequeno e médio porte que ainda não têm capacidade de investimento para implantação do SMED, a boa notícia é que é possível diminuir o tempo de parada de máquina com medidas simples, como planejamento, organização e treinamento do profissional responsável pela troca de molde, e adoção de elementos de engenharia que agilizam o engate das placas.
O SMED da Plástico Brasil conta com a parceria das empresas Staübli, Romi, Previsão Presilhas e Berg-Steel. São cinco sessões diárias: 12h, 13h30, 15h, 16h30 e 18h. Localização: Rua J 004.
Sustentabilidade: iniciativas de valor
Mais que o futuro, a sustentabilidade é o presente que garante o futuro. Por isso, proliferam cada vez mais soluções inovadoras e criativas neste sentido na indústria do plástico, e a Plástico Brasil está repleta delas.
Um bom exemplo vem da Dakhia (Rua H052), empresa especializada em plásticos de engenharia e que há mais de duas décadas fornece compostos plásticos para injeção e extrusão para os mais diversos setores da economia.
Na sua estreia na Plástico Brasil, a empresa preparou o lançamento de duas soluções sustentáveis. O Qualinyl Eco é produzido a partir da palha do milho, uma fonte renovável e que alcança 50% de redução de CO2 equivalente. O resultado é similar ao das poliamidas convencionais e tem a vantagem de não demandar adaptações nos equipamentos e processos dos clientes. No estande da marca, inclusive, está em exposição um jogo de poltronas fabricadas pela Tramontina com o Qualinyl Eco.
A outra novidade é o Polietileno I’m Green Bio-Based, que tem a de cana-de-açúcar como fonte e que pode ser utilizado em diferentes processos, como rotomoldagem, injeção, sopro e outros. Segundo Aline Oliveira, analista de Inteligência de mercado da Dakhia, os visitantes da Plástico Brasil têm mostrado bastante interesse nas novidades. “Já no primeiro dia, recebemos várias empresas e agendamos algumas visitas”, conta.
Ainda no quesito sustentabilidade, a Radici Plastics decidiu comemorar os 25 anos de sua fábrica no Brasil com o lançamento da Renycle no mercado nacional – no internacional, foi apresentada em outubro do ano passado, na feira K.
De acordo com a CEO da empresa, Jane Campos, a resina reciclada é produzida a partir de três fontes: os resíduos industriais da produção têxtil do grupo, o pós-consumo da indústria automotiva e o pós-consumo das redes de grandes empresas pesqueiras. “Só o Chile gera em torno de 4,5 mil toneladas destas redes por ano, que antes ficavam depositadas no fundo dos oceanos e hoje podem ser recicladas”, conta Jane.
A Radici começou a reaproveitar as redes de pesca há três anos, mas é pioneira, desde os anos 1980, no reuso de seus resíduos têxteis. Segundo Jane, já no primeiro dia da Plástico Brasil houve grande procura pelo Renycle, principalmente pelas montadoras de automóveis.
Tour pela sustentabilidade
Durante a Plástico Brasil, a Braskem está organizando um tour em que os visitantes são guiados por seus engenheiros por dez empresas transformadoras para mostrar, na prática, como transformar uma economia linear em circular. “A Braskem trabalha com a técnica de PCR (resinas recicladas pós-consumo), que permite a reciclagem mecânica depois da matéria-prima ser utilizada pelo consumidor final”, comenta o engenheiro Gustavo Passos.
O tour passa por empresas expositoras, nas quais os visitantes podem conhecer os processos aplicados de injeção, sopro e produtos flexíveis. São elas: Haitian International, BMB, EMTSA, Arburg, Eurostec, Romi, Multiblow, Carnevalli, HGR e Rulli Standard.
Parque de Ideias e cases
O Parque de Ideias deu continuidade à trilha de conteúdo da Revista Plástico Sul, que está apresentando os cases vencedores de sua premiação no ano passado. Nesta terça-feira (28), as estrelas foram as empresas Plastiweber e Packem, ganhadoras na categoria Produto com Conteúdo Reciclado.
A Plastiweber já trabalha com resina PCR para vários segmentos, como alimentos, bebidas, construção, têxtil e outros. Mas o case vencedor se refere ao envelope para e-commerce que utiliza 75% de plástico pós-consumo em sua composição.
Já a Packem se destacou pelo desenvolvimento de um Big Bag feita 100% com PET reciclado. Além de reaproveitar material que seria descartado na natureza e das diversas vantagens oferecidas – como maior estabilidade de empilhamento e temperatura, maior resistência aos raios UV e à tração – as bags são recicláveis e podem voltar para a cadeia.
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