A Manufatura Avançada tem o poder de transformar a indústria de plásticos, tornando a empresa, os colaboradores e todo o ecossistema de fornecedores, parceiros, distribuidores e clientes em uma rede digital plenamente interconectada e integrada, ligada a outras de todo o mundo.
A digitalização total das operações verticais e horizontais suaviza os excessos e as carências de uma linha produtiva típica, compensa interrupções não programadas, além de testar novos produtos em mercados específicos. Já existem sistemas avançados de gerenciamento de estoques que conectam varejistas, centros de distribuição, transportadores, fabricantes e fornecedores. Com eles, há uma transparência de dados sobre os níveis de estoque, com disparos automáticos de ordens de serviços e pedidos de compra para suprir a demanda.
Manufatura Avançada e Big Data
Os resultados de análises de Big Data também podem considerar a influência de fatores internos e externos para definir qual é a melhor composição de produtos para um determinado mês, por exemplo. Ao considerarmos a Manufatura Avançada, temos acesso a uma infinidade de dados provenientes de máquinas, equipamentos e sistemas que podem servir para melhoria dos indicadores de produtividade e qualidade, aumento da eficiência, entre outras aplicações.
É possível, ainda, realizar automaticamente levantamentos estatísticos para prever qual máquina poderá parar a produção, seja por quebra, desgaste ou por má utilização, permitindo gerenciar melhor os períodos de paradas programadas para sua manutenção, aumentando, assim, a sua disponibilidade de produção.
A indústria 4.0 também viabiliza modelos de negócio de economia de customização em massa, em que cada produto é criado como um lote único. Com a utilização de software e robótica integrada à linha de montagem, altos níveis de especificação vão se tornar a norma.
Manufatura Aditiva e Impressão 3D
Além disso, a manufatura aditiva e impressão 3D abrem para a indústria de plástico a possibilidade do desenvolvimento de novos produtos e sua entrada em novos mercados. Um exemplo é o da manufatura de ferramentas. Já existem tipos de termoplásticos que podem ser utilizados para imprimir ferramentas com a mesma resistência mecânica e térmica encontradas nas tradicionais, feitas de liga metálica.
De acordo com Vitor Hugo Jacob, diretor da LWT Sistemas, a indústria de plástico já tem a tecnologia disponível para fazer um movimento de substituição de peças, que originalmente eram feitas de aço, alumínio e outros materiais metálicos, e certificar o uso das impressas. “Pelo fato de eu conseguir, com a manufatura aditiva, imprimir uma peça única e customizada com resistência mecânica altíssima, começo a viabilizar um mercado de peças e ferramentas plásticas”, afirma Jacob.
As peças impressas em 3D têm o potencial de atender a diversos segmentos, como bens de consumo e produtos médicos, até mesmo a linha de produção automobilística, defesa e aeroespacial, de acordo com as certificações que esses setores exigem. A Airbus, a maior fabricante de aeronaves, produziu mais de 1.000 peças impressas em 3D para utilizar em seu novo modelo A350 XWB. Além da alta relação resistência-peso, a resina utilizada para a manufatura atende às exigências de segurança aeronáutica, como chama, fumaça e toxicidade. As peças são mais fortes, mais leves e reduzem significativamente o tempo e os custos de produção para a empresa.