A produção em massa, grandes quantidades de um mesmo item, “qualquer cor desde que seja preto” foi muito importante para a organização industrial do Brasil a partir da década de 60. Nessa época, a variedade de produtos era muito pequena, em relação ao que temos hoje e as variáveis de produção eram menos complexas.

Produzir cada vez mais, com menos recursos e mais rapidamente, passaram a ser desafios comuns para aquelas empresas que pretendem permanecer no mercado, e serem protagonistas na competição.

A partir da década de 70, entraram no mercado os japoneses, com uma cultura diferenciada de competir, baseada na diversidade e com fortes tendências  em reduzir o ciclo de vida dos produtos, como estratégia para estimular o consumo, tornando a manufatura mais complexa. Os japoneses perceberam que o diferencial era oferecer grandes variedades de produtos com ciclos de vida cada vez mais curtos.

A solução encontrada por Taiichi Ohno, da Toyota, foi adotar uma filosofia, que incorporasse técnicas e tecnologias, que permitisse entregas no tempo exato em que o mercado demandasse. Uma mudança cultural radical estava em andamento.

Nascia o Sistema Toyota de Produção, baseado na filosofia “Just-in-Time” com ferramentas para combater desperdícios e dominar as variáveis de produção.

Um sistema de produção puxado em vez de empurrado foi implantado como forma de entender o comportamento do cliente consumidor, ou seja, um centro produtivo era cliente do centro antecedente e fornecedor do precedente. Esta filosofia, foi a mais importante no Sistema Toyota de Produção, pois, todas as pessoas envolvidas no processo de produção de um determinado produto, experimentavam a magia da  satisfação de um cliente.

Sua indústria tem o domínio e está extraindo o máximo dos equipamentos ?

O Kanban, um cartão de marcha, foi utilizado para programar, sequenciar e movimentar o processo no chão de fabrica. Os americanos (EUA) passaram a sentir a força dos japoneses na competição, principalmente nas indústrias automobilística e eletroeletrônicos.

Ficava claro que a estratégia e a cultura industrial, tinham mudado, e que ser grande já não representava muita coisa na competição. Chegou a vez da velocidade em fabricar de acordo com a necessidade do cliente e entregar no prazo que ele estava disposto a esperar. Não era mais o grande que engoliria o pequeno e sim o veloz que engoliria o lento.

A medida que a variedade de produtos aumentava, aumentava também a complexidade das variáveis que influenciavam no “lead time”(tempo total de fabricação). Possível para os japoneses que tinham as variáveis de chão de fabrica sob controle.

Agora chegou a vez dos sistemas APS (Advanced Planning and Scheduling),ou em português, Sistema de Planejamento e Programação Avançados, mas antes temos que dominar as variáveis de chão de fabrica como requisito para sua automatização.

Como primeiro passo, o domínio do chão de fábrica esta baseado em informações precisas e imediatas de todo sistema produtivo, estoques, mão de obra e tudo que envolve produção. Mas antes disso é necessário saber as condições atuais antes do próximo passo. Como andam as máquinas, periféricos, ferramentas e demais itens necessários a produção para se tornarem protagonistas de uma nova cultura industrial? É o primeiro passo, a MANUFATURA AVANÇADA (EUA) ou Indústria 4.0 (Alemanha) requer antes de tudo que a EMPRESA domine o processo e não a recíproca. Então, dentro desta nova filosofia vamos ao desempenho atual dos equipamentos.

No atual momento temos domínio e estamos extraindo todo possível dos equipamentos ou limitados a desenvolver um processo adaptativo aos recursos disponíveis de forma que “tapemos os buracos” da ineficiência com “jeitinhos”? Se a resposta for NÃO, não dominamos, estamos restritos a fazer o que é possível e não impormos uma posição de produção que nos leve a uma MANUFATURA AVANÇADA.


Este artigo foi escrito por Antonio Dottori,  a convite do Mundo do Plástico. O autor é especialista na transformação de materiais plásticos, Vice Presidente da Câmara Setorial de Máquinas e Acessórios para a Indústria do Plástico, Membro do Conselho da ABPol, ex professor do Centro de Tecnologia do Plástico Mario Amato e executivo da empresa Pavan Zanetti.

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