Um estudo da IFR (Federação Internacional de Robótica) prevê que, até 2019, 3.500 novas unidades de robôs sejam adquiridas pela indústria brasileira – e isso levando em consideração o número de 1,8 mil robôs que existiam no mercado até 2016. A ideia é que eles sejam utilizados em diversas frentes e mudem pra valer a forma de produzir. Um exemplo são os sistemas robotizados na aplicação de rótulos no interior do molde, que ocorre por injeção.
Vale lembrar que esse processo é conhecido como multilabel e consiste na colocação de rótulos plásticos em polipropileno dentro do molde. A partir disso, o plástico solda o rótulo, que fica fundido, tornando-o, assim, parte integrante do produto.
O procedimento já existe há vários anos, entretanto, nas últimas duas décadas, houve uma ampliação do seu uso, conforme explica Luiz Galvão Gomes, diretor comercial da Dal Maschio Brasil.
“A primeira impressão que fiz com multilabel foi na década de 1990. Depois, nos anos 2000, essa tecnologia migrou para o setor de baldes, embalagens, etc. Hoje, o principal mercado é o setor de embalagens. O processo vem amadurecendo aqui no Brasil, tanto que temos várias gráficas que imprimem rótulos de boa qualidade, o que há 15 anos não existia”, comenta.
Funcionamento do processo de aplicação de rótulos com sistemas robotizados
O processo de aplicação de rótulos no interior do molde com sistemas robotizados funciona com o uso de eletrostática. O robô busca, com uma garra especial, em uma pilha de rótulos, aquele que deve ser aplicado no interior do molde e o conduz até o local de aplicação. Ao encostar o rótulo na parede do molde, ocorre um processo de descarga elétrica, que varia de 10 a 25 mil volts. Como o molde é aterrado, ele fica polarizado, e o robô liga o vácuo, grudando por atração o rótulo à parede do molde.
“Essa é a tecnologia mais usada, e a vantagem é que não precisa fazer modificações no molde para poder decorar a montagem do rótulo na cavidade, ela fica aderida pela carga eletrostática no molde. Sem a carga, no entanto, o robô consegue extrair a peça do molde sem dificuldades”, destaca o diretor comercial da Dal Maschio Brasil.
Cabe ressaltar que, para cada automação, há sistemas robotizados diferentes, podendo ser cartesianos ou de entradas laterais. “Se você colocar o rótulo em uma peça, ou em um molde que decora toda a volta do produto, você deve utilizar uma tecnologia de garra. Mas se você for fazer uma peça plana, deve usar outro tipo de garra, completamente diferente em função de onde o rótulo será colocado no produto, do tempo de ciclo, etc.”, explica.
Vantagens dos sistemas robotizados na aplicação de rótulos com sistemas robotizados
A principal vantagem dos sistemas robotizados nesse processo é que o produto sai pronto da injetora – não é preciso esperar que a peça fique pronta para o operador rotulá-la. Além disso, há menos mão de obra envolvida, pois o sistema de produção da peça e de colocação do rótulo no interior no molde é o mesmo e demanda menos tempo de fabricação, o que gera, consequentemente, maior produtividade.
Além disso, devemos ressaltar a qualidade do produto, visualmente mais interessante, uma vez que o rótulo fica fixo, sem o risco de se descolar do produto.
“Com os sistemas robotizados, você coloca a sua marca na peça e consegue ter uma flexibilização de produção, sem demanda de mão de obra”, conclui Luiz Gomes da Dal Maschio Brasil.
Você já conhecia os sistemas robotizados na aplicação de rótulos no interior do molde? O que achou das suas vantagens? Deixe sua mensagem nos comentários.