As mudanças climáticas e seus efeitos para as populações humanas são alguns dos temas mais debatidos atualmente em nível global. O Brasil, inclusive, vai ganhar ainda mais protagonismo nesta questão ao sediar a COP30 (30ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima) em novembro. 

O design resiliente (ou arquitetura resiliente) é um dos muitos frutos do enfrentamento das mudanças climáticas. Trata-se de um conceito arquitetônico que foca a capacidade de resistência de um sistema (edifício, comunidades) para se adaptar e resistir a eventos adversos. 

Entre outros pontos, o design resiliente inclui: 

  • Mitigar as causas das mudanças climáticas, como reduzir as emissões de gases de efeito estufa, e se adaptar aos efeitos que já estão ocorrendo;
  • Funcionar bem no presente e ser robusto e flexível para lidar com incertezas futuras e desastres naturais; e 
  • Reorganizar-se, continuar funcionando ou se recuperar rapidamente após uma perturbação. 

Na prática, o design resiliente visa criar soluções para que as edificações e sistemas sejam capazes de resistir ou se adaptar, por exemplo, a enchentes, ondas de calor e secas. 

Ao mesmo tempo, colabora com a sustentabilidade por meio de eficiência no uso de recursos (redução do consumo de energia e de emissões de carbono) e da criação de espaços verdes.  

Qual a relação do plástico com o design resiliente? 

Já bastante utilizado, o plástico vem ampliando suas aplicações na construção civil, inclusive na substituição de outros materiais, como aço, vidro e madeira.  

A capacidade do plástico em oferecer soluções duráveis, flexíveis e de baixo custo ajudam a construir estruturas mais seguras e adaptáveis a eventos extremos e aos desafios das mudanças climáticas, fazendo dele um forte aliado do design resiliente. 

Algumas aplicações: 

EPS (poliestireno expandido): mais conhecido como isopor, é usado para isolamento de paredes, molduras, rodapés e decoração. 

PP (polipropileno): reforço de concreto e lajes, formas para concretagem. 

PC (policarbonato): coberturas e fachadas. 

PE (polietileno): caixas d’água, tanques de grande volume, fossas sépticas, poços de visita e cisternas, tubos para redes de água pressurizada, de gás, de coleta de esgoto e de drenagem, isolamento de fios e cabos, telas de proteção de fachadas, mantas para isolamento acústico. 

Poliamidas: tubos de gás de média pressão. 

PVC e design resiliente 

De todos os polímeros, nenhum está mais relacionado à construção civil do que o PVC (policloreto de vinila).  

De acordo com o Instituto Brasileiro do PVC, 62% do consumo desse polímero em 2024 foi destinado à construção civil, e outros 10% a obras de infraestrutura. 

Para Claudia T. Tsukamoto, assessora técnica sênior do Instituto Brasileiro do PVC, tais características tornam o PVC adequado para projetos que buscam resiliência.  

“Sua resistência à umidade, corrosão e impactos físicos permite que o PVC seja utilizado em ambientes desafiadores, como construções expostas a intempéries”. diz 

Ela cita, ainda, que a versatilidade e facilidade de instalação contribuem para soluções práticas e adaptáveis, especialmente em contextos que exigem rapidez e eficiência.  

A baixa necessidade de manutenção é outro ponto positivo, pois reduz custos e garante maior durabilidade das estruturas. 

Aplicações do PVC no design resiliente 

“Existem diversas aplicações que demonstram como o PVC pode ser integrado ao design resiliente”, garante Claudia.  

Como exemplos, ela cita:  

  • Tubulações de água e esgoto feitas com PVC são comuns devido à sua durabilidade e resistência.  
  • Perfis de janelas e portas em PVC oferecem bom isolamento térmico e acústico, contribuindo para construções mais eficientes energeticamente.  
  • Telhados em PVC ajudam a proteger contra variações climáticas.  
  • Pisos vinílicos são resistentes ao desgaste e fáceis de limpar, sendo ideais para locais com grande circulação.  

“O PVC também é utilizado em construções modulares e temporárias, como abrigos emergenciais, por ser leve e fácil de montar”, completa.  

O PVC e a sustentabilidade 

Como mencionado antes, um dos atributos do design resiliente é a sustentabilidade, uma vez que busca eficiência na utilização dos recursos. 

Também neste aspecto, o PVC comprova sua colaboração a partir de sua capacidade de oferecer soluções práticas e eficientes que aumentam a longevidade, a segurança e a adaptabilidade das construções.  

Outros aspectos do PVC a favor da sustentabilidade estão no fato de que 57% da sua composição é cloro e o material é 100% reciclável. 

“Essas propriedades reforçam a conexão entre o PVC e o design resiliente, especialmente quando se considera o impacto das mudanças climáticas. A composição do PVC, que utiliza cloro derivado do sal, reduz a dependência de recursos fósseis, tornando-o menos intensivo em carbono”, comenta Cláudia.  

Ela explica que alta durabilidade significa que os produtos feitos com PVC têm vida útil prolongada, o que reduz a necessidade de substituições frequentes e o consumo de novos materiais.  

“Além disso, o fato de ser 100% reciclável permite que o PVC seja reaproveitado em novos produtos, contribuindo para a economia circular. Em aplicações como janelas e revestimentos, o PVC também ajuda a melhorar a eficiência energética das construções, reduzindo o consumo de energia e as emissões de gases de efeito estufa”, conclui. 

Em resumo, o design resiliente se apropria das propriedades únicas dos plásticos em geral, e do PVC em particular, para criar soluções que não apenas resistem aos desafios atuais, mas também garantem que as construções sejam mais eficientes, seguras e sustentáveis a longo prazo. 

Sobre resiliência e mudanças climáticas, conheça também a relação entre a COP30 e a indústria do plástico.