À medida que a transformação digital avança nas fábricas, seja em processos operacionais, seja na manutenção preditiva, um novo desafio se impõe para as indústrias: a cibersegurança.
Trata-se de um conjunto de práticas, tecnologias e processos implementados para proteger sistemas, redes de dados e informações contra ataques cibernéticos e acessos não autorizados.
Se antes essas precauções visavam a garantir a confidencialidade, integridade e segurança da infraestrutura da TI (Tecnologia da Informação) de uma empresa, com a chegada da digitalização e da Indústria 4.0 ao chão de fábrica essa proteção se tornou imprescindível também na TO (Tecnologia Operacional).
Proteção digital não pode ser negligenciada
Infelizmente, em meio às adaptações de processos, treinamento de pessoal e direcionamento de investimentos que a transformação digital demanda, o quesito segurança muitas vezes não recebe a devida atenção dos gestores.
A avaliação é de Roberto Rebouças, gerente Executivo da Kaspersky no Brasil, empresa global de cibersegurança e privacidade digital. “Embora a conscientização sobre cibersegurança esteja crescendo, ainda é comum que empresas que iniciam a transformação digital negligenciem essa etapa em seu planejamento inicial“.
Segundo ele, muitas vezes, a prioridade acaba sendo a implementação rápida de novas tecnologias para otimizar processos e aumentar a eficiência, deixando a segurança em segundo plano.
Riscos cibernéticos
Quando isso acontece, a empresa fica exposta a riscos significativos, tornando-se vulnerável a ciberataques que podem comprometer dados confidenciais, interromper operações e causar prejuízos financeiros.
“A cibersegurança, quando negligenciada no início de um projeto, é como um carro sem dispositivos de segurança”, compara Rebouças. “A empresa só implementa proteções, como cintos de segurança, para-choques e airbags após sofrer ‘acidentes’ (ataques cibernéticos), enfrentar processos e identificar problemas.”
Ele elenca alguns dos ciberataques mais comuns a que as empresas estão sujeitas:
- Ransomware: sequestro de dados e exigência de resgate;
- Phishing: ataque que engana funcionários para obter informações confidenciais da empresa;
- DDoS: sobrecarga dos sistemas, tornando-os indisponíveis;
- Malware: softwares maliciosos que infectam redes; e
- Espionagem industrial e roubo de propriedade intelectual.
“Esses ataques podem causar prejuízos financeiros significativos devido à interrupção das operações, perda de dados confidenciais, custos de recuperação de sistemas, multas por violação de dados e danos à reputação da empresa”, alerta.
Impacto na transformação digital
Preocupações de cibersegurança foram citadas como o fator que mais impacta negativamente a implementação de tecnologias digitais em ambientes de TO (sistemas de informação e comunicação que monitoram, controlam e automatizam processos industriais e operacionais), segundo pesquisa da Kaspersky que abrangeu indústrias da América Latina.
Entre elas, os entrevistados destacaram os seguintes problemas críticos:
- Medidas de segurança inadequadas em sua infraestrutura existente;
- Orçamento ou pessoal insuficientes dedicados à cibersegurança;
- Desafios relacionados com o cumprimento normativo; e
- Complexidade da integração entre Tecnologia da Informação e Tecnologia Operacional.
Para ter certeza de que seus sistemas digitais estão protegidos de ciberataques, as indústrias devem adotar uma abordagem de cibersegurança multicamadas, começando com a avaliação de riscos e a implementação de medidas como firewalls, antivírus, criptografia e autenticação de dois fatores.
“É crucial desenvolver políticas de segurança claras, treinar os funcionários sobre as melhores práticas, monitorar continuamente a rede em busca de atividades suspeitas e realizar testes de segurança regulares”, orienta Rebouças.
É também imprescindível manter backups atualizados, garantir a segurança da cadeia de suprimentos e ter um plano de resposta a incidentes bem definido, revisando e atualizando constantemente as medidas de segurança para se adaptar às ameaças e tecnologias que surgem a cada dia.
Soluções acessíveis
Conforme apontado pela pesquisa, o orçamento é apontado como um dos problemas críticos envolvendo a cibersegurança. No entanto, Rebouças afirma que existem soluções acessíveis para indústrias de todos os portes, incluindo pequenas e médias empresas.
Como exemplo, ele cita o Kaspersky Next, uma linha de produtos orientada para negócios que trabalha para proteger os endpoints (dispositivos ou aplicativos que servem como ponto de entrada ou saída para a comunicação de dados dentro de uma rede) e parar ameaças cibernéticas antes que elas infectem o sistema.
“São soluções projetadas para serem fáceis de usar e gerenciar, com preços e licenciamentos flexíveis, permitindo que as empresas escolham o que melhor se adapta ao seu orçamento”, explica.
Agora que você conheceu a importância da cibersegurança, saiba mais sobre as tecnologias da transformação digital.