Em um cenário cada vez mais dinâmico e com rápidas transformações, falar em energia é cada vez mais ter a possibilidade de escolha. Esse é o grande conceito do Mercado Livre de Energia (MLE).
No MLE, cada empresa ou negócio pode participar ativamente da negociação da sua energia, permitindo a ele combinar, com um ou mais fornecedores, contratos nos melhores moldes para a sua empresa.
Mas, neste mercado, os benefícios e diferenciais vão muito além e comprovam porque este é um segmento que rapidamente cresce no ramo energético brasileiro.
O que é Mercado Livre de Energia?
Segundo uma pesquisa recente da Associação Brasileira dos Comercializadores de Energia (Abraceel), o desejo de ser livre para escolher o seu fornecedor de energia é compartilhado por 80% dos brasileiros.
Essa possibilidade de escolha já é uma realidade para algumas empresas do país. Elas são participantes do Mercado Livre de Energia (MLE). Mas você sabe o que é, de fato, o mercado livre de energia?
Para Leonardo Midea, CEO do Grupo Prime Energy, a forma mais simples de compreender o Mercado Livre de Energia (MLE) é entender como a energia elétrica é disponibilizada em nosso país.
Segundo ele, há duas formas para o consumo de energia elétrica no país.
A primeira forma é no Ambiente de Contratação Regulada, onde estão os chamados “consumidores cativos”, que somos nós enquanto consumidores em nossas casas, por exemplo.
“Nesse ambiente, nós não podemos escolher de qual fonte ou distribuidora vamos consumir - estamos ligados àquela que atua em nossa região”, explica Midea.
Já o segundo modelo é o chamado Mercado Livre de Energia, onde ficam os grandes consumidores como indústrias e grandes empresas.
“Como o próprio nome diz, sua principal característica é permitir que os agentes (indústrias, usinas geradoras, agentes comercializadores) façam a negociação da energia de forma livre e voluntária”, complementa.
Nessa segunda forma os clientes livres podem negociar condições comerciais como fornecedor, preço, quantidade de energia contratada, período de suprimento, pagamento, entre outras.
MLE visa dinamizar e descentralizar o acesso à energia industrial
A energia elétrica é um insumo indispensável para a atividade industrial brasileira. Sem ela, é impossível produzir, especialmente com a expansão da automação e digitalização ocorrida com a Indústria 4.0.
Por ser tão elementar, Leonardo Midea salienta que iniciativas que visem dinamizar e descentralizar o acesso a essa energia em melhores condições é essencial, e o mercado livre de energia é uma excelente opção. “O MLE representa uma potência para as indústrias continuarem suas atividades”, indica.
Assim, na medida em que a indústria tem a liberdade de negociar prazos e contratos com os seus fornecedores, há a garantia de um valor bastante importante no contexto empresarial: a previsibilidade.
“Uma indústria que trabalha a partir desse parâmetro, consegue alinhar sua estratégia energética às suas metas de crescimento”, salienta Midea.
Além disso, a partir dessa liberdade para escolher o fornecedor, a indústria consegue priorizar a utilização de energia limpa e manter a coerência dentro dos pilares da empresa, mantendo a integridade das operações por meio dos selos que certificam essas operações.
Esse é apenas um diferencial de como toda essa dinâmica do Mercado Livre de Energia faz tanta diferença para o setor industrial do Brasil.
Para exemplificar a solidez e eficiência dessa forma de negociação, basta observar os dados divulgados pela Abraceel no final de 2022.
Atualmente, o Mercado Livre de Energia é quem lidera a expansão da matriz energética brasileira, isso significa que do total de 45 GW de energia elétrica centralizada que estão em fase de construção para entrar em operação até 2026, 83% estão sendo viabilizados pelo MLE.
Demais benefícios obtidos com o MLE
Além de dar à empresa a possibilidade de negociar sua energia de forma direta, os benefícios ao ingressar no Mercado Livre de energia são variados para uma indústria, tais como:
- Total liberdade de negociação de prazos e com diferentes fornecedores;
- Possibilidade de consumo de energias renováveis, ponto importante para o desenvolvimento sustentável do país;
- Redução de custos, já que a energia é adquirida diretamente do fornecedor, fazendo com que o preço seja mais competitivo que o Mercado Cativo;
- Permite a compra e venda de excedentes.
Contudo, falando sobre a realidade empresarial e das indústrias brasileiras, Leonardo Midea indica que o grande benefício é a garantia de melhores preços e condições para a aquisição dessa energia com consequente manutenção das atividades produtivas.
O CEO do Grupo Prime Energy ainda explica que, em 2022, tivemos uma ótima notícia bastante aguardada pelo mercado energético, que foi a Portaria Normativa Nº 50/2022.
“Essa portaria trata da abertura do MLE para clientes de média e alta tensão, o chamado Grupo A de consumidores. Isso ampliou a possibilidade de entrada no MLE para essas empresas, também permitiu que elas passem a organizar suas estratégias para melhores condições de compra, participando de um mercado eficiente, sólido e competitivo.”
Também é importante frisar que a abertura do MLE está alinhada com as melhores práticas internacionais para o setor elétrico, e contribui para uma descentralização do nosso modelo, oferecendo condições de crescimento das indústrias e de novos negócios no setor.
