Você adota boas práticas para melhorar o controle de qualidade na indústria do plástico? Conhecer e controlar os processos é fundamental para um negócio bem-sucedido, porque a entrega passa a corresponder às expectativas. 

Algumas práticas são próprias da indústria, como manter as manutenções em dia, padronizar os processos, ter indicadores e monitorá-los. Mas quais outras formas de melhorar o controle de qualidade na indústria do plástico?

Como aplicar o controle de qualidade na indústria do plástico?

De acordo com o professor Armando Borovina Jr., da Escola Senai Mário Amato, de São Bernardo do Campo-SP, “o controle de qualidade utilizado na indústria de plásticos é dos mais variados possíveis, pois dependerá muito da aplicação dos produtos e das exigências do mercado consumidor, abrangendo o atendimento aos requisitos do cliente e às legislações”, afirma.

Quando falamos no controle de granulado, por exemplo, há formas bem simples:  de tempos em tempos, analisar uma pequena quantidade do material em uma superfície branca ou cinza clara, com uma emissão de luz, que poderá ser as luminescentes, quando são observadas a homogeneidade de cor e da granulometria e uma eventual contaminação de alguma impureza.

Ainda no granulado, é possível sofisticar os controles com ensaios laboratoriais, como propriedades mecânicas com injeção de corpos de provas normalizados, como tração, impacto, flexão e dureza, entre outros. Ensaios térmicos, como HDT e temperatura de amolecimento Vicat, também são usados.

“Inflamabilidade, combustibilidade, fio incandescente, cor e contaminação, além do índice de fluidez, viscosidade, teor de umidade, teor de carga e DSC são importantes na caracterização das matérias-primas dessa indústria” garante o professor.

Já nos produtos prontos, a variedade é maior ainda, embora alguns ensaios realizados nas matérias-primas também sejam aplicados nos produtos, como vimos anteriormente.

Um ponto comum é a obtenção de peças que serão consideradas padrão – e  esse padrão poderá ser aplicado para controle visual de uma série de parâmetros como cor, acabamento (de textura, de rebarba, chupagem) e de aparência de uma forma geral. Ainda em peças, pode-se utilizar calibradores de medidas, que contêm as tolerâncias permitidas e aprovadas anteriormente.

“Entre os ensaios específicos em produtos temos a checagem de propriedades químicas (ácidos, solventes em geral), elétricas, estanqueidade, envelhecimento, resistência ao rasgo, fricção, queda, entre outros. Também há o controle de qualidade que age de forma preventiva, utilizando várias ferramentas de qualidade e de processo, procurando interpretar os parâmetros”, relata Borovina Jr.

Ainda de acordo com o professor, “o mais famoso é o CEP, porém, há outras ferramentas como Diagrama de Ishikawa, Pareto, Gráficos de Dispersão, Fluxogramas, , além de ferramentas de gestão como PDCA, Kaizen, 5 S e OEE e a aplicação de normas de qualidade, como a ISO 9001, que são importantes para as empresas desse segmento.

Marcelo Pinto, diretor comercial da PPI-Multitask, explica que o CEP é o “controle estatístico de processo (CEP) online para monitoramento de variação de peso em processos de extrusão, sopro e injeção”, conclui.

Qual a importância do controle de qualidade na indústria do plástico?

O controle de qualidade serve para identificar defeitos, falhas e erros no produto antes que ele chegue até o cliente. Ele garante, no longo prazo, a rentabilidade e a confiabilidade do negócio, pois reduz os desperdícios e preserva a reputação. Por isso, testes, inspeções e verificações são tão importantes.

Na indústria do plástico, a excelência se tornou algo imprescindível (e evidente) nos últimos meses. Por isso, fazer um bom controle de qualidade se tornou mais relevante para evitar prejuízos e garantir que o produto esteja em conformidade com as novas e com a demanda.

4 boas práticas para melhorar o controle de qualidade

1. Analisar bem a matriz

A análise da matriz é fundamental para o controle de qualidade na indústria do plástico. Isso porque o produto final precisa cumprir o padrão exigido pela própria empresa, pelos consumidores e pelos órgãos fiscalizadores. A matriz é o que assegura que os atributos do produto sejam cumpridos.

Densidade, componentes da peça, cor, resistência às temperaturas, física e mecânica são considerados na análise da matriz. Se ela for aprovada e liberada, a produção em grande escala obedece à sua composição.

2. Avaliar bem as particularidades

A diversidade dentro da indústria do plástico poderia atrapalhar o controle de qualidade. No entanto, se os gestores conseguem avaliar bem as particularidades dos produtos, não terão muitos problemas. 

O controle de qualidade do plástico depende da aplicação dos produtos e das exigências do mercado consumidor. O controle de granulado, por exemplo, pode ser feito de maneira simples, como a análise de pequena quantidade do material: basta colocá-lo em superfície clara, emitir uma luz para observar a homogeneidade de cor e da granulometria. Ensaios laboratoriais e térmicos também podem ser utilizados para esse controle. 

3. Utilizar ferramentas

Muitas ferramentas podem ser utilizadas para melhorar o controle de qualidade na indústria do plástico. Na verdade, elas são voltadas para otimizar a produtividade e a eficiência das indústrias, pois permitem identificar a raiz do problema. Veja algumas opções:

  1. Histograma: diagrama de barras verticais que representam a frequência de um conjunto de dados. É utilizado para para mostrar a periodicidade de algum evento, o que ajuda a priorizar e relacionar ações.
  2. Diagrama de pareto: comum para determinar e tratar não conformidades na produção e para identificar pontos de aprimoramento, também facilita a visualização das causas de um problema. 
  3. Diagrama de causa e efeito (Espinha de Peixe ou Diagrama de Ishikawa): identifica, classifica e manifesta possíveis causas de problemas, o que permite atingir a solução considerada ideal.
  4. Fluxograma: ferramenta de planejamento para identificar o melhor fluxo a ser percorrido no processo produtivo. Traz símbolos e gráficos, o que auxilia na visualização das etapas.
  5. Folha de verificação (checklist): planilha para coleta e análise de dados que ajuda a identificar mais facilmente os erros repetidos em um processo e, posteriormente, criar um plano de ação.

4. Adotar a tecnologia de forma estruturada

Nós estamos na era da revolução tecnológica, que modificou os modelos de negócios. A transformação digital invadiu a indústria do plástico para otimizar os processos e, claro, a qualidade. Mas existe um cuidado fundamental neste ponto: usar a tecnologia de forma bem estruturada.

O uso inteligente da tecnologia é destacado por Gustavo Brito, Head Global de Indústria Digital da Stefanini. Para ele, “os líderes digitais precisam se atentar de que a tecnologia deve ser aplicada, porém de uma forma bem estruturada para atingir os níveis operacionais tão almejados em um determinado processo produtivo”.

De fato, a tecnologia bem utilizada proporciona o aumento do nível de excelência, pois dá aos gestores informações para tomar melhores decisões operacionais. A análise de dados, inclusive, é algo que Brito destaca como valioso na indústria. 

Em sua visão, a partir do uso de inteligência artificial, é possível obter melhores resultados para o negócio. Ele explica: “foi a partir dessa abordagem que atingimos resultados em algumas unidades industriais em frentes como predições de falhas, de peso de matéria-prima, do teor de sílica, detecção de vazamento em processos de mineração e predição de alarmes críticos”.

Ser eficiente ao fazer um controle de qualidade na indústria do plástico pode determinar o sucesso do seu negócio. As ferramentas corretas, inclusive tecnológicas, auxiliam em um controle mais preciso.

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