Em tempos de Manufatura Avançada (ou Indústria 4.0), é natural que falemos a toda hora sobre as chamadas tecnologias exponenciais, responsáveis por causar mudanças rápidas e gerarem um progresso significativo, sobretudo no que diz respeito às indústrias. Não à toa, a modernização dos processos produtivos, das ferramentas e dos maquinários utilizados, assim como o desenvolvimento de novas aplicações, têm aberto um novo mundo de oportunidades para o setor do plástico.
De acordo com André Marcon Zanatta, diretor de inovação do Instituto SENAI de Inovação em Sistemas de Manufatura, “de forma geral, espera-se que o avanço tecnológico alcance níveis que não vimos até agora e que traga mudanças revolucionárias na sociedade e também nas indústrias de manufatura”, afima.
A seguir, separamos três exemplos de tecnologias que prometem revolucionar o segmento. Confira:
1. Manufatura aditiva
A manufatura aditiva (também conhecida como impressão 3D) está chegando em um ponto de inflexão, prestes a se tornar um grande diferencial competitivo para a indústria do plástico. Até o momento, ela foi muito utilizada para a criação de protótipos, ferramentas rápidas e brinquedos. Contudo, hoje, a tecnologia já começa a criar produtos duráveis e seguros para venda em grande quantidade a clientes finais.
“Atualmente, já é possível utilizar a impressão 3D na manufatura de motores a jato, dispositivos médicos, peças de eletrodomésticos, veículos, eletroeletrônicos e lentes para diodos emissores de luz, por exemplo”, esclarece o especialista.
Dessa forma, a Manufatura Avançada está pronta para emergir de seu nicho de mercado e se tornar uma alternativa viável aos processos de manufatura convencionais, em um número crescente de aplicações da indústria do plástico.
Embora os custos diretos de produção de bens com esses novos métodos e materiais sejam mais altos, a maior flexibilidade proporcionada pelo modelo de produção 4.0 pode fazer com que os custos totais se tornem substancialmente menores.
2. Tecnologias de blockchain
A rede blockchain surgiu a partir do desenvolvimento do Bitcoin e de outras moedas digitais. De forma geral, ela consiste em um registro público e descentralizado de transações. No caso das moedas criptografadas, o blockchain faz a autenticação e registra o envio e recebimento de valores, por meio de uma forte camada de criptografia.
No entanto, a rede é promissora e tem potencial para ir muito além do mercado de criptomoedas, servindo para diversas aplicações e segmentos, inclusive na indústria do plástico. “Essa tecnologia revolucionará a segurança industrial, por exemplo, pois garantirá a autenticidade dos componentes fabricados e a identificação de objetos falsificados”, afirma Zanatta.
Além disso, o blockchain também é benéfico para a segurança das informações industriais. Com o avanço da Manufatura Avançada, o chão de fábrica se tornará mais conectado, com cada maquinário, emitindo dados sobre a produção em tempo real. Com isso, as operações digitais mediadas pelo blockchain poderão tornar os processos mais seguros, aumentando a eficiência operacional da planta industrial.
3. Plásticos sustentáveis
Embora o plástico seja totalmente reciclável, ainda faltam políticas que façam com que o resíduo retorne totalmente à cadeia produtiva. Sem novas práticas, a maior parte do que é descartado vai parar em aterros, lixões e, até mesmo, nos oceanos. Estima-se que menos de 10% de todo o plástico produzido pela humanidade tenha sido, de fato, reciclado. Dessa forma, encontrar equilíbrio entre produção e conservação do meio ambiente é o atual desafio da indústria.
É por isso que indústrias, empreendedores inovadores e universidades focadas em tecnologias e sustentabilidade estão criando alternativas para produzir materiais e mudar o comportamento do consumidor.
Há décadas, a ideia de produzir um tipo de plástico a partir de matérias-primas renováveis ganhou terreno. E isso se tornou realidade em 2005, por exemplo, quando pesquisadores da empresa Braskem começaram a estudar a viabilidade produtiva e comercial do “plástico verde”.
A empresa lançou, a partir de sua fábrica no Rio Grande do Sul, o polietileno verde. Esse plástico é produzido a partir do etanol, obtido pela cana-de-açúcar. O etanol é desidratado e transformado em eteno que, por meio de um processo químico, é polimerizado resultando em polietileno – o plástico mais utilizado no mundo.
Por ser uma planta que se adapta bem a todas as regiões do país, ela tem alta capacidade e baixos custos de produção, podendo ser uma alternativa comercial para o plástico produzido a partir do petróleo.
Ainda não se trata de um produto biodegradável, mas o uso do termo “verde” tem suas razões: além de ser produzido a partir de recursos renováveis, o “plástico verde” também pode capturar carbono na atmosfera.
Você já conhecia as tecnologias exponenciais que podem ser aproveitadas na indústria do plástico? Compartilhe a sua experiência conosco no campo de comentários abaixo e continue acompanhando o nosso canal de conteúdo.