Com o maior acesso à informação, cresce uma tendência para embalagens plásticas: os produtos com apelos sustentáveis. E essa busca é ainda mais intensificada em um mercado em que a diferenciação por qualidade é cada vez menor, uma vez que a tecnologia colabora para o desenvolvimento de produtos.
“Atualmente, estamos trabalhando fortemente em temas voltados para sustentabilidade. Entendemos que, para embalagens plásticas flexíveis, essa deve também ser a palavra de ordem. Conscientização quanto ao uso de recursos naturais, buscando produzir embalagens mais alinhadas com o contexto atual, que confira proteção aos materiais embalados, mas não esquecendo de sua reciclagem, do uso de seu potencial como fonte de recurso para produção de novos materiais”, comenta Vanessa Macarini de Oliveira, especialista em P&D da Canguru Plásticos LTDA.
Produção sustentável: tendência para embalagens
De acordo com Claire Sarantópoulos, pesquisadora do Ital, da Secretaria de Agricultura de Abastecimento do Estado de São Paulo, a redução do impacto sobre o meio ambiente e a produção responsável são aspectos cada vez mais considerados no desenvolvimento de embalagens.
“A sustentabilidade em toda cadeia produtiva é um caminho sem volta. Os fabricantes de embalagens devem investir em produtos e processos que economizem energia, diminuam o uso de recursos naturais (água e materiais), reduzam as emissões na cadeia produtiva e permitam a reciclagem, dentro do conceito de economia circular“, defende.
Claire cita a redução do peso das embalagens como uma das maneiras de atuar ativamente na redução do consumo de recursos naturais. Trata-se de outra grande tendência para embalagens, assim como o uso de matérias-primas renováveis durante o processo de fabricação. “Por fim a reciclagem, mecânica e química, é o processo que permite a circularidade da embalagem na economia”, completa.
Maior vida útil dos alimentos e tecnologia
Vanessa diz que, agora, é preciso produzir embalagens considerando o seu retorno para a indústria como matéria-prima. Ou seja: não é mais possível encará-lo como um resíduo a ser descartado. “Precisamos pensar na cadeia como um todo. Ou seja, na análise do ciclo de vida confirmamos a ideia do sistema berço ao berço, não berço ao túmulo. Assim, damos sobrevida a materiais de potencial tão significativo quanto os plásticos. O diferencial dessas embalagens é carregar tecnologia, é ser pensada, do início, ao início, mais uma vez”.
Claire ainda chama a atenção para o fato de que problemas de perdas e desperdícios são relevantes no setor de alimentos. “O aumento de vida útil de alimentos e bebidas, especialmente os perecíveis, tem sido uma ferramenta de extrema importância na redução de perdas.
Nesse aspecto, as embalagens plásticas são essenciais na categoria de embalagem de alimentos. A embalagem plástica flexível multicamada com barreira é provavelmente o tipo de material mais eficiente, não apenas em termos de consumo de material plástico/peso de alimentos, mas em termos de aumento da vida útil de alimentos perecíveis”, explica.
Estrutura monomaterial
Claire chama a atenção para a estrutura monomaterial, muito falada no mercado externo. Nela, as poliolefinas ganharam destaque por comporem famílias de resinas com inúmeras propriedades, que se somam em materiais multicamadas.
“Contudo, ainda carecem de barreira a gases, uma propriedade importante para várias categorias de alimentos. A solução para agregar barreira tem sido usar materiais inorgânicos. Inicialmente, utilizou-se a folha de alumínio, posteriormente, metalização com alumínio sobre BOPP, PET, OPA e PE. Mais recentemente, apareceram os filmes revestidos com óxido de alumínio e óxido de silício. Busca-se ainda utilizar nanopartículas para conferir barreira às poliolefinas. Temos visto um mercado muito dinâmico no desenvolvimento de processos, equipamentos, resinas e aditivos para agregar muitas funcionalidades às embalagens plásticas, mas o momento atual apresenta mais um requisito a ser atendido: a reciclagem”, explica.