O plástico tradicional, tão útil nas mais diversas aplicações, vem do petróleo e leva até anos para se decompor. Esses fatores têm estimulado o desenvolvimento de tecnologias para deixar o plástico “mais verde”.
A partir dessa preocupação com o meio ambiente, desde 2007, a Braskem passou a produzir o eteno verde e polietileno verde a partir do etanol. O processo de transformação ocorre, primeiramente, com a desidratação do etanol da cana-de-açúcar, que é transformado em eteno verde e segue para as plantas de polimerização, onde é transformado no polietileno verde. O I’m greenTM, como o produto da Braskem é chamado, nada mais é do que a combinação de inovação, tecnologia e sustentabilidade, que está em escala comercial desde 2010.
Os laboratórios do Departamento de Química da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto (FFCLRP) da USP (Universidade de São Paulo) também estão em busca de alternativas. Lá, foram desenvolvidos filmes plásticos biodegradáveis, a partir de matrizes de amido provenientes de resíduos agroindustriais de cúrcuma, babaçu e urucum.
Ainda nesse contexto, o Laboratório de Engenharia de Polímeros e Compósitos da Escola de Engenharia (LEPCom) da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) também está desenvolvendo estudos para aprimorar o plástico e reduzir os seus impactos ambientais. A instituição criou, inclusive, em parceria com a UFSCar (Universidade Federal de São Carlos ), uma sacola plástica a partir de polímeros originários da quitosana, pectina e do amido, que serve como estímulo para a indústria.
Alessandra de Almeida Lucas, professora do departamento de Engenharia de Materiais da UFSCar, destaca que, para cada aplicação do plástico verde, uma tecnologia diferente é utilizada.
“Antes de tudo vem a pesquisa para chegar à tecnologia que permite a aplicação mais adequada e a fabricação do produto. Há muitas tecnologias disponíveis, mas o custo ainda impede que o mercado absorva-as de forma mais significativa”, destaca.
Nesse sentido, cabe ressaltar que, para aplicações no curto prazo, o plástico verde biodegradável é o mais indicado, porque já pode ser compostado logo após o uso e isso é um ponto bastante importante.
No entanto, a docente da UFSCar faz um alerta: “Não adianta substituir um tipo de plástico por biodegradável, se não tiver no país uma logística para a correta compostagem desses plásticos”, afirma.
Vantagens do plástico verde
O plástico verde, no segmento das embalagens biodegradáveis, por exemplo, tem como vantagem a devolução do plástico para a terra sem que ele precise ser deixado em aterros, em redes de esgotos, oceanos, etc. Seu apelo sustentável agrega um importante diferencial competitivo aos produtos.
Para as indústrias, soluções que sejam desenvolvidas a partir de fontes renováveis também serão benéficas, permitindo que não faltem insumos para manter sua linha de produção.
Além disso, as novas opções de plástico mais verde apresentam baixa densidade comumente. Isso favorece que o peso final dos produtos seja menor, o que pode representar uma economia com transporte e armazenamento.
Você já conhecia essas tecnologias que estão surgindo para ajudar a criar um plástico mais verde? Conhece alguma outra solução que esteja sendo desenvolvida para aperfeiçoar ainda mais o plástico? Deixe sua mensagem nos comentários abaixo.