Edilene de Cassia Dutra Nunes, Professora Doutora no SENAI-SP, deu uma aula aos visitantes da Plástico Brasil 2025 sobre bioplásticos e materiais renováveis, com foco num futuro mais sustentável.
Sua palestra no Parque de Ideias, uma das atrações da feira, foi considerada “didática” por quem assistiu. O que foi dito? Acompanhe nos próximos tópicos!
Começando pelos polímeros: o que são?
Para chegar ao contexto-chave da sua palestra, Edilene falou sobre os polímeros. Ela explicou que são macromoléculas formadas pela repetição de pequenas partes. “Essas partes são chamadas de meros”, acrescentou. As classificações dos polímeros são divididas em origem, comportamento mecânico, etc.
Origem
Com relação à origem, a professora ressaltou dois contextos: naturais e sintéticos. No primeiro caso, eles podem ser originários da celulose (plantas), do amido (alimentos), das proteínas (corpo humano) e do próprio DNA (informação genética). “Engana-se quem pensa que polímeros são somente plásticos”, destacou.
Já no contexto dos polímeros sintéticos, temos o Polietileno, Polipropileno, Poliamida, Policloreto de vinila, etc.
Comportamento mecânico
De acordo com Edilene, plásticos são materiais poliméricos sólidos em temperatura de utilização, que podem ser subdivididos em termoplásticos e termofixos, elastômeros e fibras.
“No entanto, eles são de origem fóssil, pois derivam do petróleo”, pondera a professora. Então, tudo está perdido? Obviamente que não! Ela continuou sua apresentação enfatizando a importância dos bioplásticos, neste sentido.
Bioplásticos: uma alternativa sustentável
Os bioplásticos derivam de fontes renováveis (biomassa) que podem ser biodegradáveis ou não biodegradáveis. Para um melhor entendimento, temos:
- Bioplásticos: não biodegradáveis, de fontes renováveis
Polietileno de fonte renovável (PE), Polietileno tereftalato (PET) e Poliamida (PA).
- Plásticos convencionais: não biodegradáveis e de fontes fósseis
Polietileno (PE), Polietileno tereftalado (PET) e Polipropileno (PP).
- Bioplásticos: biodegradáveis e de fontes renováveis
Poliácido lático (PLA), Poli-hidroxialcanoato (PHA) e Polibutileno succinato (PBS).
- Bioplásticos: biodegradáveis e de fontes fósseis
Polibutileno adipato cotereftalato (PBAT) e Policaprolactona (PCL).
De onde vêm os bioplásticos?
Os bioplásticos podem derivar do amido de milho, da celulose, do óleo vegetal, da cana-de-açúcar e das algas. “Muitos têm medo que a produção do bioplástico por meio de tais alternativas possa prejudicar outras fabricações. Mas não, é só mais um mercado a ser explorado”, pontuou a professora. Para ela, o melhor é que cada fonte oferece características e aplicações únicas, impactando as propriedades do bioplástico final.
A quantas anda o mercado global?
Algumas pesquisas foram apresentadas por Edilene durante a palestra. Resultados mostram um crescimento anual projetado para o mercado de bioplásticos de 15% a 20% até 2030. A sustentabilidade tem contribuído com o aumento da demanda. Os dados compilados são da Grand View Research.
E as aplicações mais atuais do bioplástico?
Conforme explicou a professora do SENAI, o bioplástico tem sido aplicado, principalmente, em embalagens (mercado que mais utiliza), na agricultura, medicina e no segmento automotivo.
“O bioplástico tem um grande papel no mercado, com potencial de produção, tendo empresas atuantes e com incentivos governamentais, mas enfrenta desafios”. Fato é que o Brasil tem grande potencial com cana-de-açúcar e milho, por exemplo, mas precisa de mais investimentos em pesquisa.
Ainda conforme Edilene, o futuro do bioplástico depende de inovações em materiais e processos. Além disso, de tecnologias de reciclagem e investimentos em compostagem. A melhor parte é que o otimismo ainda reina.
“O mercado de bioplásticos deve crescer 30% nos próximos anos. E mais: eles podem reduzir a emissão de gases do efeito estufa em 80%”, finalizou a especialista chamando a atenção dos visitantes.
“Estamos rumo a um futuro mais verde. Vamos continuar consumindo plástico, porém com uma nova cultura, investimentos, pesquisas e desenvolvimento.”
Empresa apresenta aplicações de biopolímeros na prática
Em outro painel no mesmo palco, Nereo Rodriguez, gerente de vendas da Sulzer, empresa suíça de engenharia industrial, compartilhou sua visão sobre os impactos ambientais causados pelo plástico.
“Esse tipo de poluição está aumentando. Ainda assim, é difícil imaginar a vida sem plástico. No fim das contas, o problema não é o plástico em si, mas a forma como lidamos com ele.”
Para enfrentar esses desafios, a Sulzer tem desenvolvido soluções em biopolímeros, biocombustíveis, produtos químicos renováveis, captura e utilização de carbono, além da reciclagem de polímeros. Essas iniciativas buscam promover a circularidade e reduzir a dependência de recursos fósseis.
A divisão Chemtech da empresa foca em tecnologias de processamento químico e separação, desempenhando um papel importante na produção de biopolímeros sustentáveis.
Nereo Rodriguez enfatiza que “a tecnologia adequada permite que setores como o agrícola ou petroquímico entrem no mercado de biopolímeros, criando uma variedade de produtos com maior valor agregado e contribuindo para uma sociedade mais sustentável”.
Na prática, como um biopolímero pode ser utilizado?
Nereo citou o exemplo de um cliente da Sulzer que utilizou PLA como cobertura de solo em uma plantação de morango. Esse material ajudou a controlar plantas invasoras, manter a umidade e a temperatura do solo e proteger os frutos contra sujeira e doenças.
O plástico foi perfurado para permitir o crescimento das plantas e, conforme elas se desenvolviam, o material se degradava naturalmente, sem necessidade de remoção, contribuindo para a nutrição do solo.
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Plástico Brasil – Feira Internacional do Plástico – 4ª edição – 2025
24 a 28 de março – segunda a sexta-feira
Das 10h às 19h
São Paulo Expo – Rod. dos Imigrantes, S/N – KM 1.5 – Vila Água Funda, São Paulo – SP, 04329-900
Iniciativa: ABIMAQ e ABIPLAST
Organização: Informa Markets Latam
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Site oficial: www.plasticobrasil.com.br
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