O Palco Economia Circular e Reciclagem (ECR) levou ao visitante da Plástico Brasil assuntos pertinentes ao futuro do planeta e, paralelamente, da indústria do plástico.
Como o meio ambiente (saudável) e a economia conseguem caminhar juntos? Um dos temas trouxe à tona o cenário atual da Economia Circular no Brasil.
Quais são as principais questões ultimamente? Segundo Leonardo Gomes, Diretor de Operações na Yattó Logística Reversa, essa é uma pauta que não tem mais volta. “Trata-se de uma questão de sobrevivência, mas infelizmente ainda estamos atrasados”, ressalta.
“A Economia Circular na indústria do plástico visa regenerar a natureza e tem a premissa de um novo modelo de negócios”
Ao citar a frase acima, Leonardo frisou que a maneira como os negócios são feitos precisa mudar. Para ele, o futuro é circular.
Porém, segundo uma pesquisa apresentada pela própria Yattó, dos 80 milhões de toneladas de resíduos sólidos gerados por ano no Brasil, menos de 9% são reciclados e 45,5% seguem para a disposição final inadequada.
Além disso, mesmo o Brasil possuindo mais de 3 mil cooperativas de catadores de materiais recicláveis, 40% do que chega em cada unidade é classificado como rejeito e enviado para os aterros sanitários.
Circularidade dos plásticos
Na palestra do Palco ECR, o diretor ainda apresentou algumas particularidades dos plásticos. De acordo com seus estudos, os princípios da Economia Circular são:
- Eliminar resíduos e a poluição;
- Circular produtos e materiais (no seu valor mais alto);
- Regenerar a natureza.
Diretrizes
As diretrizes da circularidade do plástico focam em menos recursos (redução do peso), na reutilização e na retornabilidade, na coleta, separação e reciclagem em escala, bem como no uso de conteúdos reciclados.
Para Leonardo, a boa notícia é que algumas marcas brasileiras ou com filial aqui no país têm se movimentado. Mas a má notícia é que o que vem sendo feito ainda é pouco. É preciso que as organizações que utilizam embalagens plásticas, por exemplo, se comprometam mais.
“Todas as ferramentas em prol da Economia Circular na indústria do plástico devem ser trabalhadas em conjunto. Nenhuma pode ser desconsiderada”, completou o palestrante que contou com a participação de Mariana Angotti, Gerente de Desenvolvimento de Embalagens da Danone.
Ela aproveitou a ocasião para apresentar as medidas que estão sendo tomadas pela empresa para ampliar os resultados da Economia Circular. Ou seja, como a Danone vê essa tendência?
De acordo com a gerente, como se trata de uma empresa global, é possível ver exemplos de países que são pioneiros nas tendências. “A gente olha fora o que está sendo desenvolvido e traz para o Brasil, porque aqui as estratégias ainda são pequenas”, considerou.
Mariana acrescentou que o consumidor brasileiro se interessa por sustentabilidade, mas não compreende 100% o que é e como pode ajudar a melhorar. “Nosso papel como indústria é levar valores para as pessoas, de modo que elas entendam a importância da sustentabilidade”.
“É preciso melhorar a compreensão”
Mais uma vez, Leonardo falou sobre a importância de melhorar a compreensão das pessoas com relação à sustentabilidade e Economia Circular.
Por exemplo, sobre a reciclagem de plástico no Brasil, algumas contribuições devem ser consideradas. Entre elas, a identificação de materiais plásticos e tipos com maior ou menor viabilidade para a reciclagem.
A diferenciação regional também está nessa grade, assim como a análise das causas e dificuldades para a reciclagem de determinados materiais ou tipos de plásticos.
Existem desafios para tudo isso? Em sua apresentação, o diretor da Yattó disse que sim. A competitividade da matéria-prima é uma delas, o próprio mercado de reciclagem e as questões tributárias também. “Outra coisa, existe uma grande necessidade de incentivos financeiros. Uma nova legislação seria uma ótima oportunidade”.