Há tempos temos falado por aqui que a reciclagem do plástico, além de ser, evidentemente, altamente necessária para nós, enquanto sociedade, também pode ser uma boa oportunidade de negócio para a indústria.
Apesar disso, a coleta de resíduos ainda é um gargalo para o avanço da reciclagem, segundo aponta uma pesquisa realizada pela FIA (Fundação Instituto de Administração) para o PICPlast - Plano de Incentivo à Cadeia do Plástico.
O estudo aponta que o índice de reciclagem está em torno de 26% do total do plástico consumido na produção de embalagens no país, sendo que em 2017 esse volume representou cerca de 550,4 mil toneladas.
O número ainda é tímido, se comparado ao potencial de crescimento desse mercado. No ano passado, o consumo aparente de plástico foi de 6,5 milhões de toneladas, um aumento de 3,8% na comparação com 2016.
As embalagens correspondem à maioria do material que vai para a reciclagem – em torno de 90%. Desse universo, cerca de 80% têm sua origem em produtos de curto ciclo de uso, com descarte rápido.
Nesse sentido, vale ressaltar que a tarefa de tornar a coleta e a reciclagem do plástico em bons negócios para as empresas passa, necessariamente, pela valorização dos resíduos plásticos, que ainda são tidos como de menor valor agregado, tanto para quem coleta e recicla, quanto para quem fabrica produtos a partir do material reciclado.
“Se todos os envolvidos nesse setor tratarem os resíduos como resíduo e não como lixo, estaremos dando início a um processo de reciclagem rentável”, defende Vitório Donato, pesquisador do Instituto SENAI de Inovação em Logística e autor do livro Logística Verde - uma abordagem socioambiental.
Além disso, um dos maiores problemas da reciclagem na atualidade é a descontaminação do material a ser reciclado. “O processo de limpeza chega a ter o custo igual ou maior que a matéria-prima virgem e, dessa forma, inviabiliza qualquer processo de aproveitamento dos resíduos”, explica.
Do universo pesquisado, 64% das empresas recicladoras são de portes pequeno e médio, 19% de microempresas e 17% são de grandes empresas.
*Com informações do Sindiplast - Sindicato da Indústria de Material Plástico, Transformação e Reciclagem de Material Plástico do Estado de São Paulo