Com o avanço da Indústria 4.0, a indústria de plásticos está cada dia mais tecnológica e produtiva. Mas isso não significa que os profissionais qualificados e devidamente capacitados perderam importância.
Na atualidade, ter as melhores tecnologias e ter uma boa equipe de trabalho são fundamentais para alcançar a excelência organizacional e produtiva da indústria do plástico.
Mas, para atuar neste setor que gera expressivos números para a economia brasileira, é preciso ter profissionais que sejam, acima de tudo, capacitados para as tarefas que irão desempenhar, independentemente de seu grau de escolaridade.
Diante disso, convidamos Márcio Velletri, diretor Comercial e sócio proprietário da Promaflex, para falar do perfil desejável para profissionais que a indústria do plástico demanda na atualidade.
Profissionais da indústria do Plástico: da produção de insumos à reciclagem
No Brasil, a indústria de plástico está cada dia mais profissionalizada e tecnificada. Assim, há profissionais para atuar em todas as áreas deste imenso ecossistema.
Segundo Márcio Velletri, o setor precisa de profissionais para atuar no planejamento, operação, controle, coordenação e monitoramento de todo o processo fabril e de reciclagem.
“Como em todo segmento industrial, no setor de plásticos há a exigência de profissionais em vários níveis, seja na parte comercial, administrativa e operacional. Também precisamos de profissionais capacitados nas empresas fornecedoras de insumos e de produção intermediária ou final”, diz.
Com relação a produção de insumos, Velletri explica que a absorção da grande maioria de fabricantes por uma empresa maior gerou um deslocamento de considerável número de profissionais para o mercado, gerando a princípio uma grande oferta de técnicos qualificados.
“Estes profissionais se deslocaram principalmente para a parte final da cadeia, isto é para as fábricas de produtos finais ou semi-acabados, como o mercado de embalagens”, completa.
Profissões mais recorrentes na indústria de plásticos
Com a pandemia, o mercado da indústria de plásticos reagiu e absorveu grande parte da mão de obra que ficou disponível no mercado. Mesmo assim, é grande a demanda para profissionais com conhecimento técnico na área.
Ou seja, se você é estudante e pretende entrar no mercado do plástico, você deve conhecer as profissões que estão mais em alta dentre deste segmento:
- Gerentes de produção de desenvolvimento;
- Especialistas em extrusão;
- Adesivação;
- Laminação;
- Injeção e projetista de ferramental;
- Ferramenteiro;
- Projetista de moldes plásticos, entre outros.
Além disso, as profissões relacionadas à supervisão da produção, que acompanham diariamente os índices de rejeição de produção, estabelece critérios para o cumprimento dos procedimentos internos e distribui tarefas.
Por outro lado, há uma grande demanda por profissionais que atuam em laboratórios das indústrias. Este é o caso dos técnicos em polímeros que realizam ensaios químicos e físicos em resinas, acompanham o processo produtivo e realizam o controle de qualidade dos produtos.
Profissionais para a área de reciclagem merecem destaque
Ainda sobre o perfil de profissionais mais demandados pela indústria de plásticos, a reciclagem pós-consumo merece grande destaque, como salienta Márcio Velletri.
“Em 2019, a reciclagem total chegou a 838 mil toneladas, contra um aproveitamento de 757 mil toneladas no ano anterior, um aumento de 10,70% em um ano. Em 2020, a reciclagem chegou a 23,1% do total produzido.”
Embora o número de recicladoras tenha sido reduzido durante a pandemia, de 716 para 661 empresas, com consequentes demissões (diminuindo de 18.662 empregos para 15.823), o faturamento, em virtude do aumento das resinas, pulou de R$ 2,4 bilhões para R$ 3,09 bilhões.
Com o fim da pandemia, a tendência é que este setor tenha uma boa recuperação. Consequentemente, a busca por profissionais capacitados para atuar na área de reciclagem também deve crescer nos próximos anos.
Treinamento é fundamental para trabalhar na indústria de plásticos
No Brasil, a indústria de plásticos já é bastante madura. Entretanto, grande parte do desenvolvimento foi adquirido diretamente no chão de fábrica, na produção com base no erro e acerto, sem grandes conhecimentos técnicos e com muitos vícios gerados.
Mas, para Márcio Velletri isso é algo inadmissível hoje em dia, principalmente diante do avanço da exigência do mercado consumidor. Segundo ele, isso exige muito treinamento:
“O investimento em treinamento é fundamental em todas grandes e médias empresas. Por isso elas ministram aulas e cursos, fomentando a formação de seus profissionais em todos os níveis, dentro e fora de suas instalações.”
Mas, é importante que o trabalhador ou o estudante da área tenham este treinamento com base nas competências exigidas por cada especialidade da indústria de plásticos, que são:
- Total conhecimento da matéria-prima e suas variações: como se comportam nas máquinas, suas propriedades básicas, aplicações e como identificá-las;
- Controle sobre a célula de produção: é fundamental que o profissional entenda o processo de produção determinado para a célula e saiba parametrizar e operar a máquina (injetora, sopradora, extrusora, equipamentos de rotomoldagem ou vacuum-forming) com excelência;
- Equipamentos de apoio à produção: compreender os acessórios que compõem a célula produtiva (desumidificadores, estufas, robôs, moinhos e ferramentas, como moldes, cabeçotes, periféricos e outros componentes) e qual é a função deles;
- Diagnósticos: o profissional qualificado para a realização de diagnósticos deve conhecer os problemas mais comuns de ocorrência dentro da produção, assim como suas causas e prováveis soluções.
- Competências fundamentais: o profissional deve saber analisar processos, executar setup das máquinas, reduzir tempos e sugerir melhorias na qualidade, visando aumentar a produtividade, além de evitar desperdícios e zelar pela segurança dos equipamentos e colaboradores.
Além do mais, a valorização será ainda maior se o profissional se especializar em dois ou mais processos, como Injeção, Sopro e Extrusão.
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Cursos para trabalhar com polímeros – Disponíveis em todo o Brasil
Com o avanço da demanda, Márcio Velletri explica que já existem cursos profissionalizantes, de graduação e de pós-graduação para trabalhar com polímeros em todo o País.
“Podemos citar universidades no Rio Grande do Sul e de São Paulo, com ótimos cursos, além das Fatecs. Destaque para o Senai São Paulo, que criou um curso superior de tecnologia em polímeros.”
Segundo Velletri estes cursos são essenciais, principalmente pela mudança da exigência na contratação de profissionais. “Anteriormente, o conhecimento prático bastava, mas hoje o conhecimento técnico anda junto com o prático na formação de bons profissionais”, opina.
Isso é comprovado com o desenvolvimento de novos materiais, nano e biotecnologias, que exigem profissionais com maior conhecimento técnico em todos os níveis da corporação, desde o planejamento, produção e logística até as vendas e pós-vendas.
Assim, toda cadeia do plástico busca maior conhecimento técnico e prático. “Aliar conhecimento e prática é fundamental. É a pedra de toque para uma empresa”, finaliza Velletri.
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