Com o mote “Recicle, Inove, Conecte”, o evento Reciclagem do Futuro teve sua primeira edição. Organizado pela Talkplast, gerida pelos irmãos Junior e Deiwis Facin, o encontro reuniu profissionais do setor de plásticos e reciclagem, além de acadêmicos e referências no mercado.

O Reciclagem do Futuro contou com 13 palestras e painéis, oferecendo um dia repleto de conteúdo voltado para demandas e inovações da reciclagem de plásticos.

Agregando networking, as empresas patrocinadoras do evento estiveram presentes também com apresentação de produtos e soluções, sendo elas: Therpol, Liquid Colors, MTF Termoformadoras, Ohxide e Wortex.

A Plástico Brasil, a revista Plástico Sul, a ABIMAQ e a ABIPLAST apoiaram o evento.

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A seguir, confira um resumo das apresentações e principais insights dos especialistas.

Dados e legislações do mercado de reciclagem

O dia começou com apresentação de Fabrício Soler, da S2F Partners, com o tema Sistema de Logística Reversa de Embalagens de Plástico. Foram apresentados dados e comparações de como a logística reversa funciona no Brasil e no mundo, além de atualizações sobre as últimas normas sobre circularidade.

A responsabilidade compartilhada entre indústria, brand owners, comerciantes, consumidores e governo foi destacada como o caminho de sucesso para uma circularidade eficiente. Fabrício acrescentou em suas considerações finais a necessidade de ampliação das metas de reciclagem e de conteúdo reciclado, e da regulamentação de projetos da Lei de Incentivo à Reciclagem.

Na parte da tarde, Flávio Ferreira da Silva, Sócio Diretor da Ohxide Consultoria, trouxe mais dados sobre Mercado, Preços e Tendências no Setor de Reciclagem.

Painel Pacto Global Poluição Plástica

O primeiro painel da programação contou com mediação de Junior Facin e reuniu Magaly Menezes (ABIPLAST), Priscila Zacharias (Trevo Reciclagem), Renata Vilarinho (Polen) e Marcos Iorio (Circoolar). O bate-papo abordou o tratado global contra poluição plástica proposto pela ONU, e ainda cobriu questões relacionadas com o cenário brasileiro e a importância do plástico na sociedade.

Magaly apresentou um pouco do trabalho que a ABIPLAST faz junto ao Senado e a outras casas políticas, representando as demandas da indústria. Segundo ela, 80% dos projetos de lei relacionados ao plástico são para restrição ou banimento do material.

Existem projeto para incentivar a inovação e desonerar a cadeia de reciclagem, e deve ser um trabalho conjunto de importadores, fabricantes e transformadores defender as aplicações e vantagens do plástico.

Magaly citou o Projeto de Lei n° 1874, de 2022, que estabeleceria a Política Nacional de Economia Circular. O projeto está em tramitação. Em relação ao tratado global, ela destaca o pedido do Brasil por uma “transição justa”: “Trazer novos materiais, aumentar reciclabilidade dos produtos e assim ter ganho econômico para a indústria e para o catador, toda a cadeia de reciclagem.”

A Polen é uma entidade gestora de logística reversa de embalagens, que atua em âmbito nacional em parceira com cooperativas de catadores, “os grandes protagonistas da reciclagem”. Renata Vilarinho destacou que “a colaboração é uma das bases da economia circular”, assim a sinergia entre todos os elos da cadeia é necessária, um olhar sistêmico e colaborativo para encontrar as melhores soluções em reciclabilidade.

Ela também falou sobre o Crédito de Logística Reversa, sendo uma solução prática e legal para entregar reciclagem para uma empresa. Ela destaca: “Economia circular é mudança de pensamento. A indústria tem papel importante porque é ali que vai ter a introdução da matéria-prima, e garantir a vida útil do material.”

Para Priscila Zacharias, da Trevo Reciclagem, a reciclagem “é um trabalho de formiga, precisamos de muita fé no propósito para continuar no mercado”.

Marcos Iorio destacou que 70% dos brasileiros não separa os resíduos em casa. Segundo ele, como consumidores não sabemos as coisas básicas, e a reciclagem deve ser ensinada desde a educação básica.

Certificações contra o greenwashing

Augusto Lopes, Diretor de Auditoria para plásticos reciclados Aceplas, palestrou sobre Certificações e Créditos de Reciclagem. A Aceplas é autorizada para emitir a certificação RecyClass, originada na União Europeia e que ganhou extensão global, valida na Ásia e EUA.

Créditos de reciclagem, logística reversa e de carbono são ativos financeiros, devem ser comprovados e certificados. Augusto destacou que as certificações têm grande papel contra o greenwashing, e ainda apresentou os seis tipos de greenwashing:

  1. Greenlighting: destacar pequenas iniciativas sustentáveis para “mascarar” ou tirar atenção de atividades prejudiciais;
  2. Green-hushing: esconder/não divulgar metas de sustentabilidade, comunicação não transparente;
  3. Greenrinsing: alterações das metas e compromissos de sustentabilidade;
  4. Greenshifting: transferir a culpa para os consumidores;
  5. Green-crowding: empresa se “esconde” entre outras para evitar responsabilidade e cobranças individuais;
  6. Greenlabelling: usar rótulos, selos e certificados auto-declarados, que não são verificados.

Por fim, o Diretor da Aceplas apresentou as etapas para certificação RecyClass: Validação – Análise – Auditoria – Conclusão. Segundo ele, a certificação é uma experiência de transformação de cultura. “Ninguém acorda sustentável, é um processo.”

Veja mais detalhes da cobertura do evento no Instagram @reciclagemdofuturo e acompanhe mais conteúdo exclusivo sobre reciclagem aqui no Mundo do Plástico!