Os dados mais recentes da Organização Internacional do Trabalho (OIT) mostram um cenário preocupante em relação às mortes relacionadas ao ambiente profissional. Segundo o relatório, cerca de 2,9 milhões de pessoas perdem a vida todos os anos, sendo a maior parte dos casos provocada por doenças ocupacionais.
Os acidentes de trabalho representam aproximadamente 300 mil dessas ocorrências. Com tendência de alta em comparação aos anos anteriores, o estudo indica a urgência de ampliar medidas de proteção e prevenção voltadas à saúde e segurança dos trabalhadores.
Doenças ocupacionais lideram as causas de morte
As doenças que surgem ou se agravam em função das atividades profissionais são responsáveis pela maior parte das mortes. A OIT aponta que os principais casos envolvem doenças circulatórias, respiratórias e neoplasias malignas.
No que diz respeito aos acidentes, os setores considerados mais perigosos são indústria, agricultura, pesca, construção e silvicultura, que somam cerca de 200 mil mortes por ano. Entre eles, os agricultores estão entre os mais vulneráveis, respondendo por cerca de um terço dos acidentes fatais.
No total, são mais de 395 milhões de incidentes registrados globalmente, entre leves e graves. A situação é mundial, embora a região da Ásia e Pacífico concentre mais de 60% das ocorrências.
Cenário brasileiro segue em alta
No Brasil, os acidentes de trabalho voltaram a crescer em 2025, de acordo com dados recentes do governo federal. Apenas entre janeiro e junho, foram registrados cerca de 380 mil acidentes e quase 1.700 mortes relacionadas ao exercício das atividades profissionais.
Isso representa um aumento de aproximadamente 9% nos acidentes e 5,6% nas mortes, na comparação com o mesmo período de 2024. Em 2024, o país já havia ultrapassado os 724 mil registros no total do ano.
Os setores com maior exposição a riscos, como construção civil, transporte e serviços terceirizados, permanecem entre os mais impactados.
Para especialistas, esse avanço está ligado a fragilidades na cultura preventiva das empresas. Ainda existem falhas na oferta de treinamentos contínuos, na supervisão das rotinas operacionais e no uso correto dos equipamentos de proteção individual (EPIs).
Quedas seguem entre os acidentes mais comuns
No Brasil, cerca de 40% dos acidentes registrados estão relacionados a quedas. No cenário global, esse tipo de ocorrência ultrapassa centenas de casos por dia.
As quedas são frequentes porque muitas atividades envolvem trabalho em altura ou deslocamento em áreas irregulares. A falta de treinamento adequado, o uso incorreto de EPIs e a pressa na execução das tarefas aumentam o risco.
Diante desse contexto, adotar práticas de segurança e reforçar a atenção ao uso de EPIs para trabalho em altura é fundamental para proteger a vida dos colaboradores.
Como prevenir acidentes e doenças ocupacionais
Para reduzir os riscos e promover um ambiente mais seguro, é essencial adotar práticas preventivas como:
- Realizar treinamentos periódicos sobre procedimentos seguros e uso correto de EPIs.
- Fazer inspeções regulares nas instalações e máquinas para identificar e corrigir riscos.
- Manter sinalização adequada, especialmente em áreas de risco.
- Garantir o uso de EPIs apropriados, em bom estado e corretamente ajustados.
- Estimular uma cultura preventiva, incentivando o reporte de situações perigosas.
Embora os números ainda sejam alarmantes no Brasil e no mundo, ações preventivas e investimento em segurança podem reduzir os riscos e evitar prejuízos humanos e empresariais.