As discussões sobre a responsabilidade de empresas em relação à sustentabilidade não são recentes. De tempos em tempos, somos apresentados a novos termos, políticas e hábitos de consumo que impactam todo o mercado, e muitas vezes a indústria de forma mais expressiva. 

Recentemente, ESG é o tema mais abordado sobre esta relação entre empresas e sustentabilidade. E com um diferencial muito forte: a ampla visão sobre diferentes pilares que tornam um negócio efetivamente sustentável. 

Na indústria de plásticos – meio em que a questão da sustentabilidade ambiental é extremamente ampla, tanto pela exploração das matérias-primas como após o consumo, com a reciclagem – o ESG pode até parecer contraditório, mas é sim uma prática viável e que será cada vez mais exigida por instituições públicas e privadas, seja através de legislações específicas, de novas normas e certificações técnicas ou mesmo como requisito de contratação e negociação com outras empresas. 

Mas afinal, o que é ESG e como essa política impacta a indústria? O que o setor de plásticos precisa conhecer e considerar na implementação de melhores práticas? Acompanhe nos próximos tópicos. 

O que é ESG? 

A sigla ESG resume a ideia de Environmental, Social and Governance. Em português, a expressão mais utilizada para explicar o ESG é “Governança Ambiental, Social e Corporativa”, ou seja, o conjunto de políticas e melhores práticas que organizações implementam focando na sustentabilidade empresarial. 

O motivo de ESG ser um dos temas mais comentados entre as demandas de negócios é a sua relação com a atração de investimentos. É o que explica Edson Pelicer, Gerente de Pré-vendas e Produtos da Arklok: 

“O termo Socially Responsible Investing (SRI ou, em português, investimento sustentável responsável) surgiu entre as décadas de 1970 e 1980, quando fundos de investimento passaram a considerar critérios sociais na tomada de decisão sobre quais empresas deveriam receber investimentos. A preocupação com investimentos SRI, com o passar do tempo, foi se fundindo às novas preocupações de responsabilidade corporativa dos negócios. A sigla ESG surgiu oficialmente em 2005, no relatório Who Cares Wins (ou, em português, “ganha quem se importa”), resultado de uma iniciativa da Organização das Nações Unidas (ONU).” 

Ainda vale observar que a sustentabilidade, como muitos já entendem, não trata apenas da questão ambiental. Isso é coberto em mais detalhes dentro dos pilares de ESG e a necessidade de trazer estratégias para cada peça. 

Pilares de ESG 

Os três temas que sustentam, mas não limitam, o que é ESG são ambiental, social e governança. Pelicer ilustra quais são os principais elementos e desafios em cada um destes pilares do ESG:  

Environmental: impacto ambiental; energia sustentável; preservação da biodiversidade; consumo eficiente de recursos; controle da emissão de gases poluentes; reciclagem.  

Social: diversidade e inclusão; relacionamento com a comunidade; capacidade de inovação; supervisão da cadeia produtiva; saúde dos funcionários; capacitação dos funcionários; segurança de dados.  

Governance: compliance; direitos dos acionistas; solidez dos processos internos; conselho de administração independente; remuneração justa; boas práticas contábeis; prevenção à corrupção. 

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ESG e a indústria de plásticos 

O gerente da Arklok revela: “A transparência talvez seja a maior prioridade que a indústria deve buscar ao assumir o ESG”. Um exemplo muito interessante que podemos verificar do setor de plásticos é o Environmental, Social and Governance Report de 2020 da Dow. O documento resume os objetivos e as práticas já aplicadas globalmente pela organização, além de especificidades da atuação na América Latina. 

Tratando apenas do pilar ambiental, o foco está em ações de economia circular, proteção do clima e materiais mais seguros. Entre os alvos com metas mais ambiciosas estão a redução da emissão de carbono e o cuidado na eliminação de resíduos de plástico. 

Ao trabalhar com a transformação de polímeros ou com a fabricação de plástico para as mais diversas aplicações, é necessário conhecer o que é ESG e traçar planos acessíveis ao porte da empresa. 

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Para Pelicer, o ESG deve ser o foco de qualquer indústria que visa estar bem colocada entre os futuros clientes. “Isso se dá pelo fato das novas gerações estarem mais atentas a questões sociais, de ambiente e até mesmo de Governança corporativa. A indústria não deve apenas esperar que seus produtos ganhem o mercado, espera-se que a indústria mostre que suas ações beneficiam as pessoas, a sociedade, o meio ambiente e agregam valor para o futuro.” 

Igualmente, muitas empresas se preocupam em contratar e comprar apenas de outras organizações comprometidas com ações sustentáveis. Essa criação de um ecossistema é, inclusive, o que pode apoiar a indústria de plásticos a aprender, inovar, implementar e colher todos os benefícios do ESG.