Entre os termoplásticos e os elastômeros, existe uma classe intermediária chamada de elastômeros termoplásticos.

Antes, vamos rever o que significa cada um destes conceitos separadamente, na definição do professor Antonio Carlos Dantas Cabral, coordenador do curso de Pós-Graduação em Engenharia de Embalagem do Instituto Mauá de Tecnologia (IMT).

Termoplásticos são polímeros que podem ser aquecidos até uma temperatura limite e depois resfriados, sem que percam suas propriedades. Assim, podem ser moldados por diferentes tipos de processo.

Já os elastômeros são materiais macromoleculares que têm propriedades elásticas semelhantes às da borracha. Eles recuperam rapidamente a sua forma e dimensões iniciais após serem submetidos a determinados tipos de tensões.

“Por sua vez, os elastômeros termoplásticos constituem uma classe intermediária que combina propriedades da família dos elastômeros (elasticidade) e dos termoplásticos (processabilidade térmica). Moldados pelo calor, mantêm suas propriedades após resfriados”, explica o professor.

Vantagens e desvantagens dos elastômeros termoplásticos

Dadas estas características, os materiais elastômeros termoplásticos têm importante aplicação em situações específicas que requerem flexibilidade e elasticidade, e podem ser produzidos de duas formas:

  • Síntese de copolímeros em blocos, alternando segmentos de cadeias rígidas e de cadeias flexíveis;
  • Associação de um polímero semicristalino com um elastômero amorfo.

“Como todos os materiais poliméricos, são numerosas as vantagens e desvantagens que podem ser citadas em cada uma das comparações possíveis”, afirma Cabral.

Considerando a comparação que considera mais relevante – em relação aos elastômeros –, ele cita como vantagens dos elastômeros termoplásticos:

  • Processamento mais rápido, com pouca necessidade de formulação e menos etapas no processo;
  • As técnicas de controle de qualidade do produto são mais bem aplicadas.

E como desvantagens:

  • Boa parte dos elastômeros termoplásticos precisa passar por um processo de pré-secagem;
  • Necessidade de adaptação de equipamentos.

Tipos e aplicações

Por se tratar de uma classe intermediária de materiais, diversas aplicações foram desenvolvidas para os diferentes grupos de elastômeros termoplásticos:

TPE-O – Elastômeros Termoplásticos Olefínicos

Utilizados na fabricação produtos que demandam resistência, como para-lamas de automóveis ou mesmo artigos para mergulho (nadadeiras) e para esqui (botas de neve).

TPE-S – Elastômeros Termoplásticos Estirênicos

Bastante utilizados pela indústria calçadista e de brinquedos; permitem também algumas aplicações no segmento agrícola.

TPE-V – Termoplásticos Dinamicamente Vulcanizados

Ampla aplicação pela indústria automobilística: caixas de direção, perfis para vidros, tapetes, alavancas de câmbio, maçanetas e outros.

TPE-E – Elastômeros Termoplásticos de Poliésteres

Aplicações diversas: coifas, dutos de ar, correias, tubos, molas, entre outras.

TPE-U – Elastômeros Termoplásticos de Poliuretano

Amortecedores, engrenagens, cilindros, revestimentos, peças para máquinas têxteis e rodízios (rodas de carrinhos de supermercado, roldanas etc.).

TPE-A – Elastômeros Termoplásticos de Poliamida

Produtos que exigem alta resistência mecânica, rigidez e estabilidade térmica, como isolantes elétricos e peças sob o capô de automóveis. Podem ser utilizados também em tapetes e forrações, tecidos técnicos, correias, mangueiras e outros.

Cabral lembra que, a sigla TPE vem do termo em inglês Thermoplastic Elastomer e que, na prática cotidiana, por vezes a letra “E” é suprimida, simplificando as abreviaturas para TPO, TPS, TPV e assim por diante.

Responsabilidade ambiental

Uma grande vantagem dos elastômeros termoplásticos é sua alta reciclabilidade.

“Em função de suas propriedades, é possível reciclar os rejeitos e as rebarbas, o que não é possível de se fazer diretamente com os elastômeros vulcanizados.  Esse é um dos motivos pelos quais alguns segmentos substituem os elastômeros convencionais pelos termoplásticos”, reforça Cabral.

A boa notícia para o meio ambiente é que existem trabalhos que visam desenvolver elastômeros termoplásticos a partir de fontes renováveis, segundo o professor do IMT.

“O universo de possíveis aplicações é amplo e já se tem notícia da sua utilização na fabricação de solados.”

Sua indústria faz uso de elastômeros termoplásticos? Conte quais são as principais vantagens deste material intermediário para o seu negócio.