A programação do estúdio TalkPlast continua a todo vapor na Plástico Brasil 2025, levando informação relevante sobre a indústria do plástico diretamente do pavilhão. 

Entre os entrevistados de Junior Facin estão os executivos das principais entidades representativas do setor. Entre eles, Auri Marçon, presidente-executivo da ABIPET – Associação Brasileira da Indústria do PET (no dia 26), e Rogério Mani, até então Presidente da ABIEF – Associação Brasileira da Indústria de Embalagens Plásticas Flexíveis. 

Indústria do PET 

No papo com Junior, Marçon lembrou sua trajetória profissional e a “trajetória” para chegar até o estúdio da TalkPlast na feira, quando encontrou e conversou com diversos colegas da indústria, inclusive de fora do Brasil.  

Contou também como foi a recém-realizada edição do PETtalk, no dia 24 de março, evento promovido pela ABIPET e reconhecido internacionalmente como espaço para a troca de informações atualizadas e a apresentação das mais modernas tecnologias aplicadas pelo setor. 

“Foi uma oportunidade de trazer para o Brasil bastante conteúdo de fora, principalmente da Europa, e discutir os desafios que temos aqui, em especial com a reciclagem do PET”, resumiu o presidente. 

Entre esses desafios, Marçon citou a dificuldade em obter matéria-prima para a reciclagem.  

“Estamos enterrando uma quantidade enorme de PET. O mercado do reciclado depende da coleta.” 

Desinformação e fake news  

Junior tocou no desafio de vencer a desinformação que muitas vezes tem o plástico como alvo. Como, por exemplo, a presença de bisfenol das garrafas PET de água.  

Marçon reforçou que não existe a menor possibilidade de isso acontecer, uma vez que não existe uma molécula de bisfenol na formulação do PET. O mesmo vale para as “fake news” que associam o polímero ao microplástico. 

“Eu garanto que a maior parte das publicações desse tipo de notícia atendem a uma guerra comercial e isso não é bom para ninguém”, disse. 

A ABIPET utiliza a ciência para contra-atacar esse tipo de notícia falsa. Como exemplo, Marçon citou o recente estudo inédito com o comparativo dociclo de vida dos materiais mais utilizados para envase de líquidos.  

O resultado demonstrou que as embalagens PET têm superioridade ambiental superior às demais. “Pegue por exemplo um tema que todo mundo fala, a mudança climática. O PET leva grande vantagem sobre as latas de alumínio, por exemplo”

Ainda no assunto da reciclagem, Marçon apresentou números que comprovam que o PET é a resina mais reciclada no país. 

“Das 800 mil toneladas de resina virgem produzidas, 775 mil estão disponíveis para reciclagem. Destas, 53% retornam para a cadeia. É um índice superior ao dos países desenvolvidos.” 

O faturamento da indústria de reciclagem do PET, segundo Marçon, gira em torno de R$ 4,7 bilhões. “Cem por cento das montadoras de automóveis no Brasil utilizam o PET reciclado nos carpetes e forrações”

Por fim, ele lembrou que 90% do material chega às recicladoras por meio dos catadores e cooperativas. “O PET é hoje a maior fonte de renda desses profissionais”

Preocupação ou guerra comercial? 

Já na conversa com Rogério Mani, a questão levantada foi sobre os ataques que o plástico sofre há quase 20 anos. O executivo ressaltou que, em 49 anos de trabalho na indústria do plástico, encontrou pessoas e ONGs muito interessadas em alertar a população sobre a importância da circularidade, mas tem também muitos com interesses comerciais. 

“Lembro do movimento contra as sacolinhas que tomou rumos inesperados. Muitos oportunistas aproveitaram a situação”. O que, para ambos os participantes, Junior e Rogério, foi um desserviço à população, uma vez que a própria sacolinha de plástico não é descartável, ela é uma reembalagem. 

“Todo plástico é reciclável, até mesmo os mais difíceis”, ressaltou o apresentador. E Rogério complementou que é importante investir em alternativas como a Economia Circular. “As medidas são fundamentais, pois é inimaginável pensar num mundo sem embalagens plásticas, por exemplo”. 

Outo ponto levantado pelo presidente foi que atualmente 50% de todo plástico produzido no planeta é destinado a bens duráveis. “E de qualquer forma ainda existe um ciclo que faz com que o material volte para a cadeia”. 

Informação para o consumidor 

“A decisão é sempre do consumidor, mas precisamos passar a informação correta, não adianta criar vilões e alardear”, pontuou Rogério. Ele se referiu ao fato de que a vítima da vez é o microplástico. “Os ataques vão mudando, é preciso ter responsabilidade”. 

Na conversa, foi falado ainda que todo material tem a sua importância: papel, metal, vidro, plástico etc. E que tanto a indústria quanto a população têm a sua responsabilidade no processo de preservação do meio ambiente. 

“A indústria só quer ser ouvida”, disse o representante da ABIEF durante a entrevista.  

Sobre a feira, ele também deixou o seu recado: “aqui, temos tudo: novas tecnologias, produtividade, eficiência etc. A Plástico Brasil não perde em nada para outras feiras e, na América Latina, sem dúvida, é a mais importante”, finalizou.

A partir de abril, Eduardo Berkovitz (Valgroup) assume como Presidente do Conselho de Administração da ABIEF para o biênio 2025-2027. 

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