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Resina virgem x resina reciclada: como escolher?

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A escolha entre resina virgem e resina reciclada deve considerar a finalidade e as caraterísticas do material, sem deixar de lado o meio ambiente.

No dia a dia da indústria do plástico, ainda é comum encontrarmos empresas que utilizam equivocadamente a resina virgem ou a resina reciclada em suas produções. Enquanto algumas deveriam trabalhar com resinas virgens e acabam optando pela versão reciclada, outras poderiam usar resinas recicladas, mas recorrem às novas sem necessidade.

A seguir, preparamos algumas dicas para ajudá-lo a entender melhor quando vale a pena usar cada uma das duas opções. Confira:

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As características da resina reciclada e da resina virgem

A resina reciclada é um polímero artificial que apresenta boa viscosidade e possibilidade de moldagem quando exposta à determinada temperatura. Há diferentes processos envolvendo essas resinas que as tornam novos produtos, ou que permitem seu uso para complementar outros produtos.

Uma boa característica da resina reciclada é sua ampla possibilidade de usos. É um material bastante demandado pela indústria, e seria mais se tivéssemos uma estrutura de reciclagem mais sólida no país.

Investir em resina reciclada traz muitos benefícios ambientais, como redução nas emissões de gases, redução do desperdício de produtos e embalagens, e promoção da economia circular do plástico.

Já a resina virgem é produzida com fontes vegetais renováveis ou a partir de petróleo. A maior discussão em torno de sua fabricação é o uso de matérias-primas não renováveis, o que provoca escassez de insumos. Além disso, o impacto dos produtos de plástico virgem no meio ambiente é alto, pois aumentará a quantidade desses resíduos no meio ambiente.

Resina virgem ou reciclada: como escolher a melhor opção para cada projeto?

Se você acredita que tanto faz utilizar resina reciclada ou virgem, saiba que nem sempre é possível utilizar a versão reciclada para produzir um material que seria fabricado com resina virgem e vice-versa.

Embalagens flexíveis, por exemplo, podem ser produzidas com ambas as resinas.

José Neto, chefe do Departamento de Química da Universidade Federal do Piauí, destaca que “os resíduos são separados manualmente, sendo analisados na separação dos diferentes tipos de plásticos o seu aspecto visual e o som emitido quando são comprimidos na mão (cristalinidade). Depois disso, o plástico selecionado é lavado, seco, moído e extrusado (ou extrudado). No setor de produção de embalagens, as resinas recicladas são, novamente, extrusadas, transformadas em filmes flexíveis e, posteriormente, em sacolas”.

Entretanto, quanto mais limpa é a resina adquirida, menor é o consumo de água utilizada na lavagem, maior é a possibilidade de obtenção de uma resina reciclada de boa qualidade no futuro - e, consequentemente, do produto final que tenha a performance desejada.

Além disso, a matéria-prima coletada (resina reciclada) demanda mais ciclos de lavagem e maior consumo de energia na secagem, além de não garantir um produto final de qualidade. Há situações em que é necessário, inclusive, reprocessar a resina reciclada.

Teoricamente, a economia instável favorece a opção pelos plásticos reciclados, cujo preço inferior ao das resinas virgens ajudaria a reduzir os custos dos produtos finais transformados. Além disso, o Brasil conta com uma lei específica para a disposição de resíduos sólidos, e as empresas estão tendo uma crescente preocupação com a sustentabilidade, o que pressupõe o reaproveitamento de materiais.

Avaliando os materiais para a opção pela resina virgem ou reciclada

Há resinas que sofrem muito com o processo de reciclagem, perdendo muitas propriedades, o que impede seu uso em certas aplicações. No entanto, há resinas que não perdem suas características e são opções consideráveis para substituir as virgens.

Materiais reciclados, como Polietileno (PE) e Poliprolino (PP) são alternativos à resina virgem quando o uso é condicionado a produtos da cor preta, pois mantêm grande parte de suas propriedades mecânicas quando reciclado. No entanto, eles têm como principal desvantagem o fato de precisarem de mais fluidez, sem margens.

Já o Poliestireno (PS) sofre com a perda de resistência quando passa pelo processo de reciclagem, o que o impede, portanto, de ser uma alternativa à resina virgem.

O Poliestireno Alto impacto (PSAI), por sua vez, tem, visualmente, o mesmo aspecto quando é produzido com resina virgem ou reciclada, mas é preciso tomar cuidado na hora da produção com a reciclada para que o plástico não fique quebradiço.

O ABS sofre impacto quando é produzido com resina reciclável, pois perde qualidade quando recebe algum tipo de choque. E o Poliacetal apresenta melhor custo-benefício quando produzido em resina reciclada, pois não oferece nenhum tipo de problema em relação às suas propriedades mecânicas.

Para finalizar, as poliamidas têm situação bastante semelhante ao ABS, pois visam resistência mecânica e não aparência.

Preço: fator importante na escolha da resina virgem ou reciclada

A queda nos preços das resinas virgens em 2017 prejudicou a aquisição de resina reciclada. Esses materiais reciclados são competitivos se custarem, no máximo, 70% dos preços das resinas novas. Acima desse patamar, há espaço somente para reciclados de altíssima qualidade ou para transformadores que utilizam volumes muito grandes.

Nos dias de hoje, esse problema dos preços permanece, porque o mercado utiliza bastante o preço da resina virgem como base. Esse preço está calcado principalmente no preço do dólar, no câmbio e na indústria petroquímica. Se o preço está em alta, procuram a resina reciclada.

Já o preço das resinas PET recicladas se orientam por uma escala menor, pois nenhum reciclado alcança a grande escala da petroquímica. Atualmente, o preço do PET reciclado equivale a cerca de 70% daquele de resina virgem, enquanto que, nas poliolefinas, esse índice varia entre 70% e 80%, dependendo da qualidade do produto submetido à reciclagem.

Embora a comparação apresentada foque o processamento dentro da indústria de transformação (portão a portão) entre a resina virgem e a resina reciclada, “não se deve esquecer que uma visão ambiental mais abrangente precisa considerar todo o ciclo de vida do produto (berço ao túmulo)”, finaliza o chefe do Departamento de Química.

Ficou mais claro entender como escolher entre a resina virgem ou reciclada? Conte nos comentários!

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